A solidão não tem rosto,
Mas sua presença é forte como um grito.
Ela mora nas sombras, naquelas esquinas,
Onde a alma se perde, sem rotinas.
Não é apenas estar só,
Mas sentir o vazio tomando o ar,
É ter ao lado a distância,
E não saber como a alma respira.
A solidão é o peso de um silêncio profundo,
Onde o eco da ausência parece o mundo.
Ela não grita, mas sua falta ecoa,
Como um vazio que, aos poucos, ressoa.
Já passei por ela mais vezes do que posso contar,
Já me perdi nas horas sem ninguém para falar.
A solidão não é ausência, é presença,
É o silêncio que preenche a mente com sua sentença.
Ela não é calma, como muitos pensam,
Mas uma tormenta que nunca se apaga.
É o instante em que a mente se perde,
E o coração, cansado, quase desiste e cede.
É o medo de não ser ouvido,
De sentir que o mundo não percebe o grito.
É o peso de carregar um fardo invisível,
E o anseio por algo que pareça possível.
Na solidão, não há companhia,
Apenas o vazio de uma alma vazia.
É o peso da ausência que se faz denso,
E a sensação de que tudo é imenso.
Mas, ao mesmo tempo, é um espelho cruel,
Que reflete cada pedacinho do meu céu.
Nela vejo quem sou, quem fui, quem quero ser,
E, mesmo assim, a solidão persiste a me envolver.
Às vezes, ela me ensina a quietude,
A escutar a mim mesma, sem solicitude.
E em outras, ela me consome, me desfaz,
Trazendo à tona a dor que se faz paz.
Há momentos em que a solidão é mansa,
Como uma brisa suave que não avança.
É quando nos aceitamos sem pressa,
E o vazio se torna apenas a nossa promessa.
Mas, há outras vezes em que ela é densa,
Cega, fria, com uma ausência imensa.
É como um oceano sem fim, sem margens,
Onde a solidão se torna um mar de paragens.
Na solidão, aprendi que o silêncio pode ser forte,
Que o medo de estar só tem um consorte.
Mas também entendi que nela, de alguma forma,
A alma aprende a se curar da dor que se transforma.
A solidão não é apenas abandono,
É um reflexo da busca por algo que é insano.
Ela pede tempo, pede paciência,
E, muitas vezes, me desafia a olhar a minha essência.
O que fazer quando a solidão grita?
Quando sua sombra se alonga e fita
Os cantos mais profundos da alma?
É difícil, mas é aí que a alma se acalma.
Há beleza na solidão que não sei explicar,
Um espaço onde posso finalmente me encontrar.
E, ao mesmo tempo, ela me diz que sou humana,
Que a solidão, embora cruel, traz a minha plana.
E quando ela se vai, deixa um vazio doce,
Que se mistura ao ar, como um perfume de rosa.
A solidão é passageira, mas deixa lições,
De que, muitas vezes, o silêncio é o que curamos com corações.
Então, aceito os ecos da solidão,
Pois eles são parte da minha construção.
Na quietude, encontro força e dor,
E na ausência, descubro o meu amor.
E, ao final, a solidão não é só perda,
É a chave que abre a porta da nossa essência.
Por mais doída, ela é reveladora,
E em sua sombra, encontramos a nossa alvorada.
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Atualizado até capítulo 59
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