Danke, papa.
O garoto se aproximou da mulher dando-a um papel.
Yren
Bem, o professor disse que os testes deviam ser assinados, mãe nunca quis assinar.
Eu estarei prejudicado.
Melia
Eu mal consigo-te escutar, e eu não vou assinar isso.
Peça ao seu pai!
"Peça ao seu pai!" É sempre o que a mulher respondia, sabendo bem que o pai do menino só aparecia as vezes, se aproveitava disso.
Yren esticou seus braços e percebeu que estava sonhando, suspirou profundamente.
E sem demora ouviu batidas na porta.
Melia
Levante a rabo daí e saia.
Eu preciso da casa sem você.
De manhã, sempre que dava sete horas, acordava o filho para sair, mesmo que fosse final de semana.
Yren preferia assim, quem gostaria de ver a mãe rodeada de gente nojenta, fazendo coisas impróprias?
Yren
(Eu não gosto desse nome, me traz uma sensação estranha.
Sempre que escuto.)
É o nome que ele sempre tem em todas as vidas, como não sentir isso?
Yren sentou-se em baixo de uma árvore e usou os seus óculos escuros para poder fechar os olhos.
Um senhor estava a passar por perto e observou o menino Ali deitado e aproximou-se.
???
Eu costumava deitar aqui quando era mais novo, fico relaxado ao ver outra pessoa fazendo isso.
Falou baixo, com dificuldades.
Nota-se que era voz de um idoso.
Yren escutou tudo, pois gosta de ouvir vozes baixas, como a dele.
Mateus
Eu sou Mateus, meu rapaz.
Vou fazer-lhe uma companhia hoje.
Como se chama? Aliás.
Senhor Mateus tinha um sotaque português, Yren estava acostumado com tal sotaque, o seu psicólogo falava assim.
Tirou os óculos e olhou para o velho à sua frente.
Mateus
Sabe, não se preocupe tanto com a vida. Ela surpreende-nos!
Vale ficar preparado do que desanimado, entende?
Yren respondeu um sim, com a cabeça, a cada frase dita pelo velho, ele respondia assim.
Mateus
Já passou muito tempo, meu rapaz.
Tomarei o meu caminho.
Yren percebeu uma silhueta ao seu lado, quando virou não viu nada. Mas não era a primeira vez que sentia isso, já era esperado.
Yren
pergunto-me-quando…irá se mostrar.
Levantou e tomou o seu caminho de volta para casa, já era noite e estava a chuviscar e apressou-se.
Bateu a porta duas vezes e a sua mãe não abriu, como esperado.
Então, ficou sentado na porta e abraçou as suas pernas.
Levantou a cabeça e relaxou o rosto assim que viu seu pai.
A seguir, pegou na mão do mesmo e levantou.
Akan
Eu não avisei que viria.
Yren, o que houve?
Minutos depois Melia abriu a porta e deixou que os dois entrassem.
A mesma fechou a cara, nunca gostava das visitas do ex-marido, e desejava que o seu filho nunca voltasse.
Melia
Akan, já disse para você avisar quando estiver vindo.
Esqueceu que está não é sua casa?
Akan pegou no braço de Yren e acompanhou-o até o quarto, fechou a porta sentou-se na cama convidando o filho para sentar junto.
Akan
Yren, feliz aniversário.
Não apareci ontem, mas fiz meu esforço!
*O mais velho abraçou o rapaz e beijou a testa do mesmo*
Yren
Yren fica agradecido por pai aparecer hoje.
*recebeu o abraço assim como o beijo tranquilamente.*
(saudades disso..)
O homem tirou uma caixa do seu bolso, um celular.
Akan
Lembro da vez em disse que eu só podia dar-te presentes pequenos para caberem no seu bolso, acredito que esse cabe.
Yren recebeu e abraçou seu pai novamente, era o primeiro celular que teve.
Akan
Yren está crescendo, fico feliz por isso!
Yren
Danke, Papa. (obrigado, pai.)
Akan
Gern geschehen, mein Junge, du hast es verdient. (de nada, filho. você merece.)
Pai de Yren era Alemão, e Yren gostava de se comunicar assim com ele.
Yren
Pai, porque eu não moro com o senhor? Eu não entendo.
Akan
Não se preocupe, daqui há pouco, você estará morando comigo.
Yren apontou papéis no chão, eram seus testes não assinados.
Levantou e pegou todos pousando na cama e entregou uma caneta para seu pai.
Yren
Faltam algumas semanas para o ano acabar, preciso de notas no livro, né? Assine, por favor, papa.
Akan
Sua mãe?
Ah, deixe para lá.
Vou assinar.
Yren sorriu mínimo e ficou sentado ainda.
Novamente, sentiu alguém atrás de si e não falou nada, podia ser loucura afinal.
Ser coisa da cabeça dele de quê ele nunca esteve sozinho.
O pai terminou de assinar e teve que sair e Yren se encontrava sozinho naquele inferno novamente.
Yren
(Não o entendo o porquê de eu estar aqui, ele me rejeita? )
Dormiu sobre os seus pensamentos, sem comer, sem tomar banho, exausto.
???
É o último dia na escola esse ano, Yren.
Como se sente.
Yren
Sentirei a sua falta, como terei terapia de graça?
Gabriel
Ahhh, Yren.
Pensei que não gostasse de conversar comigo, sou um psicólogo chato.
Yren
Mas não é, Senhor Gabriel.
Não é para mim.
Yren viu uma sombra na janela e correu logo para lá.
Yren negou um "nada" com a cabeça e sorriu meigo antes de sair.
Melia
Chegou? Para o que, Akan?
Akan
Vim levar o meu filho, Melia.
Acabaram as aulas, ele deve passar tempo com o pai.
Melia
Ah!? por favor.
Faz dez anos que eu moro com ele sozinha, e você só visita ele duas vezes por ano.
Como se atreve?
Akan
Não tente fingir de boa mãe na minha frente, está bem óbvio que ele não gosta da sua companhia.
Akan
Como quiser.
YREN!
*Chamou subindo às escadas*
Yren arrumou sua mala apressadamente depois de seu pai ter lhe falado sobre as férias com ele, e ele estava ansioso para ver a madrasta novamente, na primeira vez que viu ela, foi bem tratado. Yren podia não demonstrar, mas estava feliz.
Ele e o pai tiraram fotos no celular novo também, alguns vídeos e Yren sorriu como como se tivesse cinco anos apenas, naquele quarto criou algumas memórias boas, pelo menos..
Melia
Não se esqueça da sua mãe, é só um mês de férias, ano que vem você volta.
Akan
Pare com isso, Melia.
Já disse que ele não voltará!
Melia
É isso que vamos ver! Você só quer que aquela nojenta faça ele esquecer de mim, Akan!
Akan
Pare com isso, está agindo como se eu tivesse traído você com ela.
Melia
Hã, eu nem duvido de você.
Akan
Pois então fique assim.
Yren seguiu seu pai e entrou no carro rapidamente.
Lá atrás, a mãe parecia uma louca gritando, mas Yren não entendia o porquê, afinal ela só maltratava ele e desejava-o sempre o pior.
Akan
Pode suspirar fundo agora, meu filho.
Está livre dessa louca.
Yren contou tudo ao seu pai no dia antes do aniversário.
levara o celular do senhor Gabriel emprestado, o psicólogo.
Então escreveu algumas coisas que passava em casa, o quanto sentia falta do pai e de como queria poder presenciar o crescimento dos irmãos mais novos (a madrasta estava grávida).
Então, quando o pai viu, planeou a mudança do menino e tratou de tudo.
autora
E aí, estão gostando?
Comments