O clima no quarto mudou de curioso para desconfortável em segundos. A caixa repousava sobre a cama como se tivesse peso próprio. A empregada, com hesitação visível, removeu a tampa lentamente.
Dentro da caixa, entre papéis finos e delicados... havia uma lingerie. Vermelha.
Detalhada. Íntima.
O silêncio pesou como chumbo. Rubi e a outra empregada trocaram olhares tensos. Alexia, por um momento, não reagiu. Apenas respirou fundo, sentindo uma onda quente subir pelas bochechas.
Alexia de rose
Alexia:
(voz baixa, mas firme) Jogue isso fora. Agora.
Rubi
Rubi:
(indignada, dando um passo à frente) Isso é um desrespeito com a senhorita Alexia! Quem teve a ousadia...?
empregada
Empregada 2:
(um pouco nervosa, mostrando o cartão novamente) Aqui... não diz o nome. Só aquela mesma mensagem.
Alexia suspirou outra vez. Mais pesado.
Como se estivesse tentando soltar o desconforto junto com o ar.
Alexia de rose
Alexia:
(sem encará-las)
Por favor... só tirem isso daqui.
empregada
Empregada 2:
Sim, senhorita.
(pega a caixa rapidamente e sai, quase tropeçando nos próprios pés)
Assim que a porta se fechou, Alexia afundou-se na beirada da cama. A cabeça baixa, as mãos nos joelhos, o corpo ainda tenso.
Alexia de rose
Alexia:
(com a voz embargada)
Rubi... eu não sei se fiz a coisa certa.
Rubi aproximou-se com cuidado. Sentou-se ao lado dela e pousou a mão gentilmente sobre o ombro.
Rubi
Rubi:
A senhora fez bem. Não tem por que se sentir mal por rejeitar algo tão invasivo.
(pausa)
Além do mais, a senhorita nem sabe quem mandou. Não era um presente. Era uma provocação.
Alexia soltou um riso trémulo, nervoso, quase como se tentasse se convencer de que aquilo não a abalava.
Alexia de rose
Alexia:
(com um meio sorriso triste)
Sabe o que mais me incomoda?
(olha na direção da porta, distante) A gente vai partir amanhã. E justo hoje... isso aparece. Como se alguém soubesse. Como se tivesse planejado.
Rubi ficou em silêncio por um momento. Apenas observando. Ela sentiu a tensão escondida por trás da bravura de Alexia.
Rubi
Rubi:
(em tom suave, abrindo os braços e puxando-a para um abraço) A senhora está nervosa... e tem todo o direito de estar. Mas saiba que... eu vou estar lá. Sempre. Pro que precisar.
Alexia retribuiu o abraço com força, como quem precisava de um ponto de equilíbrio. Sua testa repousou brevemente no ombro de Rubi.
Alexia de rose
Alexia:
(sussurrando) Obrigada...
(se afastando com um sorriso cansado) Agora vai. Arruma as suas coisas. Deixa que a outra arruma as minhas.
A nova empregada, ainda parada no canto, encolheu-se um pouco ao ser notada.
A jovem estava visivelmente constrangida.
Talvez desejasse ter saído junto com a outra. Sua presença ali agora parecia pequena diante da intimidade do momento.
empregada
Empregada (pensando):
Eu deveria ter saído com a outra...
(engole em seco)
Rubi... vai com ela mesmo?
Rubi
Rubi:
(ergue o queixo,com olhar ,firme e gentil) Claro. Eu sou a empregada pessoa da senhorita Alexia. Onde for... eu vou.
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