Capítulo 18

Aurora: Analu, por que é tão difícil para você acreditar que eu arrumei um namorado?

Analu: É que até uns dias atrás você era apaixonada pelo Nicolas. Você disse que não estava interessada no Danilo e, de repente, aparece namorando com ele.

Aurora: As coisas mudam. Você mesma disse que o Nicolas está com outra.

Analu: Mas como você pode ficar com o Danilo ainda gostando dele? Eles são amigos, isso pode acabar mal. Acho que você está confundindo as coisas.

Aurora: Não estou, fica tranquila.

Aurora pegou a bolsa e a colocou no ombro.

Aurora: Já estou indo, vou sair com meu namorado. Ele está me esperando.

Analu assentiu e observou a irmã sair.

Analu: Bom, se ela diz… espero que isso não seja uma mentira e que ninguém se machuque depois…

Analu respirou fundo e voltou a se arrumar.

Enquanto isso, Aurora se encontrava com Danilo na saída.

Danilo: Você está linda como sempre e muito cheirosa.

Ela sorriu.

Aurora: Obrigada, Danilo.

Danilo: Vamos? Pedi o carro do Nico emprestado.

Aurora: Vamos sim! Mas para onde você vai me levar mesmo?

Danilo: Não é nada demais.

Aurora: Ah, mas fala! Eu sou curiosa.

Danilo: Vamos entrar no carro.

Eles entraram e ele começou a dirigir.

Danilo: Estamos chegando… mas já te aviso que não é um desses lugares chiques que você costuma frequentar.

Aurora: Até parece que eu me importo com isso!

Danilo sorriu.

Danilo: Escuta, Aurora, como está sendo isso para você?

Aurora: Como assim? Do que você está falando?

Danilo: Do namoro, você sabe…

Aurora: Bom, está sendo normal… você está preocupado com algo?

Danilo: Não, na verdade eu só queria saber se você está conseguindo alcançar seu objetivo com o Nicolas. Até agora, não estou vendo diferença da parte dele.

Aurora: Você quer dizer que ele nunca vai gostar de mim?

Danilo: Ele já gosta, mas não da forma que você espera…

Ele parou o carro e olhou para ela por um instante.

Aurora: As coisas podem mudar; ainda faltam alguns dias. Não desista, tá?

Danilo: Eu não vou desistir. Prometi que ia fazer isso por você e vou te ajudar… só não quero que você se machuque. Quero te ver bem, com alguém que realmente goste de você da forma que você merece.

Eles se olharam por um momento, e quando Danilo estava perto demais, Aurora virou o rosto. Por um instante, ela acreditou que o beijo fosse acontecer, mas acabou se afastando.

Danilo se recompôs e voltou a dirigir.

Danilo: É logo ali na frente…

Aurora: Ah, sim… é aquela casa?

Danilo sorriu e assentiu.

Danilo: Como eu disse, é simples. Meus amigos do colégio e eu usávamos para ensaiar a nossa banda na época da escola. De vez em quando venho aqui; este é o meu lugar quando as coisas ficam difíceis e preciso de um tempo.

Ela sorriu acolhedoramente enquanto ele estacionava o carro.

Danilo: Vamos?

Aurora: Claro!

Eles saíram do carro e seguiram para a entrada da casa.

Danilo: Eu vim aqui ontem e organizei a bagunça. Não queria te receber do jeito que estava.

Aurora: Danilo…

Ela entrou na casa e olhou ao redor.

Aurora: Uau! Que legal… tem vários equipamentos… ainda funcionam?

Danilo: Algumas coisas sim. O violão funciona; ele era meu. Posso tocar para você daqui a pouco.

Aurora: Eu iria adorar!

Danilo mostrou tudo no local e Aurora achou tudo muito interessante. Depois de conhecer a casa, eles saíram pelos fundos e Aurora se deparou com uma mesa arrumada. Danilo havia ido mais cedo preparar algo para eles. Sentaram-se e começaram a comer enquanto conversavam sobre a infância e sobre suas famílias. Aurora ria muito das histórias de Danilo, enquanto ele ficava impressionado com qualquer coisa que ela contava sobre sua vida.

Aurora: Danilo, obrigada por me trazer aqui. Eu adorei conhecer esse lugar…

Danilo: Eu nunca trouxe ninguém pra cá, nem mesmo o Nicolas.

Aurora: Ah é…? Mas por que eu?

Ela perguntou, e ele sorriu um pouco sem jeito.

Danilo: Você é diferente de qualquer outra pessoa.

Ela deu um sorriso tímido e caloroso. Danilo levantou-se em seguida.

Danilo: Vou pegar o violão!

Ele entrou, deixando-a aguardando…

Enquanto isso, Nicolas chegava no quarto da Analu e os dois saíram de moto. Em poucos minutos já estavam no apartamento dele.

Nicolas: Eu sei que você deve estar cansada de comer hambúrguer, então decidi fazer algo diferente, eu mesmo desta vez.

Ela riu.

Analu: Nicolas, não precisava…

Nicolas: Claro que precisava! Não posso te trazer pra cá e deixar você com fome.

Analu: Obrigada… Posso te ajudar no preparo.

Nicolas: Ótimo, porque eu não sei fritar um ovo.

Analu riu.

Analu: Ué, então o que vamos comer? Eu também não sou a melhor cozinheira, mas já vi a Jade fazendo algumas receitas simples.

Nicolas: Então vamos lá, chef! Você é quem manda.

Analu foi para a cozinha com ele e os dois decidiram fazer uma massa. Enquanto cozinhavam e bebiam vinho, conversavam sobre a luta que estava se aproximando. Ao se sentarem, experimentaram a massa e ficaram surpresos.

Analu: Não é que ficou bom?

Nicolas: Pois é! Já podemos nos casar… como dizia a minha avó.

Ele sorriu para ela e ela ficou um pouco sem jeito.

Nicolas: Podemos nos casar com quem quisermos... mas no seu caso, espero que eu seja o noivo.

Analu: Você tem um ótimo senso de humor…

Nicolas: Não é humor, é o que eu sinto.

Ele olhou para ela com sinceridade e Analu ficou sem saber como reagir. Até que Nicolas quebrou o gelo e se levantou.

Analu: Pra onde você vai?

Nicolas: Já volto.

Ele foi até o quarto e voltou com uma caixa média nas mãos. Sentou-se ao lado de Analu e abriu a caixa.

Analu: O colar…

Nicolas: Sim, minha irmã me contou que ela quebrou o seu sem querer, então pensei em te dar outro. Desta vez, prometo que não é vagabundo.

Ela riu muito e pegou o colar.

Analu: Obrigada, Nicolas…

Nicolas: Deixa eu colocar pra você.

Ela virou de costas e segurou o cabelo. Ele colocou o colar e Analu sentiu seu corpo tremer quando ele deu um beijo em sua nuca. Ela soltou o cabelo e virou-se nervosa para encará-lo.

Nicolas: Esse colar combina muito com você! Eu devia ter comprado antes…

Eles se encararam, e Analu estava sem saber o que dizer ou fazer, apenas lutando contra a vontade de beijá-lo.

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