CAPÍTULO 01

São Paulo, capital

Daniel Menezes, 26 anos.

Em um dia qualquer saindo do seu trabalho por volta das 18:48 da tarde, Daniel se depara com uma moça sentada na calçada, bem em frente ao consultório onde ele trabalhava, a moça estava chorosa e se tremendo de frio, ele não pensou duas vezes e logo se aproxima perguntando se a garota precisava de ajuda.

Thalia soluçava ao mesmo tempo em que se tremia de frio, era início de mais uma noite gelada na capital de São Paulo.

Daniel: Moça, você está bem? Está perdida?

Ela era linda, os cabelos loiros e sedosos, olhos bem clarinhos, uma beleza exuberante, que não passou desapercebida por ele.

Thalia: Não...não estou perdida moço, obrigada!

Daniel: Tá muito frio, você pode pagar uma pneumonia se continuar aqui fora, venha comigo!

Ele estende a mão para ela.

Daniel: Meu nome é Daniel, não se preocupe, não vou te fazer mal, só quero te ajudar!

Ainda meio temerosa, ela se levanta com a ajuda dele e ao ficar de pé ele nota um pequeno volume na sua barriga.

Thalia: Me chamo, Thalia!

Daniel : Vem comigo, tem uma lanchonete aqui perto, está com fome?

Thalia: Um pouco...mas não quero atrapalhar, você deve ter alguém te esperando em casa!

Daniel: Não se preocupe, sou só eu e Deus, não há ninguém esperando por mim!

Ela então aceita ir com ele à lanchonete, até então ele estava um tanto intrigado, como uma moça como ela, tão linda, grávida e bem arrumada estaria fazendo a essa hora sozinha no meio da rua.

Daniel é médico-cirurgião dentista e trabalha num consultório odontológico renomado no centro de São Paulo, no qual também é dono.

....

Os dois se encaminharam até à lanchonete, que assim como ele havia dito era bem pertinho, eles entram e ele pede que ela se sente numa mesa enquanto ele fazia os pedidos, ela se encolhe na cadeia e fica cabisbaixa, de longe ele ficou observando-a com muitos questionamentos em sua cabeça.

Atendente: Aqui está o pedido, senhor!

Daniel: Obrigado!

Ele pega tudo e leva até ela, sentando-se de frente para ela logo em seguida.

Daniel: Pode comer, gosta de esfiha?

Thalia: Gosto sim, obrigado!

Ela começa a comer sem nenhuma cerimônia, parecia estar morrendo de fome, ele fica apenas observando-a, com muita vontade de perguntar o que se passa, mas preferiu não ser enxerido e inconveniente, se ela quisesse contar ele estaria pronto para ouvir.

Thalia: Você não vai comer?

Daniel: Não, estou sem fome, comprei pra você!

Thalia: Muito obrigada, nem sei como agradecer pela ajuda...

Daniel: Não precisa agradecer, estou fazendo de bom coração!

Ela sorri fraco e leva as vistas na sua barriga.

Thalia: Você deve estar me achando uma completa maluca, né?

Daniel: Não, por que acharia?

Thalia: Bem...eu

Ela para de falar e baixa a cabeça já com lágrimas nos olhos.

Daniel: Não precisa dizer nada se não quiser, eu entendo!

Thalia: Não, eu...eu quero contar...

Daniel: Tudo bem, estou aqui para ouvi-lá sem julgamentos, eu prometo!

Thalia: Eu estou sozinha...todos me abandonaram!

Daniel a olha atentamente prestando total atenção.

Thalia: Eu confiei na pessoa errada e acabei engravidando...os meus pais não aceitaram e eu precisei fazer uma escolha!

Daniel: Não diga que é o que estou pensando?

Thalia: Um aborto, ou a rua...( Chora)

Daniel sente o seu peito apertar e um nó se formar na sua garganta, a vontade de abraçá-la nesse momento bateu forte, mas ele se controlou, não queria ser invasivo a esse ponto.

Thalia: Eu sei que errei, mas meu bebê não tem culpa dos erros da mãe, eu não tive coragem de cometer uma barbaridade dessas...

Daniel: Senhor...que crueldade com você Thalia, te colocaram entre a cruz e a espada, você foi muito corajosa!

Thalia: Os meus pais sempre foram muito rígidos comigo, eu nunca fui de dar trabalho a eles, mas comecei a me envolver com um cara da faculdade, ele me disse coisas bonitas, coisas que eu nunca tinha ouvido antes...nos envolvemos e fomos descuidados, acabou resultando numa gravidez que segundo ele a culpa era somente minha...ou seja, cá estou eu, sem casa, sem família, sem dinheiro, não tenho mais ninguém além dessa criança que cresce dentro de mim!

Daniel: Você não está sozinha, Deus está com você, Ele está sempre está ao nosso lado, basta ter fé e clamar por Ele!

Thalia: Deus? Você acha mesmo que Deus olha para mim?

Daniel: Claro que sim, Ele olha por todos, seja grande ou pequeno, rico ou pobre, para Deus somos todos iguais, Ele não faz acepção de pessoas!

Thalia: Nossa, ninguém nunca falou de Deus assim pra mim com tanta convicção! Você é cristão?

Daniel: Sou sim, evangélico desde o berço!

Thalia: Uau...bem que eu percebi uma luz em você, não entendi muito bem, mas agora faz todo sentido!

Daniel: Você pode ter essa luz também, basta aceita-lo como o seu único e suficiente salvador, e o Espírito Santo de Deus passará a fazer parte da sua vida diariamente!

Thalia: Eu? Acho que não, não me sinto nenhum pouco dinga disso, sou falha demais... Bem, eu vou indo, mas agradeço mais uma vez pela ajuda!

Ela se levanta para sair, mas ele toca o seu braço e nesse momento ambos se estremecem com o toque.

Daniel: Para onde você vai? Acabou de me dizer que não tem mais casa e nem ninguém...

Thalia: Ah eu vou dar um jeito, vou procurar um abrigo, existem alguns por aí, não deve ser tão difícil!

Daniel: Por favor, deixe eu te ajudar, venha comigo, eu moro sozinho num apartamento, tem dois quartos sobrando, você pode ficar em um, eu prometo que não vou lhe fazer mal algum, só quero te ajudar, de maneira nenhuma vou deixar você sozinha na rua, existem muitas pessoas más por aí, é muito perigoso para uma mulher! Desculpe, não é machismo da minha parte, mas é realmente muito perigoso!

.

.

Thalia Campos, 21 anos

.

.

.

.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***