A atividade é intensa. Precisamos planejar um evento fictício, e as ideias voam rapidamente.
Sebastian é articulado e tem sugestões criativas, enquanto eu foco na logística e execução. A combinação funciona bem, mas a tensão é palpável — cada um tentando se destacar sem prejudicar o outro. Diferente de vários lugares que já estive. Sebastian me inclui em suas ideias, me levando a acrescentar ele nas minhas.
No final, apresentamos nosso plano ao senhor Souza. Ele faz algumas perguntas desafiadoras, testando nossa capacidade de pensar rapidamente e de trabalhar sob pressão.
Respondo com confiança, e Sebastian complementa minhas respostas com insights adicionais.
Assim que a dinâmica em grupo termina, somos levados de volta à sala de espera, onde aguardamos nossa vez para as entrevistas individuais. Sento-me novamente ao lado de Sebastian, e ele olha para mim com um sorriso.
"Você foi ótima lá dentro," ele diz. "Acho que nossa equipe foi a mais organizada."
"Obrigada, Sebastian. Você também se saiu muito bem," respondo, sinceramente.
Enquanto esperamos, minha mente viaja para Joana, minha amiga de longa data que me ajudou a conseguir essa entrevista.
Lembro-me da nossa conversa na semana passada, quando ela me incentivou a não desistir de meus sonhos, mesmo se conseguisse o emprego no hotel.
Mas, sinceramente, meus sonhos estão uma bagunça desde que...
Escuto meu nome sendo chamado, o que me tira de meus pensamentos. Finalmente, minha vez chega. Entro na sala de entrevistas e me sento diante do senhor Souza.
Ele revisa meu currículo mais uma vez antes de fazer a pergunta que me pega de surpresa.
“Elisa, você mencionou que seu sonho é ensinar. Caso conquiste seu espaço aqui com a gente, estaria disposta a desistir de seu sonho?” Respiro fundo antes de responder, querendo ser sincera e clara.
"Senhor Souza, ensinar é realmente meu sonho, mas acredito que posso conciliar isso com minha carreira aqui. Sou dedicada e não desisto facilmente. Se eu crescer na empresa como pretendo, certamente encontrarei uma forma de seguir ambos os caminhos.” Ele assente, aparentemente satisfeito com minha resposta.
"Aprecio sua honestidade e determinação, Elisa. Veremos como as coisas se desenrolam."
Quando todos terminam suas entrevistas, somos dispensados. Saio do hotel sentindo uma mistura de alívio e ansiedade. Lá fora, a brisa ainda está fresca, e o sol brilha intensamente.
Sebastian se aproxima enquanto caminho em direção ao metrô.
"Foi um dia longo, não é?" ele comenta.
"Sim, foi. Mas acho que valeu a pena. Agora, só nos resta esperar," respondo, e em seguida pergunto a ele, "Sebastian, por que você quer sair da Gold Flai? Quer dizer, se você puder me falar, lógico." Ele sorri e me responde:
"Já trabalho lá há quatro anos. Vamos dizer que lá é ótimo, mas não dá oportunidade de crescer na empresa. E sei lá, algo me falou para estar aqui hoje, então eu vim," ele disse, mexendo os ombros.
Rimos e logo nos despedimos. Ele segue e entra no metrô e eu vou para minha casa... com a promessa de manter contato, independentemente do resultado.
“Merda, e cadê o número de telefone? Falamos e esquecemos de trocar,” penso.
Caminhando, e reflito sobre como a vida é cheia de possibilidades e surpresas. Sinto que, de alguma forma, este é apenas o começo de uma nova jornada. Enquanto caminho de volta para casa, não consigo deixar de pensar no que está por vir.
Independentemente do resultado, sinto que algo mudou. E talvez, só talvez, essa entrevista tenha sido o começo de algo muito maior. Para me preparar para o futuro.
Chego ao meu apartamento, tiro os sapatos e me jogo no sofá, exausta, mas satisfeita com meu desempenho na entrevista. Pego o celular e decido mandar uma mensagem para Joana...
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Atualizado até capítulo 97
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