Catharina
Você acredita que eu ainda resido com meus pais?
Não acreditem que isso é de graça...
Eu sou responsável por contribuir financeiramente ao viver com eles, não se trata de pagar um aluguel ou qualquer coisa do gênero, no entanto, tenho que arcar com as despesas de água, energia elétrica, internet e também suportar as constantes cobranças da minha mãe e as "regras" que se aplicam exclusivamente a mim...
Uma das normas existentes é o impedimento de trazer o namorado para passar a noite em nossa residência, algo que me é proibido, enquanto minha irmã, por sua vez, possui total permissão.
O pior de tudo é que o quarto dela está localizado ao lado do meu, fazendo com que eu acabe ouvindo cada detalhe do que ocorre entre os dois ali dentro. Em algumas ocasiões, não suporto e acabo batendo na porta para que possam se dar conta e diminuir o volume, porém, infelizmente, essa intervenção não perdura muito tempo.
Eu almejo a igualdade de direitos.
Minha mãe considera Keila uma pessoa muito virtuosa, enquanto eu sou a pessoa que causa problemas e muitas outras coisas que é melhor nem mencionar. É necessário ressaltar que as palavras usadas por dona Lauren para se referir a mim são extremamente ofensivas.
Keila contribui em alguma situação?
Com certeza que não.
Talvez possam pensar que é apenas minha responsabilidade ajudar, mas saibam que meus pais têm uma vida confortável. Meu pai possui um comércio bastante lucrativo, graças a Deus, e não precisam da minha "contribuição" para manter a casa. No entanto, se eu disser que não irei pagar algo, logo receberei uma bronca que durará pelo menos duas eternidades. Minha mãe até cobra centavos dos meus amigos, e eu fico em apuros se não pagar.
Aí vem a pergunta de um milhão de dólares....
Por que você não sai de casa?
Fácil porque ainda não consigo sustentar-me sozinha, contribuo com algumas despesas, no entanto, viver independente abrange muito mais. Almejo ter meu próprio espaço e com esperança em Deus em breve alcançarei esse objetivo.
Quer saber deixar eu pensar em coisas boas...
Vamos pensar nos gatinhos que me espera na nova boate hoje à noite.
Após encerrar o horário de trabalho na minha clínica odontológica, penso em dirigir-me à residência da Hadassa para garantir que ela não consiga escapar do nosso programa. Ela não é entusiasta de atividades sociais e momentos de lazer, minha amiga carrega uma grande melancolia em seu íntimo.
Minha amiga está realmente em uma situação lamentável...
Não consigo compreender como uma mãe confia sua filha de apenas onze anos a uma família desconhecida. Hadassa assumiu o papel de babá nessa residência, imaginem só uma criança cuidando de mais três...
Insanidade, não é mesmo?
Ainda mais insano é quando entre essas crianças há uma em particular que Hadassa se encantou e ainda encanta, eu tenho certeza disso, pois ela nunca esqueceu do garoto de olhos verdes . Recordo-me vividamente do dia em que ela entrou na sala de aula em que eu estudava, uma garota tímida e mais velha que todos os outros alunos. Isso foi motivo para as crianças cruéis zombarem dela e de seu olhar triste. Perdi a conta das vezes em que a vi derramar lágrimas.
Coitadinha da minha querida amiga...
Além disso, ela enfrentava discriminação na escola e os professores ignoravam essa situação. Em certo momento, confrontei uma garota que ofendeu Hadassa, mas a partir desse dia nos tornamos amigas inseparáveis. Hadassa compartilhou comigo sua história e as dificuldades que enfrentou. Se eu pudesse, destruiria a casa daqueles que a exploraram, exceto Kayron, o único que demonstrou se importar com ela, mesmo após partir sem dar qualquer explicação sobre seu sumiço.
Acredito que seja importante entrar em contato com Hadassa hoje, pois ela iria se encontrar com o novo chefe e parecia muito ansiosa, com medo de ser demitida. Tenho certeza de que ela não correrá esse risco, já que Hadassa é uma funcionária incrível. Espero que o novo chefe seja mais amigável do que o anterior.
Poxa, por qual motivo existem patrões que não possuem a habilidade de remunerar adequadamente seus colaboradores?
Não consigo compreender...
E além disso utiliza ao máximo todas as oportunidades disponíveis!
Meu Deus, por qual motivo o planeta precisa ser habitado por tantos indivíduos mal-intencionados e sem empatia?
Estou recordando da adorável Maitê, ela era tão encantadora...
A protetora celestial da minha amiga, caso não houvesse aquela gentil mulher que Deus a tenha, não consigo imaginar como seria a existência de Hadiya. Ela proporcionou abrigo à minha amiga, ofereceu afeto, alimentação, matriculou-a na escola e prestou uma ajuda extremamente valiosa.
Foi extremamente difícil lidar com a depressão de Hadiya, pois temíamos que ela chegasse a se prejudicar. Ela enfrentou uma intensa depressão consequente do abandono familiar, da exploração por uma família que não se importava em educá-la, e, é claro, do desaparecimento de Kevin, por quem ela tanto nutria, ou até nutre, sentimentos.
Não sei como minha amiga aguentou tanto sofrimento...
Após o falecimento de Maitê, minha emoção foi intensa e experimentei temores profundos quanto ao retorno de minha amiga ao estado de adversidades passadas. Entretanto, com gratidão ao Divino, ela gradualmente conseguiu se reerguer com a assistência de um profissional da psicologia.
Retorno à minha rotina, a clínica está cheia de pacientes e alguns dentistas atraentes demais. Não flerto, mas também não sou ingênua e aprecio a beleza quando a vejo, não é verdade?
Os deliciosos tem bundinhas redondinhas e gostosas de apertar...
O calor que me dá!
Devido a minha perspicácia, finjo desconhecimento e ignorância. Alguns já me convidaram para sair, porém recusei. Colegas de trabalho não são opção para encontros, priorizo o profissionalismo. Ainda assim, estou quase perdendo a cabeça com o doutor Rômulo, que homem atraente é aquele!
Fico imaginando se ele possui um membro de tamanho avantajado e volumoso, semelhante às suas mãos, capaz de proporcionar prazer intenso e penetrar profundamente, como os dedos habilidosos de um profissional renomado que poderiam desflorar uma mulher virgem.
Vamos interromper esses pensamentos tentadores e entrar em contato com minha amiga.
Ligação on:
— A que devo a honra dessa ligação? — minha amiga falou.
— Amiga, hoje tem a inauguração de uma boate e quero que você vá comigo.
— Ótimo! Preciso mesmo sair para me distrair.
— Como é o seu novo patrão?
— É o homem mais lindo que já vi na vida.
— Eita, você está achando um homem bonito... — conversamos mais um pouco e depois desligamos.
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Atualizado até capítulo 20
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