1 capítulo

Cemitério de Paris às 15:30.

– mãe temos que ir ,logo irá chover.

Fala o meu filho vitório,com seu semblante triste e seus olhos em lágrimas, olho pra ele desse chão onde o meu amor irá viver agora...

– pode ir ,ficarei ainda aqui.

Ele insiste

– mãe,pensa na vitória ela precisa de você forte.

Ele tem razão vitória só tem cinco anos ,e ainda não disse a ela que o papai dela mafioso não está mais entre nós,olho pro túmulo e fecho os meus olhos e uma lágrima cai junto com a gota da chuva que começou.

– vitório pode ir ,e cuida da sua irmã,preciso ficar sozinha.

Digo isso num choro engasgado porque queria ser forte na frente do Vitório e só queria ficar aqui com o meu amor com o Henrique que disse que nunca iria me deixar.

Quando Vitório sai ,a chuva aumenta e não ligo e me deito por cima desse túmulo e digo tudo que está aqui dentro do meu coração.

– Henrique eu te odeio,e não sabe como eu te odeio, você prometeu que não me deixaria sozinha ,como vou viver sem você,volta por favor a sua loirinha precisa e você.

Eu grito tão auto e forte,que a minha respiração falta ,até eu ouvir passos vindo atrás de mim,e ao virá vejo um olhar que me diz estou aqui ,eu só choro correndo até os seus braços.

– ele não está morto Lucas me diz ,o Henrique tem um plano não é? Ele fingiu sua morte pra despistar algum inimigo me diz Lucas ,me diz por favor.

Digo isso batendo no Lucas que solta a sombrinha que ele está se protegendo da chuva e me abraça forte e chorando também ele diz no meu ouvido.

– sinto muito loirinha ,como eu queria que fosse apenas um plano do Henrique.

Ele segura no meu rosto e limpa as minhas lágrimas,e me leva até o seu carro,sendo um cavaleiro ele abre a porta e eu entro com o meu olhar nessa janela onde vejo os pingos de chuva desliza no vidro.

– o Henrique foi me visitar na Polônia e me deixou uma carta e disse que eu deveria entrega a você se algo acontecesse com ele ,e infelizmente já tem um ano que guardo essa carta Fernanda,ele não me disse que estava sendo ameaçando ou que corria perigo,mais o Henrique tinha muitos inimigos.

Fico em silêncio ouvindo tudo,e penso ele sabia que iria morrer.

– onde está essa carta!

– está no meu cofre aqui ,podemos ir buscar-la.

Concordo com a cabeça,e ele segue o caminho ,sempre com o seu olhar pra mim que não digo uma só palavra.

Ao chegamos ele desse e abre a porta e eu desço ,e subimos até o seu apartamento,ele pede pra mim esperar na sala e fico olhando tudo e penso que durante todo esse tempo o Lucas não teve ninguém,depois do coma que ele saiu,o Henrique disse que ele só vivia em função dele ,em ajudá-lo viajando investigando os seus inimigos ,ele vem com a carta na mão e me entrega,me sento rapidamente e abro .

– se quiser eu leio pra você,nunca me atrevi a abrir.

– por favor não consigo.

E assim me levanto e fico de costas e o Lucas começar a ler.

" Minha loirinha amor da minha vida ,resolvi escrever essa carta ,porque sentir um cheiro ruim ao passear com nossa pequena mafiosa no parque,foi antes de todo caso em Sicília,mas meu amor minha loirinha sabe que eu faria de tudo por vocês, então quero que saiba se acontecer alguma coisa comigo cuide da vitória ,eu conhecia a Silva antes mesmo dela pisar em Paris."

Interrompi o Lucas afinal como assim o Henrique conhecia a Silva antes?

– Silva é a verdadeira mãe da vitória?

– sim,ela me pediu que eu cuida-se da vitória pois ela estava com câncer e logo morreria ,eu disse sim na mesma hora ,mais o que acabei de ouvir,porque o Henrique me escondeu isso?

– não sei loirinha ,mas tem mais coisas aqui eu continuo?

– sim claro.

" Está surpresa? Pois é sempre me perguntou o porquê eu uso só azul ,mais isso é uma longa história,a minha vida loirinha nunca foi um má de rosas ,eu odeio Guilherme Lopes, mesmo ele estando no inferno porque ele me causou danos e tudo que sou é por culpa dele.

Mais como eu conhecia a Silva? Isso foi tudo culpa do Emílio afinal um amigo de prisão se torna na verdade um irmão.

Quando meu pai me mandou a Sicília nas mãos dos Freitas ,eu não queria mais fui obrigado afinal Guilherme Lopes,sempre conseguia o que queria.

Eu não fui bem recibo pelos os Freitas pois o velho odiava os Lopes ,e eu sempre me perguntava o porquê.

Eu era jovem com apenas 18 anos e magoado ,pois a mulher que eu planejava uma vida fora da máfia me traiu com meu próprio pai ,eu tentei fugir de toda forma mais o Freitas sempre me encontrava ,e em uma das fugas ele me puniu,e me jogou no poço ,se lembra dele no casamento do Antônio?

Eu passei um ano naquele poço e ao meu lado estava Emílio, ficamos fortes ,o velho jogava resto de comida para comemos e quando jogava."

Abafo todo o meu chovo de raiva ,porque ele nunca me disse isso ,Lucas segura a minha mão e eu o olho e pergunto:

– você sabia disso?

– não,estou surpreso como você,quando o Henrique voltou de Sicília,ele estava diferente mais ,eu pensava que ele estava só aprendendo a ser um mafioso com os Freitas , não que era um prisioneiro.

– continua eu preciso saber de tudo.

– ok , é uma carta bem grande.

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