Tae Hyun chegou à mansão ainda fervendo de raiva. Ele subiu as escadas, cada passo ecoando sua frustração, e foi direto para o banheiro. Precisava de um banho para tentar esfriar a cabeça, mas as imagens de Lee Jun continuavam a invadir sua mente, como sombras persistentes que não lhe davam trégua. A água quente escorria pelo seu corpo, mas não levava embora a irritação que sentia. Em vez disso, parecia apenas intensificar sua confusão interna, tornando-o mais consciente de como estava se sentindo.
Enquanto ele estava sob o chuveiro, seus pensamentos começaram a se transformar em palavras, e ele reclamou em voz alta, como se pudesse expulsar suas frustrações dessa forma. “Aquele moleque... me rejeitou duas vezes. Como ele ousa? Medroso, chorão... Não consegue nem decidir o que quer!” Sua voz reverberava no banheiro, preenchendo o espaço com sua indignação, mas à medida que falava, percebeu que a raiva não estava apenas direcionada a Lee Jun; havia algo mais profundo que o incomodava.
De repente, ele ouviu um barulho na porta do banheiro. Virou-se, e seus olhos se arregalaram ao ver Lee Jun parado na entrada, hesitante, mas determinado. "O que você quer?!" Tae Hyun rosnou, a raiva transparecendo em sua voz. “Você me rejeitou duas vezes, porra! Me deixa em paz e vai embora, moleque!” Suas palavras cortantes eram uma defesa, um escudo para proteger suas próprias vulnerabilidades.
Mas Lee Jun não se moveu. Ao invés disso, ele deu um passo à frente, olhando direto nos olhos de Tae Hyun, apesar do constrangimento evidente em seu rosto. “Eu não vou embora. Eu quero falar com você,” ele disse, a voz trêmula, mas firme. Havia uma determinação nas palavras de Lee Jun que surpreendeu Tae Hyun, fazendo com que sua irritação diminuísse um pouco, embora a frustração ainda estivesse ali, ardente.
Tae Hyun bufou, ainda irritado, mas havia uma faísca de curiosidade em seu olhar. “O que você tem pra me falar, Lee Jun? Responde logo.” Sua postura desafiadora ocultava um crescente interesse pelo que o garoto tinha a dizer, algo que ele não queria admitir.
Lee Jun respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. “Eu... eu não quero ficar com você porque eu estou com medo de sofrer,” ele começou, sua voz quebrando um pouco. “Eu tenho medo de que você faça a mesma coisa que meu ex fez comigo. Tae Hyun, eu só preciso de um tempo. Estou confuso, é só isso.” As palavras de Lee Jun eram sinceras e pesadas, ecoando na mente de Tae Hyun como um chamado à empatia que ele não esperava sentir.
Por um momento, o banheiro ficou em silêncio, apenas o som da água caindo preenchendo o espaço. Tae Hyun ficou parado, surpreso com a honestidade de Lee Jun. A raiva em seu peito começou a se dissipar, substituída por algo mais profundo, algo que ele não queria admitir. A vulnerabilidade do garoto tocava algo em seu interior, uma parte de si que ele havia se esforçado para manter enterrada.
Ele não sabia o que responder de imediato, mas sabia que as coisas entre eles estavam longe de serem simples. O confronto que ele esperava não veio. Em vez disso, havia apenas a vulnerabilidade de Lee Jun e a percepção de que ambos estavam lidando com suas próprias inseguranças. Tae Hyun percebeu que estava em uma encruzilhada, enfrentando não apenas Lee Jun, mas a si mesmo. O que aconteceria a seguir, ele ainda não sabia, mas pela primeira vez, sentiu que talvez fosse hora de parar de empurrar Lee Jun para algo que ele claramente ainda não estava pronto para enfrentar. A ideia de abrir mão do controle o aterrorizava, mas, naquele instante, ele sabia que precisava tentar entender o que estava acontecendo entre eles, em vez de forçar um caminho que poderia apenas machucar os dois.
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