Quatro

Tiner estava passando por uma cirurgia, para parar a hemorragia em sua coluna vertebral e no ombro esquerdo, seu pescoço estava imobilizado. E ele não conseguia mover, abrir os olhos ou de quer falar, não sentia seu corpo. Não sentia nada, além de uma agonia de não poder saber o que estava acontecendo.

Ele ouvia murmúrios, vozes distintas e distantes. Pareciam médicos, enfermeiros, em um hospital.

Ele tentava se recordar, mas não  conseguia. E sua mente vagou para o espaço entre suas memórias.

Uma criança que aparentava ser feliz, mas não era. Era condenado por sua aparência. Julgado por ser gordinho.

— Hei balofo, você não precisa dessa comida passa para cá. — eles batiam no braço dele, enquanto outro catava a sua lancheira. Tiner sempre tentava lutar. Mas a situação sempre piorava porque ele apanhava. Então ele pensou se não levasse lanche eles não mexeriam com ele. Mas as crianças eram tão malvadas e batiam nele porque ele não levava. Ate que julgou que a melhor solução era levar lanches e entregar-lhes, e ele sempre ficava com fome.

Mas Tiner fingia não ligar. Porque tinha ela. Ele havia esquecido seu nome. Mas ela sempre estava ali com ele. Dividindo seu lanche quando os meninos maus o roubavam. 

Ela não forçava seu sorriso. Ele era genuíno e verdadeiro. Com o tempo ele realmente não ligava mais pelos apelidos e implicância. Porque tinha ela, que gostava dele como ele era. Como seus avós. Aí recordou dos pais. Pais muitos ricos, mas ausentes. Será que eles não gostavam dele também por ele ser gordo e quase cego? Tiner também usava óculos. Quando ele se tornou adulto, tudo parecia diferente. Ninguém mais implicava por ele ser como era, mas agora revivendo as lembranças, notou que muitos que se aproximavam eram por interesse. Ele era rico. Era apaixonado por Tiffany, no início ela se fez de tímida, recatada, mas estava diante de seus olhos o tempo todo, era interesse. Ela nunca pedia dinheiro, mas vivia reclamando de sua condição de vida difícil e falida para que Tiner tivesse pena. Oferecia dinheiro a ela, ela fingia estar envergonhada, mas nunca negava , sempre pegava, e mentia alegando que um dia pagaria. 

Como, se a intenção dela era tornar-se noiva? E ele ingênuo, considerando-se burro agora por pensar que deu a ela carta branca para comandar seu negócio e dinheiro.

— Mas por que você faria isso? — ela perguntou fingindo surpresa.

— Porque logo vamos ser marido e mulher, tudo meu será seu.

— Ahh, meu lindinho! — e por dentro ela ria horrores. “ Seu gordo, idiota, sorte minha!” 

— Não precisava! Ainda não somos casados.

Tiner pegou na mão dela e entrelaçou seus dedos. — por pouco tempo, logo logo você será a senhora Olesen.

E ele deu um beijo nela.

“ Como sou cego e patético!” Tiner falou com a sua consciência.

Agora estava ali, sentia que estava vivo, mas não recordava do que tinha acontecido para ter parado no hospital. Ele negava dormir de vez, por medo de morrer. Não seria justo. Ele tinha que se manter acordado mesmo estando com os olhos fechados, ele tinha que viver e Tiffany pagar por roubar ele e fazê-lo de palhaço.

Mais populares

Comments

Fátima Alfiery

Fátima Alfiery

quanta maldade.VINGANCA

2024-05-26

1

Regiane Custodio Santos

Regiane Custodio Santos

poucos autores falam sobre esse tema mas é sempre bem abordar esse tipo de situação pra que nós vemos as pessoas por dentro e não por fora corpo bonito com o passar do tempo muda mas o carácter não o que temos de bonito está dentro do nosso coração e aqui torcendo pra que ele se recupere tudo que roubaram dele

2024-03-22

5

Louca por magia

Louca por magia

mas agora tu sabe a verdade faz essa vaca pagar feio 😠

2024-03-22

2

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!