Impiedoso

Agora que já é oficialmente o novo capo de sua família, Nicolas sai para fazer as suas funções, mas antes, toma café da manhã com sua mãe e seus irmãos.

—Na próxima semana a chefe de cozinha brasileira chegará para trabalhar conosco.

— Ótimo mammà! Mas ela sabe cozinhar comida internacional também?

— Sabe! Está vindo à Nápoles para aperfeiçoar seus estudos especializando-se em comida italiana.

—O problema vai ser aquela entojada da Antonella gostar de um cardápio variado.- diz Valentina

—Aqui quem manda é a mammà!

—Mas ela será sua esposa,figlio! A dona da casa!

—No! - ele bate na mesa - a dona da casa é a senhora! Ninguém aqui fará a vontade daquela mimada! Ouviram? Ela deverá se adaptar a nós e não o contrário!

Eles abaixam a cabeça e sinalizam positivamente.

—Vou cuidar dos nossos negócios. La tua benedizione mammà!

—Dio vi benedica! Tenha um bom dia!

Após ele sair a família comenta as atitudes do seu chefe.

—Ele está mais difícil de lidar a cada dia que passa!

—E você poderia colaborar Tomás! Porque não está com ele ? - pergunta a irmã

—Estou com preguiça hoje! Além do mais tenho uma prova importante na faculdade.

—Deve ficar mais próximo do seu irmão,Tomás! Nicolas está lidando com a dor da morte do seu pai,a sobrecarga de ser um capo e ainda tem esse casamento que ele não quer! Esse contrato maldito que não pode ser desfeito!

—Além de estar movido pelo desejo de vingança. Ele jura que vai descobrir quem matou o babbo. - fala Valentina

Nas ruas Nicolas faz cobranças de seus "impostos".

—Don Nicolas! Ainda não tenho o valor ,me dê mais dois dias!

—Já te dei esses dois dias! Está atrasado demais! Vai pagar juros!

—Não tenho como pagar o valor normal, quanto mais com juros!

Nicolas dá meia volta, e passa as mãos nas prateleiras do pequeno mercado derrubando tudo no chão.

—Eu quero o meu dinheiro até amanhã! Do contrário você morre,ou suma daqui!

—Sim senhor!- diz o homem apavorado

Ao sair de lá, vai direto aos seus galpões onde acompanha a carga e descarga de drogas que envia para a Espanha e Reino Unido.

—Tudo perfeitamente em ordem Don Nicolas!

—Ótimo!Não podemos perder essa carga de novo! Ou eu vou ter que mandar executar outros soldados!

Os homens o olham temerosos

—Chefe, hoje terão pessoas para uma audiência com o senhor.

—Odeio essa porra! Mas faz parte! Quem é o primeiro?

—O dono da loja de eletrônicos do centro da cidade.

—Antônio Barollo? O que pediu dinheiro emprestado mês passado e até agora nada de me pagar?

—Ele mesmo! Disse que veio efetuar o pagamento.

— Mande-o entrar!

O homem entra acompanhado de uma jovem de aproximadamente 25 anos.

—Antônio, cadê o meu dinheiro?

—Eu não tenho dinheiro!

—Então veio aqui pra quê? Pra facilitar a minha vida e não precisar ir até você para te matar?

—Eu trouxe a minha filha. Ela é jovem,bonita...pode lhe se útil para alguma coisa.

Nicolas olha com nojo para ele, e observa a moça.

—Ela é bem gostosa chefe...diz um soldado

—Se quiser me dar de presente eu aceito! - diz o outro rindo

—Calem a boca seus tarados! A moça está assustada! - ele diz - Ela é virgem?

—Não

—Tem namorado ,noivo ou filhos?

—Também não,é livre.

—Tudo bem! A levem para a clínica do nosso amigo Jerônimo,que faça os exames completos para atestar a saúde e ver se realmente não é virgem. Estando tudo bem ,mandem-na para o nosso prostíbulo de luxo em Positano.

Os soldados conduzem a moça aos prantos.

—Dívida paga, Antônio!

—Obrigado,Don Nicolas!

—Só mais um momento!

O homem se volta para ele

—Deem uma surra de madeira nele, quebrem um braço e uma perna. Um de cada lado do corpo.

—É o quê!? Você disse que a dívida estava paga!

—E está! A surra é para você aprender a não fazer os outros pagaram por uma dívida feita por você! Especialmente a sua filha! Seu covarde!

