A capital estava um caos. Havia soldados lutando para tudo quanto é lado, casas pegando fogo, pessoas gritando e crianças chorando ao lado dos corpos dos seus pais. Estávamos tentando sair sem sermos percebidas, mas é difícil não chamar atenção quando se está vestida como uma princesa.
"Peguem elas!" - Um soldado gritou.
"Droga! Corre princesa"
Corremos o máximo que podemos, mas a babá já era uma mulher de idade, ela não iria aguentar muito tempo. Um soldado alcançou-nos e puxou o cabelo da babá.
"Tira as mãos dela!" - Voei para cima dele. Tirei uma força que nem sabia que tinha e comecei a desferir golpes na sua cabeça.
"Vá princesa! Precisa fugir!" - Ela tentava em vão se soltar do soldado que agora estava tendo que lidar com nós duas. Ele sacou a sua espada e acertou a babá.
"Não! Não, não, não! AAAhhhhhh!" - Avancei para cima dele, mas eu não era párea ele. Quando ele ia me acertar com a espada também, a babá o segurou pela perna e olhou para mim com os olhos marejados.
"Vá, minha filha."
" Não! Eu..."
"Vá logo! Não vou aguentar muito tempo!"
"Sai sua velha!" - O soldado disse a chutando, mas ela segurava-o como se a sua vida dependesse disso.
Mais guardas estavam vindo.
"Eu prometo que vou te vingar babá." - Olhei uma última vez para o guarda, para gravar o rosto dele. Eu iria matá-lo. Iria matar todos eles.
Eu corri. Corri como nunca. Nem percebi que o meu vestido rasgou até um pouco acima do joelho, quando eu caí por causa de um cavalo que passava em alta velocidade com uma carroça presa a suas costas. Também não percebi que as minhas pernas sangravam. Eu só corri. Mal conseguia enxergar por causa das lágrimas. Se aquilo era um pesadelo, eu só queria que acabasse. Eu só queria acordar.
Eu consegui despistar os soldados. Mas estava com tanto medo que continuei a correr até chegar à costa. Havia soldados por todo parte.
"Merda, eles estão até aqui."
Resolvi então ir para a floresta. Ela também dava para o litoral, mas as embarcações não costumavam parar ali, por ficar mais afastada da cidade. Meu plano era atravessar a floresta e ir para lá.
A floresta era assustadora. Tudo era assustador. Eu mal consegui processar ainda tudo o que aconteceu nas últimas horas. De uma hora para outra o meu mundo virou de cabeça para baixo. Lágrimas começaram a brotar dos meus olhos novamente quando pensei na minha família, na babá e em tudo mais.
"Não, eu não posso chorar. Eu não tenho tempo para chorar. Preciso sair daqui viva."
É incrível como o corpo humano reage quando entra em estado de sobrevivência. Mesmo que estivesse com dor e cansada, eu não parei até achar um local para passar a noite. Eu consegui achar uma caverna para me abrigar, mas mesmo que eu estivesse cansada, não consegui dormir naquela noite. O medo e a ansiedade não permitiram que eu pregasse os meus olhos nem por um minuto. A adrenalina das últimas horas ainda era tão palpável em todo o meu corpo, que sentia os meus nervos tremerem sob a minha pele.
Assim que o sol começou a sair, eu voltei a caminhar. Agora eu estava com fome, a minha última refeição foi o café da manhã do dia anterior. A dor dos meus membros feridos estava pior também, o que dificultava a caminhada. Segui o barulho da água e encontrei uma pequena nascente, tomei um pouco de água e me lavei ali.
Ali perto também havia algumas árvores frutíferas. Comi bastante e peguei umas quatro para poder comer ao longo do dia.
" Seria ótimo ter uma bolsa ou cesta nessas horas"
Continuei meu caminho seguindo o sentido da nascente. Então eu ouvi um barulho.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Luci
Não consigo imaginar a dor de ver seus familiares mortos e tudo que vc ama destruído 😱😭
2024-03-01
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