Amigos

Oliver

Papai tem razão quando chama Emma, de pequena gênia, a mulher é fenomenal, essa semana que passou nos encontramos todos os dias de manhã, e sempre escuto ela chegando a noite, na empresa ela é muito melhor que muitos advogados que estão lá a anos, a área que ela escolheu para atuar é a empresarial, a mesma que a minha, ela me ajudou em todos os casos que trabalhei, ela tem uma visão ampla e é muito centrada, ela pediu para começar a trabalhar em somente casos empresarial, pois na próxima semana ela vai fazer a prova da OAB, fiz minha prova da OAB com 25 anos, assim como todos que entram na faculdade aos 17 anos, mas a pequena gênia, vai fazer com apenas 22 anos.

Escuto ela e uma advogada Amélia conversando, as duas estão combinando um barzinho à noite depois que Emma sair da faculdade, Amélia quer que ela comemore a última prova da faculdade.

Emma, vamos, vai ser só um pouco, quando eu encontrar um homem bonito para levar para cama, você pode voltar para casa, escuto Amélia falar, quase dou risada dela.

Ta certo, é só o que Emma responde.

Reparei que ela não dá muita abertura para as pessoas, ela conversa com todos da empresa, mas somente sobre trabalho, a única que ela conversa sobre coisas aleatórias é Amélia.

Eu tenho observado muito essa semana, ela sai todos os dias no mesmo horário, e volta no mesmo horário, nunca vi ninguém no apartamento dela, ela parece viver mecanicamente, quase nunca sorri, só quando alguém faz um elogio sobre o seu trabalho, ela não tem brilho nos olhos, ela parece que só quer existir.

Saio da empresa às 21 horas, tinha um caso, pra montar, recebi uma ligação de Enzo, meu melhor amigo na época da escola, ficou sabendo que voltei e me chamou pra tomar uma bebida em um bar novo que abriu na cidade, pensei em dispensar mas amanhã é sábado e não vou trabalhar, então aceito.

Oliver, amigão quanto tempo, Enzo, me cumprimenta com um abraço e um tapa nas costas.

O Bar tava cheio, então sentamos no balcão.

Voltou para ficar? Enzo me pergunta.

Sim, meu pai se aposentou, tá viajando com minha mãe pela Europa.

Isso é bom cara, senti sua falta.

O Bar tava muito cheio e o garçom ainda não conseguiu nos atender, Enzo vai ao banheiro e quando tenho uma oportunidade de fazer o pedido alguém pede junto comigo.

Um uísque por favor.

Olho pro lado e é Emma, ela tá com uma calça jeans e uma t-shirt de banda, ela me cumprimenta e se senta no banco que Enzo tava sentando.

E a prova como foi, pergunto a ela, o garçom trás nossos copos de Uísque.

Nada de mais na segunda-feira, já sai o resultado.

Mas como te conheço você não está preocupada com isso, pequena gênia.

Ela acaba dando um sorriso pelo apelido que papai deu a ela.

Sinto falta do seu pai, ela fala, tomando um pouco da sua bebida, sem nem fazer careta, já deve estar acostumada com o sabor, ele é muito importante para mim, ela continua.

Ele gosta muito de você.

Ta sozinho ela me pergunta, fiquei de encontrar Amélia aqui mas até agora nada, ela fala tomando mais um gole.

Na verdade, vim com um amigo, ele foi ao banheiro e não voltou mais.

Acho que Amélia não vai aparecer, ela termina sua bebida e pede outra.

Eu nunca vi uma mulher tomando uísque antes, falo pra ela .

É a bebida preferida do meu pai, em casa tem uma garrafa em cada cômodo, ele dizia que era a única bebida que fazia ele esquecer de sofrer, um dia resolvi experimentar e gostei do sabor, eu quase nunca bebo, mas quando faço é uísque.

Eu gosto do sabor também, começamos a conversar coisas aleatórias, sobre a empresa, Papai, o futuro.

Quando eu era mais nova eu sonhava em ser uma grande advogada, casar e encher uma casa de crianças, mas com tudo que aconteceu eu acabei mudando os planos, eu tinha muita coisa pra fazer, uma casa pra sustentar e não me sobrou tempo pra namorar e perder a virgindade, hoje olho pra trás e não fiz absolutamente nada.

Eu engasgo com o meu uísque, puta merda a menina é virgem, eu olho pro lado e ela tá gargalhando, eu nunca tinha visto ela rir, acabo rindo também.

Quer dançar, ela pergunta, eu nunca dancei mas não parece muito difícil assim, ela fala me oferecendo a mão.

Pego na mão dela e vamos pra um canto onde tinha algumas pessoas dançando, ela com certeza nunca dançou, ela é péssima nisso, mas rimos tanto que a dança foi o de menos.

Acho que Amélia me deu um bolo, vou pra casa, ela fala terminando a sua bebida.

Enzo também não voltou mais, mas só agora percebi, me diverti tanto com Emma que nem senti falta dele.

Pagamos a conta, ela não me deixou pagar a dela, e vamos pra casa, ela voltou comigo, como ia beber não quis dirigir, o caminho pra casa é regado de risadas.

Boa noite Oliver, ela diz abrindo sua porta.

Boa noite Emma, gostei muito da nossa noite, você é uma ótima amiga,vamos marcar de novo na próxima sexta-feira, pra comemorar sua prova da OAB.

Vamos sim.

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