Encontramos mamãe, e assim que percebeu o sorriso radiante da minha avó, ela não hesitou em perguntar:
— O que houve? A senhora está muito feliz! — disse animada, aguardando a resposta.
Minha avó, com um sorriso de orelha a orelha, respondeu sem demora:
— Você nem vai acreditar! Sofia esbarrou em um homem muito bonito ali na feira! — disse apontando, com o mesmo sorriso estampado no rosto.
Mamãe logo entendeu o recado. Eu, por outro lado, apenas olhava incrédula e retruquei:
— Calma aí, vovó. Já estou vendo que a senhora até sonhou com casamento, mas foi só um esbarrão, algo normal que acontece no dia a dia com qualquer pessoa no meio da feira — falei calmamente.
Ela continuou me olhando com o mesmo sorriso, agora com um toque de malícia:
— Que isso, minha neta! Vai dizer que não queria um homem desses? Olha, até fiquei sem ar! — disse se abanando.
Mamãe e eu caímos na risada. Mamãe comentou logo em seguida:
— Mãe, a senhora é hilária!
Sorrimos juntas e seguimos para o carro. Durante o trajeto até em casa, curtimos uma música animada. Deixamos a vovó em casa, que fica a um quarteirão da nossa, facilmente acessível a pé. Ao chegarmos, fomos recebidas por papai, que vinha ao nosso encontro com um sorriso incomum — não que ele não sorrisse, mas ele era mais sério no geral.
— Olá, minhas queridas! Como foi a feira? — disse enquanto beijava o topo de nossas testas.
Mamãe respondeu:
— Oi, meu amor. Foi ótima! E, olha, até teve paquera da sua filha — falou sorrindo, enquanto levava as compras para a cozinha, comigo e papai ajudando.
Falando sério, as mulheres da minha família adoram criar histórias sobre paqueras. Meu pai, surpreso, olhou para mim, já entendendo que era brincadeira. Respondi rindo:
— Oi, papai. Acredita que mamãe e vovó estão com essa ideia maluca? Eu só esbarrei no rapaz, foi pura falta de atenção! — falei num tom descontraído, enquanto me sentava à mesa, ainda pesando em como papai estava feliz,mas pode ser coisa da minha cabeça.
— Ah, querida, mas pelo que sua avó disse, ele era um belo moço! Você tinha que ver — mamãe disse, rindo. — Mas, me diz, meu amor, qual o motivo desse seu sorriso de orelha a orelha?
Até mamãe percebeu. Não era coisa da minha cabeça. Enquanto ajudava mamãe na cozinha, ouvi papai comentar:
— Vocês não vão acreditar! Tenho uma grande novidade! — disse sorrindo, olhando para nós duas.
Por algum motivo, senti que era sobre mim. Mamãe pareceu pensar o mesmo, pois colocou a mão no meu ombro e comentou:
— Conte, querido. Deve ser algo bom, pelo seu sorriso.
— Lembram que eu inscrevi você, Sofia, na universidade? Mesmo você dizendo que não era necessário porque ainda não sabia o que queria, eu te inscrevi em Administração.
Minhas mãos gelaram ao ouvir isso. Olhei para ele sem expressão alguma. Papai fez uma pausa, mas logo continuou:
— Não me olhe assim. Se você não se identificar, pode trocar o curso. O importante é que você passou, minha querida! vai dar tudo certo!!
Ele veio me abraçar com entusiasmo, e mamãe logo se juntou, formando um grande abraço familiar. Mas eu estava congelada, sem reação. Não sabia o que queria, nem como seria, mas acreditei nas palavras dele: "Vai dar tudo certo." Afinal, como ele disse, sempre havia a opção de trocar. A ficha ainda não tinha caído. Passei!
Minha mãe me trouxe de volta à realidade ao dizer:
— Parabéns, querida! Não pense demais. Vai dar tudo certo. E, caso não se adapte, você pode trocar. É uma grande experiência!
— Parabéns, minha menina! — papai acrescentou. — Como sua mãe disse, você pode mudar de curso se quiser. Mas, olha, só inscrevi você em Administração porque percebi um certo interesse seu na área. Talvez você não tenha notado, mas vi potencial em você. A decisão, no entanto, é sua!
Abracei meus pais com força, emocionada.
— Muito obrigada! Amo vocês! — falei sorrindo, com lágrimas nos olhos.
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Atualizado até capítulo 65
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