Rotina e movimento

Diana, 23 anos

Thiago, 27 anos , Dia corrido no escritório.

Thiago estava atrasado. Sua manhã havia começado com uma série de reuniões intermináveis, e seu humor refletia o ritmo acelerado de sua vida. CEO de uma empresa de tecnologia em rápido crescimento, ele sempre estava com a agenda cheia e a mente em constante movimento. Ainda assim, naquela tarde, ao sair do escritório para uma pausa rápida, ele sentiu a necessidade de caminhar pelas ruas movimentadas da cidade.

Vestindo um terno casual e carregando sua maleta, onde seu inseparável notebook descansava, Thiago estava imerso em pensamentos sobre os novos projetos da empresa. Sempre correndo contra o tempo, ele pensava. As ruas estavam cheias, mas ele se sentia distante, alheio à agitação ao redor.

Então, do nada, o impacto.

Livros e cadernos caíram ao chão, e ele mal teve tempo de reagir. Quando olhou para frente, viu uma jovem de cabelos presos e expressão levemente aflita, apanhando rapidamente os itens que haviam caído. Ela se desculpou de imediato, e, por um instante, ele se perdeu no olhar.

Thiago se agachou para ajudar. O tempo pareceu desacelerar enquanto ele a observava, não apenas sua aparência, mas também a serenidade e a determinação que pareciam emanar dela. Diferente das mulheres que conhecia no ambiente corporativo, que sempre se apresentavam com confiança quase ensaiada, havia algo de genuíno naquela garota.

“Não se preocupe. A culpa também foi minha”, ele disse, com um leve sorriso.

Enquanto entregava os livros de volta para ela, algo curioso aconteceu: uma faísca que ele não conseguia explicar. O sorriso que ela lhe deu de volta, tímido e agradecido, deixou uma impressão inesperada em seu coração, algo que ele não sentia há muito tempo. A vida de Thiago sempre foi sobre controle, decisões racionais, mas esse breve momento de caos tocou algo mais profundo.

Ele seguiu seu caminho após o encontro, mas a sensação permaneceu. Quem era ela? pensava. A imagem da jovem continuou voltando à sua mente, mesmo enquanto tentava focar em outros assuntos. Ele sabia que, por mais breve que fosse aquele encontro, algo havia mudado — mesmo que ainda não pudesse entender o que.

Naquela mesma noite, após um dia longo e exaustivo, Diana se encontrou com Gustavo em um café próximo à faculdade. O lugar tinha se tornado um refúgio para ambos — um espaço onde podiam relaxar e conversar, fugindo da correria da vida. O cheiro de café fresco preenchia o ar, e o ambiente acolhedor parecia o único lugar onde Diana podia respirar fundo.

“Você está com uma cara péssima”, Gustavo comentou com um sorriso leve, enquanto ela se sentava em frente a ele com uma xícara de chá.

Diana riu sem humor, esfregando os olhos. “Estou esgotada, Gus. Entre o trabalho no café e as aulas na faculdade… às vezes, parece que estou à beira de desmoronar.” Ela olhou pela janela, vendo as luzes da cidade piscando à distância. “Eu sei que estou fazendo isso por uma razão — minha mãe, meus irmãos — mas tem dias que é tão difícil. Às vezes, sinto que não consigo.”

Gustavo inclinou-se na cadeira, o olhar sempre preocupado. “Eu sei, Dianinha, você carrega um peso muito grande nas costas. Mas, sinceramente, você é a pessoa mais forte que eu conheço. Só… não se esqueça de cuidar de você também.”

Diana suspirou, mexendo distraidamente no chá. “Cuidar de mim… nem sei mais o que isso significa. Sempre estou pensando em como pagar as contas, em como ajudar minha mãe. Às vezes, me pergunto se algum dia vou conseguir me dedicar só a mim.”

Gustavo ficou em silêncio por um momento, observando-a. Ele queria dizer mais, queria confessar que seu amor por ela sempre esteve ali, em cada palavra de apoio, em cada sorriso que lhe dava, mas sabia que Diana não via dessa forma. E ele não queria complicar as coisas. Ela já tinha problemas o suficiente.

“Olha, sei que a vida está corrida e pesada agora, mas você é brilhante. Vai se formar e conseguir ser a médica que sempre sonhou. E quem sabe, um dia, você vai poder respirar sem tanto peso nas costas.”

Diana sorriu, um sorriso pequeno e cansado, mas genuíno. “Obrigada, Gus. Eu realmente não sei o que faria sem você por perto.”

E, por mais que as palavras de agradecimento fossem sinceras, Gustavo sabia que elas vinham sem o sentimento que ele tanto desejava ouvir. Mesmo assim, estava decidido a ficar ao lado dela, como sempre fez. Talvez um dia, ela o visse com outros olhos. Mas, por enquanto, ele se contentava com o papel de amigo.

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DreamHaunter

DreamHaunter

Curiosa por tudo!

2024-10-21

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