Capítulo 5: Ecos do Passado e Pactos de Sangue

A dor pulsante no ombro de Lorenzo Mancini servia como um lembrete cruel da noite anterior. Ele se movia com esforço, cada passo ecoando no chão de mármore da mansão, enquanto o olhar atento de Bianca Moretti o acompanhava. Ela estava sentada no sofá, com os braços cruzados e um ar que oscilava entre preocupação mal disfarçada e irritação genuína.

-Se continuar se movendo assim, o ponto vai abrir”, Bianca advertiu com um tom que parecia mais uma ameaça do que um aviso. Seus olhos, no entanto, revelavam cansaço — talvez pela luta, talvez pelo peso das descobertas que haviam feito.

Lorenzo ignorou a provocação e virou-se para o mapa espalhado sobre a mesa central da biblioteca. Cada marcação representava um ponto de encontro suspeito, pistas que eles deveriam seguir.

-Precisamos agir rápido”, ele disse, sua voz séria. -A emboscada foi só o começo. Estão tentando nos desestabilizar.”

Bianca se aproximou, e seus dedos tocaram o mapa. -Há algo que não bate, Mancini. Os Ferrara estavam supostamente conosco, e agora há evidências de reuniões secretas deles com os Sforza. Ela apontou para as datas. -Algo aqui está errado. Marco e Sofia são leais... ou ao menos deveriam ser.

Lorenzo estreitou os olhos, o queixo travado. -Lealdade é uma palavra cara, Bianca. Especialmente entre nós. Mas só há uma maneira de confirmar. Ele fez uma pausa. -Vamos encontrá-los.

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...A Missão Oculta...

Os dois partiram naquela mesma noite, em direção a um armazém abandonado no subúrbio, onde Marco e Sofia supostamente se encontrariam com outra figura misteriosa. O local era cercado por silêncio e sombras, exceto pelo som de passos sutis e o crepitar distante de folhas secas. Lorenzo e Bianca, com armas em mãos, aguardavam escondidos no alto de uma passarela metálica, de onde observavam tudo.

De repente, a porta de ferro se abriu com um rangido, e Marco entrou com Sofia a seu lado. Ele olhava ao redor com a postura de alguém que já esperava problemas. -Se alguém está ouvindo, pode sair. Não estamos aqui para joguinhos, ele declarou com um tom que misturava exasperação e ansiedade.

Lorenzo ergueu uma sobrancelha para Bianca, como quem pergunta silenciosamente: -Estamos prontos para isso?

Ela respondeu com um aceno firme. Os dois desceram, revelando-se. Os olhos de Marco se arregalaram momentaneamente, mas ele logo recobrou a compostura.

-Então, os pombinhos decidiram brincar de espiões?” Marco perguntou com seu sorriso característico, mas havia uma tensão ali. -Por que não vão para casa antes que isso piore?

Bianca foi direta. -Traição não se negocia, Marco. Não viemos brincar.

Sofia, que até então mantivera-se em silêncio, deu um passo à frente. -Vocês não entendem. Há muito mais acontecendo do que suas famílias podem ver.

Ela hesitou, mas então, com os olhos fixos em Lorenzo e Bianca, revelou:

-Alguém de dentro dos Moretti e dos Mancini está unindo forças para destruir ambos os lados. E estamos tentando impedi-los.

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...A Descoberta dos Infiltrados...

A conversa foi interrompida por tiros que ecoaram pelo armazém. Luzes se apagaram e o caos tomou conta. Lorenzo e Bianca se lançaram ao chão enquanto Marco e Sofia buscavam cobertura. O que seguiu foi uma troca intensa de tiros e movimentos rápidos pelas sombras.

Durante o embate, Lorenzo e Bianca perceberam algo preocupante: os atacantes usavam uniformes conhecidos — eram guardas supostamente leais aos Mancini.

Lorenzo, ao lutar com um dos atacantes, conseguiu arrancar a máscara dele, revelando o rosto de um homem que ele conhecia bem: Giacomo, um de seus confidentes mais próximos. O choque quase o paralisou, mas ele não teve tempo de questionar. Com um movimento calculado, desarmou Giacomo e o empurrou para longe.

-TRAIDOR gritou Lorenzo, a voz carregada de dor

e raiva.

Mas Giacomo apenas sorriu. Você não sabe metade do que está acontecendo, Mancini.

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...Rendição e Aliança Frágil...

Quando o silêncio se instaurou novamente, apenas corpos e destroços restavam. Marco e Sofia aproximaram-se com cuidado.

-Isso é o que estamos enfrentando

Marco disse com amargura. -Pessoas que vocês confiam, que fingem lealdade enquanto planejam a queda de todos nós.

Bianca passou as mãos pelos cabelos, exausta. -Precisamos unir forças. Agora não é uma questão de aliança forçada por casamento; é sobrevivência.

Lorenzo olhou para ela, para Marco e Sofia, e percebeu que, naquele momento, não havia espaço para orgulho. Apenas para a verdade nua e crua de que, enquanto continuassem isolados, não sobreviveriam.

-Temos um pacto, então. Até que possamos exterminar essa ameaça.

Eles apertaram as mãos. Mas, ao fazer isso, cada um sabia que aquela aliança era tão frágil quanto perigosa. E que as verdades reveladas até ali eram apenas a ponta de um iceberg sombrio.

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Em um novo amanhecer, Lorenzo e Bianca se preparavam para o próximo passo. As máscaras caíram, mas a guerra apenas começara. E agora, com inimigos por todos os lados e aliados incertos, a única certeza era que ninguém sairia ileso.

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