Férias de Sangue Episódio 1

O som das rodas do carro ressoava pelo caminho de terra enquanto o grupo de amigos avançava em direção à cabana na floresta. A estrada sinuosa estava cercada por árvores altas e densas, lançando sombras escuras sobre o carro à medida que o sol se punha lentamente no horizonte.

Matheus

Tem certeza de que estamos no lugar certo? Isso aqui tá começando a parecer o cenário de um filme de terror.

Ellie

Relaxa, Matheus. De acordo com o GPS, estamos a menos de um quilômetro. Vamos chegar antes que fique totalmente escuro.

Zara

E depois eu que sou a dramática.

O grupo trocava olhares ansiosos enquanto avançavam pela trilha, até que avistaram a cabana à frente – uma construção de madeira desgastada, com uma varanda simples e janelas antigas. Eles desceram do carro, respirando fundo o ar úmido e fresco da floresta.

Lívia

Finalmente! Já estava ficando enjoada desse carro.

Ayalla

Essa cabana poderia ser melhor... Parece que foi construída no século passado.

Eduardo

Tenho certeza de que foi. Quem quer apostar que não vai ter água quente?

Ellie riu e balançou a cabeça, liderando o grupo em direção à entrada. Ao abrirem a porta, foram recebidos por um homem de aparência robusta, vestido com roupas de flanela e uma barba grisalha por fazer. Ele estava apoiado no batente da porta, com um olhar desconfiado.

Bob

Vocês são os jovens que alugaram esta cabana, não é?

Jake

Sim, somos nós. Desculpe a demora. A estrada não ajudou muito.

Bob olhou para cada um deles, demorando-se um pouco mais em Ellie, antes de fazer um sinal com a cabeça para que entrassem.

Bob

Bom, meu nome é Bob sejam bem-vindos. Mas escutem uma coisa: evitem sair de noite. Há uma lenda antiga por aqui... Dizem que um espírito faminto, o Wendigo, perambula pela floresta em busca de presas. Não sei se acreditam nessas coisas, mas recomendo que fiquem seguros.

O grupo trocou olhares intrigados. Matheus parecia conter o riso, enquanto Eduardo já demonstrava um desconforto visível.

Eduardo

Tá falando sério? Ou isso é só pra assustar turistas?

Bob

Acreditem no que quiserem, mas os gritos que se ouvem à noite não são de animais comuns.

Sem mais explicações, Bob saiu da cabana, fechando a porta com um estalo. O silêncio que se seguiu parecia pesar sobre o grupo, enquanto eles tentavam processar as palavras do guardião.

Zara

Isso foi... estranho. Vamos explorar um pouco antes de escurecer?

Ellie

Talvez seja melhor não arriscar. O velho parecia estar falando realmente sério.

Ayalla

Ah, Ellie, não me diga que tá com medo de uma historinha falsa dessas! Vamos lá, não seja chata. Ou você vai ficar aqui sozinha?

Sentindo-se desafiada, Ellie suspirou, resignada.

Ellie

Tudo bem, mas não vamos nos separar. Ficamos juntos o tempo todo.

Apesar das palavras de Ellie, o grupo se dispersou rapidamente, cada um indo em direções diferentes para explorar as cabanas abandonadas próximas. Ellie acabou indo com Lucas para uma das cabanas mais afastadas.

Ellie

Você realmente acha que tem algo perigoso por aqui? Ou Bob só estava tentando assustar a gente?

Lucas

Sei lá, mas algo nesse lugar me deixa inquieto... De qualquer forma, melhor darmos uma olhada rápida e voltarmos para os outros.

Eles começaram a vasculhar a cabana, e Ellie sentiu um arrepio correr por sua espinha. A sensação de estar sendo observada era quase palpável. Quando se virou para falar com Lucas novamente, ele não estava mais lá.

Ellie

Lucas? Lucas, cadê você?

O silêncio opressivo tomou conta do lugar, e o coração de Ellie começou a bater mais rápido.