Fada: "após seu ferimento, Mandra ficou quase um ano inteiro inconsciente apenas para se recuperar do ferimento que Balahou causou"
Yana: pera, pera, pera...
Esmeralda: o que foi agora?
Yana: aí, o nome do meu pai era Baiji. Só pra ter certeza, esse mago negro líder dos outros era o meu...
Donovan: era o seu pai
Yana: caralho!
Esmeralda: olha a boca
Yana: as crianças já são grandes, podem ouvir palavrão
Rosana: e nosso neto?
Yana: eita, esqueci dele
Lúcia: ele é tão fofo! Posso segurar?
Doyo entrega o filho para a irmã
Fada: podemos continuar a história?
Yana: claro, diz aí. Meu pai é mau, explica direito
Voltando para o passado, mas antes dos eventos da guerra, Mandra está dormindo debaixo de uma árvore, mas com um rosto totalmente diferente, e parecendo um jovem adolescente de pele branca
Voz: parece muito cansado, meu amigo
Ele abre os olhos e encontra um homem calvo, mas com uma longa barba
Mandra: Jidas... Eu dormi por muito tempo?
Jidas: não, nada disso, só se passou alguns segundos
Os dois se sentam lado a lado e observam as pessoas e as fadas interagindo uns com os outros
Jidas: é belo, não é?
Mandra: o quê exatamente?
Jidas: a paz. Já imaginou um mundo onde as pessoas podem interagir entre si desta maneira? Sentados próximos uns aos outros, tendo conversas saudáveis, ensinando as crianças o que é bom e cuidando do verde da terra
Mandra: se é um mundo onde você imagina isso, meu amigo, então também imaginarei e lhe ajudarei a construir
Jidas ri
Jidas: Mandra, eu fico profundamente feliz por sua amizade. Se não fosse por você, jamais seria ouvido por eles
Mandra: sua paixão pela humanidade e pelas fadas é o que fez eles te ouvirem, meu amigo, eu não tive nada haver com isto
Jidas: teve sim. Mandra, você não imagina o quanto de ódio e terror acontece por esse mundo, não apenas aqui, mas em muitas outros lugares, além das estrelas. A falta de esperança, a falta de amor, tudo onde a bondade falta é terrível...
Mandra: tenho certeza que aqui será diferente, meu amigo
Jidas: eu espero que sim, e com pessoas que nem você, a bondade e o amor irão reinar
Se passam dias, e numa noite repleta de tempestades, com nuvens raivosas e trovões poderosos, Mandra vê Jidas sendo crucificado, e a única coisa que consegue sentir é fúria e tristeza. Voltando para os tempos da guerra, o coração de ouro sai de dentro da terra e reconstrói seu corpo
Mandra: Fada da terra... Onde eu estou?
Fada: está em um local seguro, Mandra
Quando ele olha ao redor, Mandra percebe que está em um antigo templo de adoração às fadas e nota algumas delas voando pelo lugar
Mandra: quanto tempo eu precisei descansar?
Fada: sete meses
Mandra: sete meses? Espera, o que houve com os magos negros?
Fada: aconteceu muita coisa durante o tempo que esteve se recuperando
Mandra: então me conte
Ele se levanta e faz uma nova roupa
Fada: uma catástrofe aconteceu
Mandra: que catástrofe?
Fada: durante estes anos, os industriários estavam criando uma capital para eles, onde a chamavam de Monetom. Várias de suas fábricas e outras coisas poluentes estavam se concentrando no lugar, e várias pessoas estavam indo para lá para se abrigarem e ajudarem na guerra
Mandra: os magos atacaram o lugar?
Fada: não os magos comuns, e sim... Os magos negros
Mandra: o que eles fizeram?
Fada: os magos negros destruíram completamente a capital. Milhares de vidas foram perdidas
Mandra: não...
Ele cai de joelhos e se lamenta
Mandra: porquê... Por que não estava lá para impedir isto?
Fada: estava ferido, coração de ouro. Se enfrentasse os magos negros nas condições que estava, uma coisa ainda pior poderia ter acontecido
Mandra: eles mataram inocentes, Fada da terra, inocentes!
Fada: isso é uma lástima, mas através de tragédias, pode nascer um pingo de esperança
Mandra: como haveria esperança nisso?
Fada: os magos se compadecem com a dor dos industriários, e juntos, formaram uma aliança para caçarem seus inimigos. Se tudo der certo, essa guerra pode ser resolvida mais rápido do que imaginamos
Mandra: ainda sim... Não eram necessárias milhares de mortes para que ambos os lados se entendessem
Fada: se for te reconfortar, eu cavei os corpos e os entreguei para ambos os lados, para que tivessem enterros dignos
Mandra: bom... Muito bom, Fada da terra
Mandra caminha pela floresta, e quando olha para cima, vê um raio do sol refletindo uma pequena área da floresta
Mandra: está tentando me mandar algum sinal, Jidas?
Ele olha ao redor e vê como a área é espaçosa
Mandra: Fada da terra, poderia me arranjar uma muda de árvore?
A Fada aparece com a muda, a entregando na mão de Mandra
Fada: o que irá fazer?
Mandra: essas árvores ao redor, foi você que as plantou?
Fada: na época que você me aprisionou... Não... Quando fui castigada por meu pecado... Você me pôs numa região árida, onde tinha apenas o templo de adoração e fadas abandonadas para me fazer companhia. O calor do sol era forte, e a seca era terrível, muitos animais estavam morrendo. Eu decidi coletar diversas plantas pelo mundo inteiro e plantar a vida nesta região
Mandra: você fez um ótimo trabalho
Fada: agradeço pelo elogio. Mandra, eu passei anos pensando no que fiz a Jidas, e a única coisa que posso dizer para você agora é... Me perdoe... Não quero que você desfaça minha maldição e nem nada, eu apenas... Gostaria que você me perdoasse
Ele olha para a muda de árvore
Mandra: vamos plantar essa pequena árvore juntos, que tal?
Fada: eu... Adoraria
Ela escava a terra e Mandra põe a muda, depois ela coleta água e rega a muda
Mandra: essa árvore crescerá muito um dia, será maior do que todas as árvores daqui
Fada: é apenas uma árvore comum, assim como as outras
Mandra: errado. Tudo na vida possui seu valor, e tudo se torna ainda mais precioso se der o seu amor por aquilo
Fada: coração de ouro...
Mandra: eu aprendi muito com meu falecido amigo, mas infelizmente, não aprendi suas lições de perdão tão bem quanto deveria. Eu amaldiçoei você e as outras fadas primordiais, e se Jidas tivesse visto o que eu fiz, teria vergonha de mim...
Fada: meu caro coração de ouro, o que fizemos a Jidas e o que você fez a nós não foi nada mais do que justiça
Mandra: ele pregava a justiça, mas jamais o rancor... Fada da terra, me perdoe...
Fada: eu nunca senti raiva de você, meu amado
Raízes de árvores se enrolam em Mandra, como se ambos estivessem se abraçando
FIM DO CAPÍTULO 5
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Atualizado até capítulo 93
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