A luz da lua ainda banhava a clareira quando Aria e Alaric partiram. A figura alta e misteriosa do guardião das Sombras movia-se com uma graça sobrenatural, guiando Aria por trilhas sinuosas e invisíveis na Floresta das Sombras. Cada passo parecia reverberar no silêncio, e a sensação de estar sendo observada nunca a abandonava.
“Lembre-se, Aria, mantenha seus pensamentos claros e seu coração firme. A floresta testa aqueles que ousam atravessá-la”, Alaric advertiu, seus olhos brilhando intensamente.
Aria assentiu, embora a coragem que demonstrara antes estivesse começando a fraquejar. A floresta parecia fechar-se ao redor dela, as sombras dançando à luz fraca que escapava do dossel espesso. À medida que avançavam, o ambiente se tornava cada vez mais estranho e ameaçador.
De repente, um farfalhar nas árvores fez Aria parar abruptamente. Ela sentiu o coração acelerar e olhou ao redor, tentando localizar a origem do som.
“Não tenha medo”, disse Alaric suavemente. “As sombras podem ser intimidantes, mas elas não têm poder sobre nós sem a permissão da sua mente.”
Antes que Aria pudesse responder, um grupo de criaturas emergiu das sombras. Eram espectros sombrios, com formas indistintas e olhos vermelhos como brasas. Eles flutuavam em volta dos dois, emitindo sussurros incoerentes.
“O que são essas coisas?” Aria perguntou, a voz trêmula.
“Sentinelas das trevas”, respondeu Alaric. “São guardiões menores da floresta, testando a nossa determinação.”
Com um movimento gracioso, Alaric ergueu a mão e murmurou palavras em uma língua antiga. Uma luz suave emanou de seus dedos, dispersando os espectros. Eles recuaram, desaparecendo nas profundezas da floresta.
“Vamos, não temos tempo a perder”, disse ele, retomando a caminhada.
Conforme avançavam, a paisagem mudava. Árvores retorcidas e arbustos espinhosos davam lugar a clareiras cobertas de musgo e riachos cristalinos. A tensão no ar parecia diminuir, mas Aria sabia que não podia baixar a guarda.
“Alaric, como você se tornou o guardião das Sombras?” perguntou Aria, tentando entender mais sobre seu misterioso companheiro.
“Há muito tempo, eu era como você, um jovem descobrindo seu poder”, ele respondeu, os olhos perdidos em lembranças distantes. “Mas meu destino foi selado quando aceitei proteger o equilíbrio entre luz e trevas. É uma responsabilidade que carrego há séculos.”
“Séculos?!” Aria exclamou, surpresa. “Mas você não parece...”
Alaric riu suavemente. “A magia das Sombras preserva aqueles que a servem. Mas o tempo cobra seu preço, de um jeito ou de outro.”
A resposta de Alaric apenas aumentou as perguntas na mente de Aria, mas antes que ela pudesse fazer mais, eles chegaram a um grande portal de pedra, coberto de runas antigas que brilhavam com uma luz fraca.
“Este é o portal para o coração da floresta”, explicou Alaric. “Além dele, os desafios serão ainda maiores.”
Aria respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Alaric colocou a mão no portal, recitando um encantamento. As runas brilharam intensamente, e o portal começou a se abrir com um ruído grave, revelando um caminho oculto.
“Lembre-se, Aria, confie em seu poder e em sua intuição. Você tem mais força do que imagina”, disse Alaric, entrando primeiro no caminho.
Aria o seguiu, determinada a não deixar o medo dominá-la. O caminho diante deles era estreito e envolto em trevas, mas ela sentia uma estranha sensação de propósito que a guiava. A cada passo, a sensação de uma presença poderosa e antiga crescia.
Após o que pareceu uma eternidade, eles chegaram a uma caverna iluminada por cristais azuis. No centro, sobre um pedestal de pedra, havia um artefato que pulsava com uma luz negra – o Coração das Sombras.
“Ali está”, disse Alaric, sua voz grave. “O Coração das Sombras.”
Aria sentiu uma atração irresistível pelo artefato, como se ele chamasse por ela. Ela deu um passo à frente, mas Alaric a deteve.
“Cuidado. O Coração é poderoso e perigoso. Precisa ser manuseado com respeito e conhecimento.”
Aria assentiu, aproximando-se com cautela. Quando estendeu a mão para tocar o Coração das Sombras, uma onda de energia percorreu seu corpo. Ela viu visões de um mundo em equilíbrio, onde luz e trevas coexistiam harmoniosamente, mas também vislumbrou os perigos que enfrentaria.
“Você aceitou sua jornada, Aria. Agora, o verdadeiro teste começa”, disse Alaric, observando-a atentamente.
Com o Coração das Sombras em mãos, Aria sentiu o peso de seu destino mais intensamente do que nunca. Sabia que sua jornada estava apenas começando e que os desafios à frente seriam formidáveis. Mas com Alaric ao seu lado e o poder recém-descoberto dentro de si, ela estava determinada a restaurar o equilíbrio entre luz e trevas.
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Atualizado até capítulo 23
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