Fernando Castro entrou na casa de classe média curioso para conhecer a mulher que fez seu filho se apaixonar e pedir algo tão esdrúxulo. Eles haviam combinado que Fred só entraria em cena após o primeiro contato que ele faria.
— Boa tarde! O que posso fazer pelo senhor? — Marcos perguntou desconfiado diante do homem que podia jurar ser o senador Castro.
— Não quero parecer presunçoso, mas o senhor sabe quem sou? — Fernando perguntou, o que o fez ter certeza que realmente estava ao lado do senador.
Ele olhou para a entrada da casa e viu um carro popular estacionado, com dois homens vestidos casualmente dentro dele.
— Sim. É o senador Castro — arriscou.
O homem sorriu e disse:
— Gostaria que essa visita ficasse entre nós. Posso entrar?
— Claro, senador. Desculpe. Em que posso ser útil? Aceita um café? — se atropelou nas palavras.
— Pode me chamar de Fernando — respondeu seguindo o homem para dentro da casa. — A conversa vai ser longa, então aceito.
— Se importa de sentar na cozinha enquanto preparo? Nossa empregada foi fazer algumas compras.
Seguiram até a cozinha, o senador sentou e começou a contar:
— Eu vim pessoalmente aqui a pedido do meu motorista.
— Seu motorista? — levantou uma sobrancelha, intrigado.
— Sim. Nenhum daqueles lá fora. É o meu motorista particular. Filho de alguém que prezo muito. Alguns acham estranho,mas trato meu motorista como filho e ele me confessou que está apaixonado pela sua filha Bella. A conheceu em uma boate...
— Bella? — Marcos o interrompeu, achou estranho, mas logo se lembrou do trabalho de Graça. Ele sabia, não tinham segredos, e aprovava suas ambições.
— Acontece que ele quer se casar com sua filha. —
Fernando foi direto.
— Somos uma família pobre e o senhor disse que considera esse motorista como um filho... — Marcos já pensava em formas de ter vantagem com essa história.
— Dinheiro não define caráter, prova disso é que o garoto trabalha como meu motorista quando pode ter o cargo que quiser, fora da política, claro. — Riu. — Ele não tem esse tipo de ambição.
Mas de qualquer forma gostaria de ajudá-los financeiramente. Se
não o ofender, gostaria de oferecê-lo quinhentos mil para ajudar na
festa e no que for necessário para sua filha nesse início de uma nova vida.
Marcos até sentiu tontura ao ouvir o valor oferecido.
Engolindo em seco e se controlando para não demonstrar o quanto aquele dinheiro lhe interessava, ele se virou para o senador:
— Sugiro que o seu motorista fale diretamente com a minha filha.
Sua atitude em falar por ele é bastante louvável, mas acho que em questões de sentimentos só podemos aconselhar, os jovens que decidem. E por falar nisso, ainda nem sei o nome dele.
— Falha minha. — Riu sem muita vontade, sentia a ambição emanar do homem a sua frente. Esperava que com a filha fosse diferente. — O nome dele é Frederico. E sobre o que falou, é exatamente por isso que fiz essa visita. Gostaria que conversasse com sua filha e a aconselhasse. Da minha parte garanto que ela terá uma vida confortável, pois nunca faltará emprego para o Frederico. Não prometo luxo, mas sempre haverá comida na mesa.
— Conversarei com ela.
Com a promessa de que conversaria com a filha, Marcos começou a fazer perguntas sobre o motorista e responder perguntas sobre sua família. Ele estava adorando a oportunidade e estaria disposto a qualquer coisa para garantir uma amizade com alguém tão poderoso.
Ficaram quase uma hora conversando. Até que o senador olhou o relógio e anunciou que precisava partir para uma reunião inadiável.
Marcos o levou até a porta e se despediram com a promessa
que em breve se reencontrariam.
— Eu não vou casar com um motorista, mesmo que seja do senador. Soube que ele tem um filho que ninguém nunca viu, por que não me pede para casar com ele? — Graça chegou em casa depois de uma manhã no shopping e revoltou quando ouviu parte da proposta do seu pai.
— É mesmo. Soube que tem até bolão de quem adivinha coisas sobre o rapaz. Tem aposta para idade, nome, e um monte de coisas. Pois eu acho que ele usa isso é para chamar a atenção dos eleitores. Não caio nessa de que não quer que o filho se envolva com política. Se é tão ruim, por que se envolveu?
— Não estou nem ai para o que passa na cabeça desse velho. Não vou casar com um motorista...
— Nem por quinhentos mil para os gastos com o casamento?
— disse com um sorriso cínico. Ela o havia interrompido antes que
pudesse mencionar o dinheiro.
— Quinhentos mil? Uau!
Assim que ela terminou de dizer “uau”, Bella entrou na casa ao lado da empregada. As duas carregavam sacolas com alimentos para a semana.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Anne🌹
O pai e a graça são dois crápulas interesseiros.
2024-06-21
3
Joelma Teixeira Marinho
é tão vagabundo quanto a filha
2024-03-02
4