Dom passa por mim e me chama para dentro do carro porque ainda temos que tratar de negócios, mas foi muito difícil dar um passo sabendo que um homem vai morrer se eu não agir agora.
Germano me faz um sinal do carro e isso me faz crer que ele vai ajudar esse homem com a minha saída. Volto para o carro e escuto o que aquele homem tem para me falar, tarefa muito difícil.
Dom: Eu não quero nada que já seja meu, isso quer dizer que não precisa tratar comigo diariamente se não se meter no dinheiro que chega e que precisam limpar para mim, entendido?
Fui deixado na avenida pelo Dom e o Germano que não veio atrás, não está aqui para me ‘socorrer’. Então chamo um carro particular e pretendo parar na porta da casa do meu tio, Miguel. Ele precisa me esclarecer muita coisa.
Ao chegar, a esposa dele me atendeu e avisou que ele estava ao telefone com um familiar. Eu a segui até a sala e esperei sentado no sofá, com uma xícara de café que essa senhora me ofereceu. Miguel apareceu minutos depois e me levou para o jardim com dois copos e uma garrafa de uísque que nem foi aberta ainda.
Miguel: Pensei que estava bravo comigo. Você voltou à um dia e não veio me ver, mas também imaginei que seu pai estava já fazendo sua cabeça contra mim.
Álvaro: Estava ocupado com os negócios obscuros que descobri que toda a família está envolvida. Você sabia disso?
Miguel desvencilhou da minha pergunta ao colocar a garrafa com os copos em cima de uma mesa no canto do vidro.
Miguel: Alberto deve ter dito a origem de toda essa bagunça.
Álvaro: Ele culpou o avô.
Miguel: E não mentiu. — Ele volta com um copo cheio e me oferece. — Quando ele nos disse, ao seu pai e a mim, tudo já estava em um caminho sem volta. Éramos apenas dois advogados, mas depois daquele dia nos tornamos em dois criminosos com muito do que se arrepender. Agora é sua vez.
Álvaro: Mas porque não me deixar fora desses negócios? Eu não fui feito para o que está acontecendo e tão pouco para o que acabo de ver com um psicopata de nome Dom, um ser muito obscuro que atirou no pau de um homem para me amedrontar e me fazer ser seu aliado.
Miguel: Sinto muito por você ter passado por uma experiência dessa, mas eu preciso te alertar que isso só é o começo para quem se relaciona não só com aquele homem, mas com toda a família.
Viro o copo e bebo todo o líquido, mesmo sendo forte demais para engolir. Pensei que eu iria viver uma vida mais tranquila e com um luxo que meu dinheiro permite, mas agora posso está na mira dos policiais por culpa do meu avô.
Álvaro: E a Juliana sabe disso?
Miguel: Sabe! O Ricardo também.
Álvaro: Então estamos todos envolvidos com essa família?
Miguel: Principalmente a sua mãe. Ela não vai revelar, mas tem um caso com o matriarca dessa família.
Eu não posso dizer que estou surpreso com uma notícia como essa, minha mãe nunca foi uma esposa apaixonada e meu velho também tem seus casos conhecidos
por toda a família, isso nos tornou uma família bastante prática e fria, eu acho.
Álvaro: Preciso falar com Juliana.
Miguel: Ah! Ela não vai dizer a verdade.
Saio da casa do meu tio e vou até a porta de Juliana que mora na mesma rua que o nosso tio. Ela não demorou muito para me atender e me atender com sua arrogância, mas com alegria falsa.
Juliana: Venha, entre!
Juliana me leva até sua cozinha, onde está fazendo biscoitos de chocolate. Ela me ouve de tudo que descobri e me encara.
Juliana: Olha, Álvaro. Eu não vou mentir dizendo que não sabia disso porque eu sabia e vou lhe dizer mais, eu me casei para fugir de tudo essa sujeira.
Álvaro: Imagino que não conseguiu.
Juliana: Até um certo ponto, sim. O problema é que nossa mãe é uma pessoa muito gananciosa e quis que eu voltasse e ainda usasse a influência do meu marido para esconder muita coisa errada que ela e a família fizeram.
Álvaro: E você fez?
Juliana: O que você acha?
Eu vou responder, mas o Luis, marido de minha irmã aparece, segurando uma mala. Com sorriso, ele me cumprimenta, se aproxima dela e a beija.
Luís: Tudo bem?
Juliana: Sim! Como foi o trabalho?
Luís: Estressante, mas agora vou tomar um banho e já retorno para o jantar.
Juliana leva o marido até a escada e retorna com um semblante diferente, parece assustada e com medo dele ter escutado a nossa conversa, mas eu acho difícil. Ele não teria ficado calado, certo?
O meu celular toca e vejo que Germano me chama. Atendo, a caminho do jardim.
📲 Álvaro: Alô?
📲 Germano: Oi, só escuta. Eu não pude ajudar aquele pobre homem, estou pensando em como dizer isso, mas não tem um jeito fácil para dizer isso.
📲 Álvaro: Diga de uma vez.
📲 Germano: O homem não estava sozinho e quem estava com ele me impediu de socorrê-lo.
📲 Álvaro: Não acredito…
📲 Germano: Álvaro?
O meu chão some e eu caio em um abismo escuro e sem nenhuma esperança. Não posso fazer uma coisa como essa, não posso seguir um caminho que tira vidas, eu não fui feito pra isso.
Juliana: Você está bem?
Vejo a Juliana atrás de mim e eu me esquivo o bastante para sair andando e ir embora de sua casa. Ela tem um instrumento importante em mãos, mas não quer acabar para terminar com um esquema tão sujo como esse.
Peço um carro e vou parar na frente de uma delegacia, mas alguma coisa me deixa sem coragem para abrir a porta e sair de uma vez, nessa, eu desisto.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Emily Morse
Álvaro tinha tudo para não aceitar isso, mas parece gostar dessa vida
2024-06-11
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