Em meio a tempestade
*A mãe também se levantou com os olhos fixos na floresta*
Leona
Parece que a noite está mais agitada do que o normal
*Liora sentiu um pressentimento estranho, como se algo estivesse a observando*
*O vento soprou novamente, mais forte, e as nuvens começaram e se reunir no céu*
*Liora olha para sua mãe, mas ela estava distante com um olhar pensativo, enquanto uma leve gota d'água pinga do céu*
*Uma chuva fina começou a cair e o vento começou a se intensificar, o gato que estava perto de Liora correu para casa*
*A mãe de Liora suspirou e sorriu, percebendo a mudança do ambiente*
Leona
Parece que a natureza tem seus próprios sentimentos, não acha?
*Liora assentiu com a cabeça*
*As duas molhadas de chuva correm para dentro de casa*
*Mãe de Liora suspira e vai para perto do fogão*
Leona
Vá tomar um banho para se aquecer, enquanto isso vou por a comida para esquentar
*Liora confirma com a cabeça e vai em direção ao banheiro*
*Liora ainda pensativa sobre a ventania e chuva, ela enche a banheira e se despe*
Pensamento da (Liora)
Que sentimento estranho...
*A brisa fria da floresta continuava a penetrar pela janela *
Pensamento da (Liora)
Hoje está um clima tão frio...
Pensamento da (Liora)
Odeio isso...
*Liora após tomar um banho quente, colocou a sua roupa de dormir e voltou para a cozinha*
*Liora percebe que a sua mãe já esquentou a comida e que provavelmente já estaria a tomar banho*
Pensamento da (Liora)
Essa mulher consegue fazer as coisas tão rápido...
*Liora arruma o prato de comida delas e os leva para a sala*
*Ela coloca os pratos em cima da mesa e espera a sua mãe para a janta*
*Como se Leona sentisse, ela chega na sala com duas xícaras de chá*
Leona
Nossa, arrumou minha comida, obrigada...
*Ela entrega o chá para Liora*
Leona
Acabou de ficar pronto, tome cuidado ao tomar
*Liora meio dispersa confirma mexendo a cabeça*
Leona
Liora, você ficou tão quieta de repente, o que aconteceu?
*Liora olha para a janela e hesita antes de falar*
Liora
Eu... Eu não sei mãe...
Liora
Acho que só estou pensando em tudo que aconteceu hoje
*Uma rajada de vento cortou a sala apagando a lareira bruscamente*
*Liora solta um pequeno grito e fecha os olhos*
Leona
Acho que o céu está meio revoltado
*Leona se levanta e acende a lareira novamente*
Leona
Ei, já pode abrir os olhos, tá tudo bem...
*Liora controla respiração e abre os olhos*
Liora
Mãe, eu perdi a fome, a senhora se importa se eu guardar pro almoço de manhã?
*Liora olha para a janela observando as gotas de chuva escorrendo pelo vidro e sentiu um arrepio correr por sua espinha*
*Leona por observar o olhar distante da sua filha fez um gesto suave com a mão, sugerindo que ela tomasse o chá*
*Liora percebe que sua mãe está preocupada, ela tenta dar um sorriso pra disfarçar*
Liora
Eu tomo o chá com a senhora pelo menos
*Leona confirma com a cabeça olhando diretamente para Liora*
*Enquanto segurava a xícara entre as mãos, Liora permaneceu em silêncio, o som das gotas pareciam encher toda a casa*
Leona
Tem certeza que você não vai querer comer?
Leona
Vou na cozinha guardar a nossa comida, já volto...
*Leona se levanta pegando os pratos, ela se retira da sala*
*Liora balançou a cabeça lentamente, mas não conseguiu evitar olhar em direção da janela*
Pensamento da (Liora)
O mundo parece que vai acabar...
Pensamento da (Liora)
tá uma escuridão, um caos lá fora...
*Liora morde os lábios tentando achar que aquela situação era normal*
Leona
Ainda olhando a chuva?
*Liora continuou bebendo seu chá em silêncio, a mãe dela suspirou sentando-se no sofá da frente*
Leona
Você está tão pensativa olhando lá pra fora...
Leona
Parece que algo está te incomodando, quer me contar o que está passando em sua cabeça?
Pensamento da (Liora)
Como explico essa sensação estranha?
Pensamento da (Liora)
Ela não vai compreender
Liora
Parece que a chuva está diferente hoje...
Liora
Como se floresta estivesse viva, de um jeito que nunca reparei antes
*A Leona franze a testa, mas sorri suavemente*
Leona
A floresta sempre foi viva Liora, mas do que você possa imaginar
Leona
Você só deve estar cansada
*Liora ia olhar para sua mãe, porém algo fora da casa chamou a sua atenção*
*Liora sussurrou, largando a xícara em cima da mesa e se levantando*
*Na chuva, sob a luz fraca de um relâmpago, uma figura alaranjada surgiu na beira do quintal*
*Liora se aproximou mais da janela, com os olhos arregalados enquanto tentava entender o que via*
*Liora sussurra sem desviar o olhar*
Liora
Mãe, tem uma raposa no jardim...
*Sua mãe se levantou e foi até a janela ao lado de Liora*
Leona
Que estranho... Elas não costumam chegar tão perto assim de casas
Leona
Está chovendo muito, talvez esteja procurando um abrigo
*A raposa piscou lentamente, como se esperasse algo, e então, ela inclinou a cabeça para o lado, como se tentasse se comunicar*
*Liora mordeu os lábios e foi até o pão que trouxe a tarde*
Liora
Vou dar um pedaço de pão, talvez ela só esteja com fome
*Liora saí pela varanda, a chuva batia forte no telhado, mas ali, estava protegida*
*Ela colocou o pão no chão perto da escada e recuou*
*Ela volta e fecha a porta*
Liora
Pronto, se ela quiser, pode pegar e ir embora...
*Ela volta para sua mãe e continua observando a raposa, por um momento ela continuou imóvel, como se estivesse avaliando*
*Lentamente ela caminha até o pedaço de pão, abaixou a cabeça e o pegou com cuidado*
Leona
Ela está indo embora mesmo?
*Antes de desaparecer entre as árvores, ela olha para trás direto para a janela que a Liora estava e depois seguiu em frente*
Leona
Pelo visto ela só estava com fome
*Liora ainda inquieta continuou encarando o jardim vazio*
Leona
Deve ter sido só um animal perdido, ele ficará bem
Leona
Venha terminar seu chá para você ir deitar, amanhã acordaremos cedo
*Liora e sua mãe se sentam, ela pega a xícara com suas mãos trêmulas*
Leona
Tá tudo bem querida?
Liora
Sim... Só estou um pouco cansada
*Liora dá um gole em seu chá deixando-o aquecer o seu corpo*
*Elas ficam em silêncio, ouvindo o som da chuva no telhado, até que a mãe se levantou*
Leona
Bom, vamos descansar, amanhã teremos um dia cheio
*Liora assentiu, foram a caminho da cozinha, ela colocou a xícara na pia e seguiu para o seu quarto*
*Ela deita em sua cama, ouvindo o vento lá fora, ela tenta esquecer a imagem da raposa, mas antes de adormecer, não conseguiu evitar a sensação de que algo estava mudando em sua vida*
*E com esse pensamento, deixou o sono levá-la*
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