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Lia encontrava-se na banheira, o calor da água misturando-se com as lágrimas que escorriam por seu rosto. Abraçando os joelhos, ela se sentia vulnerável, imersa em uma tempestade de pensamentos. As gotas d'água ecoavam no silêncio, refletindo a melancolia que envolvia o ambiente.

O peso emocional que Lia carregava consigo tornava-se quase tangível. Os seus pensamentos se entrelaçam, formando um labirinto de dúvidas e inseguranças.

Enquanto a água ao seu redor acolhia suas lágrimas, Lia buscava entender por que o próprio corpo, um pouco acima do peso, parecia ser motivo de repulsa para alguns ao seu redor.

A busca por respostas levava Lia a um confronto interno, onde ela tentava decifrar o porquê da hostilidade que enfrentava.

Cada soluço ecoava a dor de não se encaixar nos padrões impostos, enquanto a água ao seu redor oferecia um refúgio temporário. Neste momento de fragilidade, Lia confrontava não apenas as opiniões alheias, mas também a necessidade de aceitar e amar a si mesma, independentemente das críticas externas.

Lia, ainda envolta pela atmosfera úmida do banheiro, decidiu levantar-se da banheira, uma mistura de coragem e auto-reflexão permeando o seu ser.

As gotas d'água escorriam pelo seu corpo, como se simbolizassem a liberação de parte da aflição que a atormentava.

Diante do espelho, Lia hesitou antes de encarar a sua própria imagem. O seu olhar, carregado de emoção, encontrou o reflexo de uma mulher forte, mas, ao mesmo tempo, vulnerável.

As marcas da luta interna eram visíveis nos seus olhos, mas havia uma determinação emergindo, uma disposição de enfrentar os seus próprios demônios.

Ao observar cada curva do seu corpo, Lia não via apenas as imperfeições que a “sociedade” insistia em destacar. Ela começava a enxergar a beleza na sua individualidade, a força que vinha de aceitar quem era verdadeiramente.

Os sentimentos conflitantes de vulnerabilidade e autenticidade ecoavam naquele momento diante do espelho. Lia estava no processo de se reconstruir, de se abraçar com compaixão, independente do padrão imposto. O espelho, agora, refletia não apenas a imagem física, mas a auto-descoberta e aceitação que estava apenas começando na sua vida.

— Você é muito mais que isso, Lia, você é uma mulher forte e independente — Ela fala para si mesma.

Lia ouve uma batida na porta, ela veste um roupão e vai atender, era Amy, ela então deixa a amiga entrar no quarto.

— O que houve? Os seus olhos estão um pouco inchados, estava a chorar? — Amy pergunta ao entrar no quarto.

— Não aconteceu nada, deixei cair sabão, acabei de sair do banho — Lia mente.

— Entendo, vamos fazer algo hoje? Amanhã começa o seu primeiro dia como diretora executiva — Amy pergunta animada.

— Estou um pouco cansada de ontem ainda, vamos adiar a comemoração, não estou me sentindo muito disposta hoje. Vai sair um pouco com os seus novos amigos da empresa, não quero que se sinta presa a mim — Lia fala se sentando na cama.

— Eu nunca me sentiria presa a você, mas vou sair com eles sim, preciso distrair a cabeça um pouco.

Lia sorri para a amiga que sai do quarto, ela vai até o closet e se veste, seca o cabelo e tenta voltar a dormir, mas a sua cabeça estava se passando mil pensamentos diferentes ao mesmo tempo.

Ela não sabia qual era a verdadeira intenção de Karol, mas se fosse deixá-la em um péssimo estado de auto-confiança, a Karol conseguiu o que queria.

Lia sabe que tem que ser forte e passar por cima disso, mas nesse momento ela estava bem sendo fraca e ficando deitada por um dia inteiro.

“Eu posso ser forte amanhã, não preciso ser hoje também” ela pensou.

...----------------...

