capítulo 1

...A vida e o luto...

Ao fim de alguns anos vividos meios turbulentos, julgamos que já passamos por muito e as surpresas já não existem, e por pior que seja a vida não parar.

Vamos nos acostumando a viver ou melhor sobreviver, por medo ou falta de coragem, ou por não conseguirmos de modo algum alterar as coisas, então simplesmente vamos vivendo.

Um dia nos revoltamos e decidimos que tudo vai mudar. Se temos pouca fé nos agarramos a esse pouco, tentado conseguir mais.

...

Mas e se não temos amor o que fazemos?

E se já perdemos alguém que parecia ser o seu sol e a sua lua, o que fazemos?

Devemos seguir ou desistir?

Pouco nos importamos porque sobrevivemos e acreditamos que isso é o mais importante, e assim vamos nos fechando para o amor, ficando frios, porque resolvemos que podemos viver sem amor, desde que tudo o resto exista.

 ...

Mas eis que surge alguém na nossa vida que nos faz repensar tudo isso, que nos faz sentir falta desse amor que já pensavamos não voltar a sentir, que nos dá alegria, que nos faz sentir novamente gente, que nos alegra os dias, que nos encoraja a viver, que nos dar amizade, que nos compreende, que nos ajuda, e que se lembra que nós existimos, porém resumindo tudo isso nos volta á memória, os maus momentos passados, o medo de voltar a passar pelo mesmo, pensamos, sentimos, repensamos, porém decidir está dificil.

Temos dois caminhos.

Sim e não!

Devo escolher um, afinal a vida nos surpreende.

....

Alberta- Canadá

Sou Katie Campbell, tenho 26 anos, Moro em Waterton, Alberta. É um refúgio tranquilo com vistas incríveis, Waterton, é uma pequena cidade muito charmosa, com varias opções de hotéis, restaurantes e cafés. Pode passar a tarde passeando e apreciando a vista. Os Turistas aqui são incentivados a se desconectar, olhar as estrelas, fazer caminhadas e respirar ar puro em qualquer época do ano. Esteja você comendo, explorando ou fazendo compras, vale a pena visitar esse local, porém tem meses no ano que parece que o frio e o vento torna impossivel a visita deixando a cidade um pouco quieta.

Moro aqui nessa cidade faz apenas quatro anos, contudo sou canadense apenas morava em outra cidade. Vim morar aqui com o meu amado esposo Caleb Campbell, casei muito jovem tinha apenas vinte e dois anos, porém essa decisão nunca foi um erro pelo contrário tive a oportunidade de fazer muitas coisas com o casamento e principalmente viver uma linda história de amor.

Infelizmente há três anos atrás perdir o meu companheiro, amigo e primeiro amor para uma tragédia. Ele foi atingido por uma tempestade muito forte quando retornava para a nossa casa, essas tempestades são fortes e perigosas entretanto Caleb imaginou que conseguiria chegar em segurança. Só que isso foi ilusão, Caleb dirigia pela pista com ventos muitos fortes e uma árvore acabou caindo e o atingindo, fazendo-o perder o controle do carro, capotou várias vezes e veio a óbito.

Sou viúva, e recebo muito olhares de pena dos que conhecem a minha história, mas também recebo de admiração por ter continuado e estar seguindo em frente, recebi muito apoio. Sou formada em administração e hoje cuido do café que eu e Caleb abrimos aqui, não foi fácil manter esse local sem ele, sem o apoio e o companheirismo. Só que não conseguir ir embora, aqui pelo menos tenho a lembrança dele.

Atualmente moro sozinha, tenho uma amiga irmã para todas as horas ela é uma das responsáveis por eu ainda não ter desistido de tudo. Ela ainda é a unica que consegue me tirar do meu mundo em que entrei a três anos atrás.

...

No Fim de mais um longo dia fecho o café como sempre, visto o meu casaco, pois estar um clima frio pego a minha bolsa e vou caminhando mesmo até a minha casa, prefiro andar a pé sentindo o vento soprar o meu rosto e a sensação fria tomar o meu corpo.

Chego em casa e a saudade de Caleb ainda é presente vejo uma das suas fotografias que tenho espalhada pela casa e converso com ele.

Katie- Que saudades de você meu amor!

Logo decido tomar um banho quente e bem relaxante, e volto para preparar uma refeição leve para jantar.

...

Após finalizar a minha refeição e dar uma geral na cozinha, vou para a sala esperar o sono me atingir. Mas minha mente me levar a pensar no luto em que vivo, e penso que Há pouco tempo, eu era feliz. De repente o meu mundo partiu-se ao meio. Eu precisei viver este luto, e precisei fazer isto do meu jeito. Acostumei-me a ficar só, pois precisei chorar e continuar sem Caleb.

O pior é que precisei encarar a dor da perda de frente. E por mais que isso doa, e massacre. É preciso ser forte, mas também me permito sofrer. A força é justamente reconhecer o tamanho da dor, vivê-la, tentar sobreviver a ela, e um dia transformar essa dor em saudade, sabedoria e maturidade.

Nos últimos anos já conseguir transformar a dor e a ausência causada pela morte numa forte saudade deixo que se mostre por uma fotografia, ou uma roupa de recordação, uma história relembrada ou um cheiro que surge do nada. Não conseguir me desfazer de nada dele tenho tudo ainda guardado pois é difícil ver cada peça e objeto dele.

Sinto os meus olhos pesarem e sei que o sono chegou, Levanto-me do sofá e sigo pelo corredor até chegar ao meu quarto e a minha cama, aumento um pouco mais o aquecedor, fecho as cortinas para dar um blecaute total no quarto, deito-me e entrego-me ao sono.

Essa sou eu Katie Campbell.

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