Capítulo 3: "Entre o Dever e o Desejo "

Após a saída apressada de Selene, Lucian permaneceu em silêncio, tentando processar o que acabara de acontecer. Ele se sentou na cama, olhando para a porta fechada, seu coração ainda acelerado pela intensidade do beijo. “O que eu faço agora?” pensou, confuso entre os sentimentos que sempre teve por sua irmã e as obrigações que o esperavam.

Ele sabia que o casamento com a princesa escolhida era um dever, uma aliança política que traria estabilidade ao reino. Mas as palavras de Selene ecoavam em sua mente: "Estou apaixonada por você." Havia uma verdade crua naquelas palavras, algo que ele não podia simplesmente ignorar.

Levou as mãos ao rosto, tentando afastar a confusão. “Ela é tão jovem,” pensou, “tão impulsiva.” Mas ao mesmo tempo, uma parte dele se sentia atraída pela ideia de um amor mais profundo, algo que ele nunca havia considerado antes.

Lucian se levantou e começou a andar pelo quarto, perdendo-se em seus pensamentos. Ele lembrava das risadas compartilhadas com Selene durante a infância e dos momentos em que ela sempre esteve ao seu lado. O olhar dela quando disse que estava apaixonada o fez sentir algo diferente; era como se um novo mundo tivesse se aberto diante dele.

Por outro lado, a responsabilidade pesava sobre seus ombros como uma armadura pesada. Ele tinha um compromisso; não poderia simplesmente ignorá-lo por causa da paixão momentânea. Mas à medida que a noite avançava, ele percebeu que não conseguia parar de pensar em Selene.

“E se eu pudesse ter os dois?” pensou ele de forma rebelde. “E se existisse uma maneira de fazer isso funcionar?”

Enquanto isso, Selene estava em seu quarto, mergulhada em lágrimas e frustração. Ela sentia como se estivesse lutando contra um mar revolto e não sabia como nadar. “Preciso ser mais ousada,” decidiu finalmente, enxugando as lágrimas e levantando-se da cama.

Com determinação renovada, começou a elaborar um plano. Se Lucian não podia ver o amor que existia entre eles, talvez ela precisasse mostrar isso de uma maneira diferente. O casamento com a princesa não era apenas uma questão de dever; era uma prisão para ambos.

“Vou descobrir uma forma de convencê-lo,” sussurrou para si mesma enquanto pegava um diário e começava a anotar suas ideias. O amor dela merecia lutar; ela não permitiria que o destino decidisse por ela.

Lucian se sentou na cama e falou para si mesmo: “Então, peraí, desde quando ela sentiu esse sentimento por mim? Desde quando éramos crianças?” As lembranças de risadas e brincadeiras na infância surgiram em sua mente, mas logo foram ofuscadas pela realidade de sua situação atual. “Não, não, isso não é nada certo”, ele murmurou, tentando afastar os pensamentos confusos.

“Vou me casar com a princesa Nara, é meu dever, e eu gosto muito dela também”, pensou Lucian, tentando reafirmar suas convicções. Ele sabia que seu compromisso com Nara era importante, e a conexão que tinham crescido ao longo dos anos era forte. “Nada vai mudar minha decisão”, ele se convenceu, embora uma parte dele ainda se perguntasse sobre o que poderia ter sido.

Enquanto olhava pela janela, observando o céu escurecer lentamente, Lucian percebeu que precisava focar no futuro. A vida era feita de escolhas, e ele estava determinado a honrar a escolha que fez ao lado da princesa Nara.

Naquela noite, ele decidiu que se dedicaria completamente aos preparativos do casamento. Afinal, o amor por Nara era real e verdadeiro. Com um novo senso de propósito, Lucian se levantou da cama e começou a planejar cada detalhe do grande dia.