No dia seguinte Lia estava se sentindo bem melhor, ela se arrumou bem para o seu primeiro dia como a CEO de uma enorme empresa.

Desceu para o café da manhã e sentou-se na mesa, Karol a encarou com os olhos saltando faíscas, mas Lia não se deixou intimidar, ela encarou Karol até que a mesma quebrasse o contato visual. Jovane, então, olhou para filha com preocupação.

— Filha, como está se sentindo? Ontem não almoçou e nem jantou com a gente, está doente? — Jovane pergunta.

— Não pai, eu estou bem, só me sentia indisposta ontem, nada que abale o meu começo na empresa como a nova CEO — Ela responde.

— Já está falando como uma verdadeira diretora executiva — O pai fala com orgulho.

— Vamos mudar de assunto? — Chiara sugere, ao vê que a filha estava com raiva— Esses dias eu andei pensando em colocar a Karol para ser o rosto da empresa, ela pode sair nas fotos de divulgação. A minha filha tem tudo o que precisar, e o essencial: ela é linda demais.

— Tantas modelos por aí que são lindas e que se esforçaram para seguir a carreira, até mesmo estudaram para isso, por que eu contrataria a sua filha? — Lia questiona.

— Pela família! — Chiara responde encarando Lia.

— Sr? — Oscar chama a atenção de Jovane.

— Eu não sou mais o diretor da empresa, não vou me envolver em mais nada relacionado a isso, eu só quero curtir a minha paz — Jovane logo fala assim que percebeu que o olhavam estavam a espera de um posicionamento dele.

— Não se preocupem, não precisem pedir ao meu pai para tentar me convencer, eu vou pensar no que acabou de sugerir. Agora preciso trabalhar — Lia fala se levantando.

Ela pega a bolsa de mão e sai de lá sem dizer ou ouvir mais qualquer coisa, Lia estava se sentindo poderosa, sentindo que pudesse fazer qualquer coisa.

Ao chegar na empresa ela vai direto para sua nova sala, que antes era de seu pai, ela chega a já reparando toda a sala para poder deixá-la de seu jeito.

Lia senta-se na cadeira, ela apoia as costas na cadeira e sorri, sentindo-se a própria poderosa chefona.

— Estou pronta para o que vier — Ela fala sozinha girando na cadeira.

Lia respira fundo sentindo o aroma da sala, que não estava de seu agrado, ela sentiu falta de flores, um aroma mais doce em sua sala.

“Quando vier pode trazer flores?” Ela manda mensagem para Amy que ainda não havia chegado ao trabalho, nem mesmo havia dormido em casa.

Lia coloca as pastas em cima da mesa, as abre, liga o notebook e começa a trabalhar. Conforme os minutos foram se passando a porta da sala e aberta, Lia olha para vê de quem se tratava e vê Amy.

— Desculpe o atraso, eu estava longe e não conseguia um táxi, vim de metrô — Amy fala entrando com um ramo de flores.

— Tudo bem, pelo menos trouxe as flores que eu pedi, e o vaso é lindo, onde comprou? — Lia pergunta.

— Eu não trouxe as flores, elas estavam na recepção e havia um cartão com o seu nome — Amy responde.

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Comments

Glaucia Consoli Consoli

Glaucia Consoli Consoli

E do Bonitão

2024-02-15

3

Ivani Martins

Ivani Martins

Lia não entra em bode por causa do seu corpo, até pq a vida é muito mais que isso!!!!

Tenha cuidado pro provo não querer passar a perna em você isso sim!!!!

Nada de fraquezas queridona!!!!

2024-02-14

1

Marilaine Trindade

Marilaine Trindade

Lia tem q sair dessa casa e viver numa mansão sozinha , vivendo debaixo do mesmo teto que essas duas cobras só vai fazer mal a ela isso sim , já chega lia sofrendo esse bullying e insulto da karol e da mãe dela

2024-02-14

6

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