'' Todos temos sonhos e motivos para viver. A vida é preciosa aos olhos daqueles que sabem viver e aprecia—la. Sempre quis que tudo desse certo desde pequena, afinal, era um sonho a ser realizado. Se nós soubéssemos da realidade que seria viver num Reino onde as regras são contra as mulheres acredito que preferiria nem sequer ter nascido caso a noção do futuro existisse. O plano já tenho, e, o que me resta é coloca—lo em prática assim que me chamarem para enfim declararem um novo pretendente misterioso que nem sequer conheço.''
Mais uma vez perdida nos próprios pensamentos a garota argilosa se encontra a pensar bastante no que mais quer fazer para ir contra os pais.
— De novo! Os seus vestidos estão a ficar completamente imundos por conta da sua mania de estar sempre deitada no chão! Quantas vezes terei que dizer para não fazer isso? Yasmin, é alguém da realeza. Não cometa erros desse tipo, ou, os seus pais podem acabar proibindo—a de sair aqui no jardim.
Ígara desesperada chama a atenção da mesma que continua deitada sob o chão do jardim despreocupada.
— E eu já disse para a senhorita que ficar desse jeito acaba a causar rugas e cabelos brancos! Por isso tome bastante cuidado com o que fala ou ficara mais velha ainda!
A mulher se surpreende com o que acabara de ouvir da garota.
— O que pensa que esta dizendo sua fedelha! O que anda fazendo tanto nesse jardim? Por acaso esta ficando ruim do juizo ?
Yasmin levanta—se rapidamente do chão encarando a sua criada um pouco indignada.
— Não me encare assim a sua pequena! Não sou uma mulher fácil de ficar com medo só com uma careta medíocre de uma garota menos vivida do que eu.
Ígara a desafia.
No lado de fora um homem surrado, barbudo e com um saco bastante pesado aproxima—se do portão do palácio assustando o jardineiro que o expulsa á gritos. De longe ambas escutam os berros olhando diretamente para onde estavam vindos. Yasmin corre descalça até o portão gritando com o jardineiro.
— Pare! Não o trate assim!
Grita ela desesperada.
Yasmin parou próximo ao jardineiro que estava prestes a jogar água da imensa mangueira no homem.
— Escuta! Ha...Ha... Ha.. Se fizer isso ou trata—lo assim pedirei ao meu pai que lhe demita!
O jardineiro amedrontado com o que acabara de ouvir da garota recolhe a mangueira imediatamente jogando a mesma no chão.
— O que pensou que estava a fazer? Queria jogar água nesse pobre homem que tem sequer o que comer? Por quê não oferece um prato de comida ao invés de jogar água no mesmo?
Yasmin novamente enfrenta o homem que se ajoelha diante dela, e, com a testa sob a terra diz:
— Perdoe-me! Não queria fazer isso, é que um lugar limpo como esse não deveria ser pisado por um homem como esse! Peço mil perdões por tudo! Agora pode deixar comigo que resolverei esse assunto.
A garota apenas o ignora a seguir próximo ao imenso portão olhando nos olhos do mendigo sentindo um pouco de pena.
— Quero apenas um quilo de alimento! Estou com muita fome, e, estou a pedir a todos da vizinhança.
O homem a responde educadamente.
— Prepararei uma cesta de alimentos e uma marmita para que possa se alimentar durante os dias.
— Muito obrigado!
O mesmo agradece.
— Jardineiro! Vá até à cozinha e faça uma cesta de alimentos, e, prepare um prato para a viagem para ele poder levar também. Caso questionem diga que perderão o emprego se não me obedecerem!
As ordens dela foram rapidamente atendidas e o homem correu para a cozinha do imenso palácio.
— Se por acaso se aproximasse demais do portão te impediria de fazer isso a sua garota insolente e desgastada. O que pensa que esta fazendo a agir dessa forma sem pensar? Não se aproxime demais, pois pode ser perigoso demais para a senhorita.
Ígara que estava próximo a garota chama a atenção da mesma assustando—a.
— Eu sei! Não precisa dar-me outro sermão! Estou apenas aqui quieta e nada mais.
A criada encara o mendingo por um momento desconfiando do jeito do homem sem sequer conseguir tirar os olhos do mesmo que se assusta com o olhar dela.
O jardineiro, por sua vez, aproxima—se aos poucos correndo com a comida enquanto outro serviçal transportava a cesta de alimentos.
— Aqui!
O homem sem fôlego passa o prato pela brecha do portão, e, rapidamente o homem pegou o mesmo se alimentando às pressas.
O outro ajudante aproximou—se com a cesta e ambos deixaram na calçada próximo ao mendingo que se alimentou e foi embora em seguida bastante contente com a bondade da garota.
— Aí jardineiro! Estarei a avisar só mais uma vez. Enquanto esse homem sai a pedir por ajuda o senhor tem um emprego, portanto, não se sinta superior a eles jamais! Não é melhor que do que ele, e, com toda a certeza ele faria um trabalho melhor do que o seu se tivesse oportunidade! Não julgue os outros pelo que eles não têm ou pelo seu valor.
Yasmin repreende a atitude do jardineiro saindo dali imediatamente junto à sua criada.
— Ela é diferente de todos os que tem a mesma condição, e, quem dera existissem pessoas como ela. Tome cuidado, pois, ela costuma persuadir o pai para fazer a vontade dela.
O outro funcionário o aconselha em seguida saindo dali.
— Esta ciente que foi imprudência agir daquela maneira não sabe?
Ígara diz a jovem.
— Com certeza sim! Mas, viu o que aquele jardineiro estava prestes a fazer se eu não tivesse o impedido?
Refletindo sobre tal assunto à mesma se põe em silêncio.
Sentadas em frente ao imenso lugar ambas se encaram sem trocar palavra alguma com a outra.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
— As vezes pergunto-me se em meio a tudo isso serei mais liberta dessas correntes pesadas.
Yasmin comenta.
— Como assim?
Perguntou a mulher.
— A vezes pergunto-me se por ser da realeza terei liberdade assim como aquele mendigo tem.
[ Continua...]
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 87
Comments