Capítulo 4

Hoje cheguei a Moscovo depois de uma longa viagem pela América Latina a inspecionar as empresas da família e a aproveitar para procurar a minha companheira.

Sou Erick Petrovi, filho único do casal Ivanov Petrovi e Daisi De Petrovi, somos uma família peculiar. Somos lobisomenes. Tenho 30 anos em forma humana, mas tenho 200 anos.

Volto para Moscovo porque o meu pai vai dar-me o cargo oficial de Alfa da alcateia BlackMoon.

Cheguei à mansão e a minha linda mãe recebe-me.

— Mãe: Meu filho, finalmente estás aqui! —

Erick: Olá mãe, como estás?

— Mãe: Muito bem, meu filho, como foi? —

Erick: Não a encontrei, mãe. Não há pistas nem rastos dela.

— Mãe: Calma, filho, vais ver que a vais encontrar. A tua destinada está em algum lugar do mundo. —

Erick: Eu sei, mãe.

— Mãe: Agora, enquanto isso, diz-me o que tens feito? —

Erick: Bem, mãe, já sabes, trabalhar, procurá-la e ter uma ou outra conquista.

— Pai: Espero que nenhuma dessas conquistas te traga problemas quando a tua companheira aparecer! —

Erick: Calma, pai. Vai ficar tudo bem. Sabes que nos meus tempos de cio, ou me tranco ou procuro uma mulher.

— Pai: E claro que é mais fácil procurar uma mulher. Mas pronto, não vou entender porque lhes custa esperar pela sua destinada. Como estás, filho? Estás pronto? —

Erick: Sim, pai, estou pronto.

— Mãe: Convida o teu primo Joni, vocês dois sempre foram unidos. Quase irmãos. —

— Pai: Muito bem, dentro de uma semana será a cerimónia. O que vais fazer hoje? —

Erick: Os rapazes, o Teo e o David, querem que vá com eles a uma nova discoteca na cidade. Por isso, vou acompanhá-los.

— Pai: Muito bem. Tomem cuidado, por favor. —

Os meus pais retiram-se da sala da mansão e eu subo para descansar um pouco. Fico a pensar como será a minha companheira quando a encontrar. Espero que seja uma grande mulher.

Acordo com o som da porta e, ao abrir, são os meus amigos malucos.

Teo: Vá, arranja-te, vai ficar mais tarde. Quero caçar umas quantas mulheres.

David: Espero que, quando a tua companheira aparecer, ela não seja difícil ao saber o mulherengo que eras.

Teo: Tu também não a encontraste, David.

Erick: E por isso é que ele é assim tão romântico. Não aceitou ficar com outras mulheres. Espera pela sua destinada.

Teo: Bem, chega de romantismo, vamos Erick, despacha-te.

Arranjo-me rapidamente com um fato elegante e saio com os meus amigos até à discoteca.

—— Rex: Atento, sinto algo estranho. Algo vai acontecer. ——

Erick: Muito bem.

O Rex é o meu lobo. Um lobo alfa de pelagem negra como a noite e olhos vermelhos como rubis. Único na sua espécie.

Descemos até à discoteca e damos o nosso apelido e dão-nos uma mesa VIP; já estamos há uma hora no local a beber e a dançar com umas loiras extremamente belas.

Do nada, chega às minhas narinas um cheiro a limão doce, como tarte de limão.

—— Rex: É ela! Procura-a! ——

Deixo a loira no local e saio à procura do seu cheiro; o Teo e o David seguem-me e estão a falar comigo, mas não os ouço. Observo o local e cheiro à procura da origem daquele cheiro doce.

E ali está ela! A DANÇAR! Ao ritmo da música, as suas ancas movem-se como se fossem ondas do mar. O seu cabelo preto comprido, absolutamente espetacular.

Erick: Encontrei-te!

David: Merda! Ela é linda!

—— Rex: Queres morrer, David! ——

Teo: Aproxima-te, Erick!

—— Rex: Para!

Erick: O que foi?

—— Rex: Ela é humana! ——

Erick: Raios!

Teo: O que se passa? O que é que o Rex te disse?

Erick: Ela é humana!

David: Isso complica tudo. Tens de ter cuidado, irmão.

Fico a observá-la e depois vejo que ela sente a minha presença, por isso escondo-me entre a multidão. Deixei-a nervosa, eu sei, e vejo-a a retirar-se do local. Sigo-a com cautela e ela chega à entrada. Vejo-a a subir para a sua carrinha e, do nada, está rodeada por mais veículos.

Erick: Minha menina, é uma joia na sua família. Isto vai ser mais difícil.

Vejo-os a irem a toda a velocidade. Tenho de descobrir o nome. Ofereço algumas notas aos seguranças.

Segurança: Romanov, não nos disse o nome.

Erick: Com isso chega, obrigado. Aqui tem.

Só há uma família Romanov no país. Uma dinastia na história. Uma grande família. Aquele que ousa usar o seu apelido sem ser parte da família, o castigo que recebe é inimaginável. Não tenho dúvidas de que ela pertence a essa família.

Procuro os rapazes para voltar para a alcateia; tenho de informar os meus pais. Que eles saibam que a lua da alcateia já chegou. Mas que será um longo caminho para lhe mostrar o que somos.

Entramos no carro e estou em silêncio todo o caminho até à alcateia. Deixo os meus amigos nas suas casas e sigo caminho para a minha.

Erick: Humana.

Rex: Não me digas que não a queres por causa disso! Erick, eu quero a minha lua. Temos de pensar numa forma de a fazer conhecer-nos.

Erick: Nunca disse que não a queria. Só que isso complica as coisas. E se ela não nos aceitar como somos? Sabes como são os humanos. Pensam que ainda somos parte de uma lenda.

Rex: Tens razão.

O Rex transforma-se num novelo de tristeza na minha mente. Sinto-o triste. Espero que ela nos aceite.

Saio do carro e observo as luzes do escritório do meu pai acesas. Vou a caminho de lá e entro; o meu pai está a ler os seus relatórios e a minha mãe a ajudá-lo.

Erick: Encontrei-a!

— Mãe: Filho! Assustaste-me! Encontraste o quê? —

Erick: A minha lua!

— Pai: Isso é maravilhoso. Onde está ela? —

Erick: Ela é humana.

— Mãe: Merda! Tens um trabalho difícil agora. —

Erick: Humana, mãe!

— Pai: Não nos digas que não a aceitas! Humana, bruxa, vampira, ela é a tua lua, a tua companheira, e tens de respeitar isso. —

Erick: Porque é que achas que eu não a aceito? Ela é linda. O seu cabelo preto e comprido até à cintura. Os seus movimentos a dançar. Não consigo tirá-la da minha mente, e o seu cheiro. Agora, adoro tarte de limão. Mas, sendo ela humana, complica tudo. E se ela não nos aceitar?

— Mãe: Oh, filho, vai ser difícil. Mas não impossível. Primeiro tens de conhecê-la. Aproxima-te dela com cautela e controla o Rex. Lembra-te de que tens de conquistar o coração dela. —

Erick: Está bem, mãe, vou dormir para esclarecer os meus pensamentos.

— Pai: Sabes como ela se chama? —

Erick: Ela é dos Romanov.

— Mãe: E de uma dinastia. Mal posso esperar para conhecê-la. —

Saio do escritório e subo para o meu quarto; deito-me a pensar nela.

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