Capítulo 1

Visão, Alec Dias

Estou sentado na minha cama, esperando aquele idiota chegar. Como sempre, o Jonathan está atrasado. Provavelmente ele se esqueceu ou acordou tarde, acho que está mais para a primeira opção, não tem ninguém mais esquecido que ele em relação a datas, e olha que eu falei sobre isso a semana inteira.

Sinceramente, eu não sei como ele é meu melhor amigo, mas por mais maluco que ele seja, ele é um ótimo amigo, meu único na verdade, também tem a Cathy, mas a minha amizade com o Jon supera a dela.

Ele é só alguns meses mais velho, mas isso já é o suficiente para ele me tratar como um irmão mais novo, mesmo ele parecendo mais novo pela sua mentalidade, mas ele sempre me defendeu. Uma vez no ensino fundamental, ele quebrou o braço brigando com um garoto que havia me batido, eu achei muito fofo da parte do Jon, e a partir dali não nos separamos mais, sempre fomos melhores amigos, mas depois daquilo ele se tornou bem mais atencioso, como se aquela discussão tivesse fortalecido a nossa amizade.

- Cheguei, baby! - ele falou da porta do quarto, fazendo uma carinha inocente.

- Muito lindo para a sua cara! - reclamei, me levantando da cama com os braços cruzados.

- Já estava com saudade? - brincou e se aproximando e sorrindo.

- Nem vem! - vou andando de costas para a cama.

- Vem aqui, meu bebê. - chamou, levantando os braços como se fosse me abraçar.

- Não, Jonathan... - alerto, mas acabei caindo sentado na cama, e é claro que ele veio para cima de mim.

- Eu estava com saudades! - disse, deitado por cima de mim, me abraçando.

- Mas eu não, eu te vi sexta, sai de cima!

- Não, aqui está bom, e faz tempo que eu não te perturbo pessoalmente, ontem a gente não se viu.

- Podemos conversar sentados igual duas pessoas normais? Você é muito pesado. - reclamei e em seguida ele fechou a cara.

- Você por acaso está me chamando de gordo? Agora que eu não saio mesmo! - ele afundou sua cabeça no meu pescoço.

- Não, você não é gordo, mas você malha e faz parte do time, isso te deixa pesado! - expliquei.

- Hm, está me chamando de gostoso então? - me olhou e sorriu de lado.

- Idiota! - acabo rindo. Não consigo ficar com raiva de verdade. - Sai logo vai.

- Daqui a pouco...

- Nem vou perguntar. - minha mãe apareceu na porta - Mas vocês não iam à livraria?

- A gente vai, assim que o gato aqui sair de cima de mim! - insinuei.

- Tá vendo tia, ele me chamou de gato. - ele sorriu para a minha mãe.

- Besta. - ela riu - Sai de cima dele, Jona, antes que ele morra esmagado. - mandou.

- Por que todo mundo me acha gordo? - e ele finalmente se levantou.

- Você não é gordo, meu amor, mas tem um corpo másculo, isso pesa, sabia? - explicou e saiu do quarto.

Ariana Dias, minha mãe, já estava acostumada com as loucuras do Jon, afinal ele vem aqui desde sempre. Ela já nos pegou em algumas situações bem constrangedoras, mas nunca falou nada, diferente da nossa amiga Cathy que diz que eu e o Jon combinamos, eu não concordo, mas quando ela põe uma coisa na cabeça é difícil de tirar.

- Acho que você deveria entrar no time também, baby - ele diz e volto minha atenção para ele.

Isso é outra coisa bem constrangedora, os apelidos, esse é o mais usado "baby", mas tem vários outros, eu o chamo apenas de Jon, mas sou o único que pode chamá-lo assim.

- Já falamos sobre isso, não tem nada a ver comigo e também você não iria me deixar fazer amizades. - falo, revirando os olhos. Jonathan costuma ser bem ciumento quando algum garoto tenta se aproximar de mim.

- É verdade, mas dependendo de quem for, talvez eu divida um pouco de você, ou não... - insinuou.

- Você não me deixa ter mais amigos, mas você pode, é cheio de gente a sua volta!- fiz drama. Mas eu realmente não me importava com isso.

- Mas você sabe que é o meu único melhor amigo, e eu também não quero que ninguém te machuque.

- Como se você não fosse me defender. - falei, revirando os olhos, mas deixando um sorrisinho escapar.

- Claro que eu vou, sempre. - confessou e foi em direção a porta. - Agora, podemos ir?

- Até que enfim! - saímos do meu quarto e descemos as escadas.

Nos despedimos da minha mãe e saímos de casa, íamos para a inauguração de uma livraria e depois ao nosso café favorito nos encontrar com a Cathy.

...

- Chegamos, amor - falou ele, desligando o carro.

- Sem apelidos lá dentro, por favor. - peço, tirando o cinto de segurança. Ele assentiu, saímos do carro e entramos na livraria e de longe avistei um romance.

- Achei! - falei entusiasmado e vou até o livro "A Culpa É Das Estrelas", o pegando. Sou muito fã do filme, então imagino que o livro seja melhor ainda.

- Não é melhor procurar mais? Talvez você encontre outro que você goste mais.

- Tudo bem, mas não vou soltar esse, vamos ver ali. - apontei e fui em direção a outros livros de romance, já que era o meu gênero preferido. Jonathan ficou apenas me seguindo e às vezes me dando alguma sugestão.

Nós olhamos várias partes da livraria, mas eu acabei escolhendo o primeiro que eu vi, já que eu só queria levar um, depois fomos ao caixa para pagarmos e finalmente irmos ao café.

- Deixa que eu pago. - Jon ofereceu, já pegando a sua carteira.

- Não precisa. - nego fazendo o mesmo.

- Precisa sim, para compensar da gente não ter se visto ontem e eu ter te atrasado.

- Não precisa Jon, eu já disse que eu pago.

- Para de ser chato, aceita como um presente de desculpas. - insistiu.

- Deixe seu namorado pagar para você, homens assim estão em falta, sabia? - a atendente falou, sorrindo para mim.

- Não somos namorados, mas mesmo assim, eu vou pagar. - ele pegou o dinheiro e entregou a ela de uma vez, antes que eu negasse novamente.

- Obrigado, me desculpem, eu pensei que... - a interrompi.

- Não se preocupe, está tudo bem. Você não é a primeira e nem será a última. - a tranquilizo. - Vamos indo, Jon? - ele assentiu. - Tchau moça, tenha um bom dia.

- Obrigado, para vocês também! - respondeu sorrindo.

Saímos de lá e fomos para o carro.

- Deixa que eu abro a porta para o meu namorado. - ele riu, passando por mim e abrindo a porta do carro.

- Idiota, por que você sempre faz papel de namorado? - reclamei, mas entrei no carro.

- Hm, porque talvez eu seja quase isso... - respondeu sorrindo e deu a volta no carro, para se sentar no banco do motorista. Ele deu partida e fomos em direção ao café.

Era sempre a mesma coisa...

—

N/A: Hey! Primeiro de muitos capítulos!

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Enfim, até a próxima, queridesও

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