À medida que a manhã se despedia da noite, a luz dourada do sol começava a infiltrar-se por entre as copas das árvores, criando um mosaico de sombras e luz sobre o solo da floresta. Clara caminhava pela trilha estreita com passos leves e cuidadosos, os pés envoltos em botas de couro gastas que haviam conhecido muitos caminhos. Ela estava em busca de algo que nem mesmo sabia o que era exatamente—uma sensação, talvez, ou um destino que não se deixava descrever com palavras comuns.
O bosque que ela atravessava tinha um encanto particular. Cada árvore parecia ter uma história para contar, e cada folha que caía parecia dançar ao som do vento sussurrante. Clara sentia-se em paz ali, como se o mundo lá fora tivesse se desvanecido e ela estivesse mergulhada em um conto de fadas.
Enquanto caminhava, Clara de repente sentiu um frio na espinha, como se estivesse sendo observada. Ela parou por um momento, tentando acalmar a respiração acelerada e escutando o silêncio ao seu redor. A floresta estava calma, mas algo estava diferente. Havia uma sensação de expectativa no ar.
De repente, um som suave e quase inaudível começou a se aproximar. Era um som de passos, mas muito leves e sutis. Clara virou-se lentamente e avistou uma clareira à frente, onde a luz do sol parecia mais intensa e dourada. Sem pensar muito, ela avançou em direção ao local.
Ao chegar à clareira, Clara ficou sem fôlego com o que viu. No centro da abertura, um lobo de pelagem prateada estava deitado, com um olhar profundo e enigmático. Seus olhos eram de um azul penetrante, como dois safiras que brilhavam com uma intensidade quase sobrenatural. O lobo não parecia ameaçador; ao contrário, havia uma qualidade quase mística em sua presença.
Clara ficou paralisada, observando o lobo. Ele levantou a cabeça lentamente e seus olhos encontraram os dela. Por um momento, o tempo parecia parar. Clara sentiu um laço invisível se formar entre eles, uma conexão que transcendeu palavras e pensamentos. Era como se ela pudesse sentir os sentimentos e a história do lobo sem precisar de comunicação verbal.
O lobo se levantou com graça e começou a andar lentamente em direção a Clara. Ela se manteve firme, sem se mover, seus olhos ainda fixos nos dele. Quando o lobo estava a poucos passos dela, ele parou e, com um gesto surpreendente, se inclinou um pouco como se estivesse fazendo uma reverência. Era um gesto de respeito, como se ele reconhecesse algo de especial nela.
Clara, movida por uma força que não entendia bem, se abaixou lentamente, estendendo a mão em um gesto de amizade. O lobo hesitou por um momento e, então, se aproximou ainda mais, tocando delicadamente a ponta dos dedos de Clara com o focinho. A sensação foi electrizante, como se uma corrente de energia percorresse o corpo dela.
O lobo então se sentou e parecia estar esperando por algo. Clara, ainda sem saber o que dizer, se sentou no chão da clareira, sentindo a suavidade da grama sob ela. Olhando para o lobo, ela percebeu que havia algo de profundamente sábio e antigo nos seus olhos, algo que parecia entender e reconhecer a própria essência dela.
Eles ficaram ali por um bom tempo, em uma tranquilidade que parecia estar além da realidade comum. A clareira era um lugar mágico, um espaço onde o tempo e o espaço pareciam ter seus próprios ritmos. Clara e o lobo compartilhavam um silêncio confortável, onde palavras não eram necessárias.
O sol continuava sua jornada pelo céu, e as sombras mudavam de forma. A clareira era iluminada por um brilho suave e dourado, e Clara sentia que estava fazendo uma conexão que não tinha explicação lógica. Era uma sensação de pertencimento, de estar onde se deveria estar.
Finalmente, o lobo se levantou e deu um passo para trás, como se estivesse convidando Clara a acompanhá-lo. Clara hesitou por um momento, mas então se levantou e seguiu o lobo enquanto ele começava a caminhar para fora da clareira. A jornada deles era silenciosa, mas carregada de significado. Clara sentia que estava prestes a descobrir algo profundo e transformador, algo que mudaria sua vida para sempre.
O lobo a guiou por um caminho que Clara nunca havia visto antes, uma trilha que serpenteava por entre árvores antigas e pitorescas. Cada passo que davam juntos parecia estar levando-os para um destino desconhecido, mas de alguma forma familiar. A floresta ao redor parecia se abrir para revelar segredos escondidos, e Clara estava ansiosa para descobrir o que estava por vir.
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Atualizado até capítulo 120
Comments
Ara Mae Alisoso Engbino
Fiquei superempolgada com esse livro, recomendo muito!
2024-09-13
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