Os soldados começam a espancar o homem na vista de Nicolas enquanto ele fuma seu charuto cubano.

Terminado espancamento,Nicolas pede para o próximo entrar.

—Boa tarde ,Don Nicolas! Eu vim pedir para o senhor me ajudar numa vingança contra o meu sócio.

—Vingança? Eu não posso te ajudar em nada sem saber o versão do seu sócio. Eu costumo ser justo!

—Temos uma concessionária de carros de luxo juntos e ele me passa para trás, desviando os lucros da nossa empresa.

—Primeiramente eu vou mandar meus contatos averiguarem a sua versão, do contrário quem morre é você!

—Pode averiguar! Eu não viria até aqui para mentir e colocar a minha vida em risco!

—Hum... e o que eu ganharei em troca por estar ajudando um "amigo"?

—O carro que o senhor quiser em minha loja! É só escolher!

—Ótimo! Temos um acordo, pode ir!

O homem se retira e Nicolas ainda atende três pessoas, uma delas acaba assassinada.

—Já chega por hoje! Preciso relaxar!

—Vamos para casa senhor?

—Não, para o meu apartamento individual, próximo a praia.

Nicolas segue seu trajeto,e alguns minutos está em seu apartamento. Os soldados ficam do lado de fora para a sua segurança,ele tira a camisa, revelando seu peito e abdômen definidos,ornados com tatuagens, ficando apenas de calças.

Ele se serve do whisky e olha o por do sol na varanda, o maldito casamento está se aproximando. Nunca desejou se casar, gostava da sua vida como era antes do pai morrer,livre, farrista, pegava quem quisesse sem apego...se bem que isso ele ainda pode fazer.

"Pelo menos essa porra da Antonella é gostosa! O sacrifício será menor. " pensa.

Mas amar...amar não! Nunca amou ninguém, exceto a sua família. Vai se casar apenas para cumprir o contrato que o seu pai firmou para formar aliança, essa prática ainda é comum dentro da máfia e ele teve o azar de cair dentro dela.

As lembranças daquele dia,daquela briga com o pai, não saem da sua memória,os gritos de ambos ,o pai o ameaçando com a arma, o tapa que levou no rosto...

Saiu de casa e foi viajar com os amigos sem se despedir, dias depois recebeu a notícia de que o seu pai havia sido metralhado dentro do carro em uma emboscada, e a última palavra que ele pode lhe dizer foi "Eu te odeio, pai! "

Nicolas joga o copo contra a parede, e passa as mãos nos cabelos...seu amado pai morreu achando que ele o odiava!

Ele pega o seu telefone e liga para um serviço de acompanhantes.

—Me manda o que tiver de melhor, não importa a cor , tipo,nacionalidade, desde que seja mulher e com mais de 30 anos.

Em cerca de vinte minutos, a prostituta que pediu chega. Loira, estatura mediana ,olhos verdes e com fartos seios.

—Tem frescuras?

—Não, faço de tudo!

—Aguenta tudo?

—Tudo!

—Veremos! Tire as roupas e deita na cama!

A mulher o obedece,Nicolas tira as próprias roupas e a manda ficar de quatro na cama.

—Me chupa,vagabunda!

Ela o fazia sexo oral, e ele prende a cabeça dela, encostando em seu ventre a fazendo engasgar.

—Você disse que aguentava... - ele dá um sorriso sarcástico

Agressivamente ele puxa os cabelos dela fazendo com que o ato seja mais profundo e rápido.

—Permanece de quatro e se vira para a parede!

Ele coloca o preservativo, introduz um dedo no ânus dela e a penetra pela vagina ao mesmo tempo. Depois, a penetra pelo orifício anal com força, enquanto a puxa pelos cabelos,as estocadas eram fortes e agressivas.

—Pode ir mais devagar, por favor?

Ele dá uma gargalhada

—Puta tem escolha? Fique calada!

Ele continua sem se importar com o desconforto dela até que se sacia e chega ao orgasmo.

—Anda,se veste e vaza !

Ele vai ao banheiro,toma banho e sai vestindo uma box.

—Aqui está o pagamento e um extra pela minha...indelicadeza..

A mulher sai e ele se senta na varanda com seu whisky e o seu charuto,põe os pés em cima da mesa e sente os olhos queimarem com lágrimas. Nicolas tem tudo o que quer,é temido, rico, poderoso...mas é vazio.

—E assim eu ficarei, até morrer!

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