capítulo 03- a dor de uma triste perda

Lembrando dos fatos..

naquela tarde em.que tudo ocorreu, estava na empresa como de costume e havia acabado de sair de uma reunião altamente estressante com uma mulher irritante , que no fim das contas faria eu ser obrigada a olhar ela com outros olhos já que a mesma fechou contrato em nossa agência .

Estava cansado, irritado e tudo o que queria era voltar para casa e ficar ao lado de Cíntia, minha esposa...

Cintia era uma mulher incrível, talvez por isso eu tenha me apaixonado por ela no primeiro instante em que a vi .

Ela tinha um trabalho único, era uma artista renomada que pintava quadros maravilhosos e se preparava para sua primeira exposição, então o pouco tempo que tinha ela se dividia entre fazer seus quadros , bem como cuidar de Evan, nosso primeiro filho que tinha apenas 4 dias de vida.

uma mãe exemplar, carinhosa e muito segura de si, essa era a minha mulher...

Foi no dia que antecedia o meu aniversário que tudo aconteceu.

Cintia havia combinado com susan de fazer uma pequena recepção para comemorar meu aniversário e por conta disso ela queria fazer um jantar.. Neste dia, ela mesma decidiu ir a tardezinha até o supermercado que ficava próximo de onde morávamos e por isso resolveu caminhar já que estavamos em uma onda de calor incessante na cidade.

Tudo era para ser mais um momento normal na vida de Cíntia , mas foi em sua volta pra casa, a poucos metros do edifício que a vida dela foi ceifada de uma forma muito dura e cruel...

voltando para casa , prestes a atravessar o último quarteirão que chegaria em seu destino, um carro desgovernado descia a rua e não conseguiu frear a tempo quando Cíntia atravessava pela faixa De pedestres que estava ao seu favor .

O impacto foi violento, ela foi arremessada a metros do local da batida ,e com a queda ela caiu de cara no asfalto, morrendo na hora.

A notícia chegou até mim por que como de costume sempre ligava pra ela para avisar quando saia da empresa e assim que liguei , foi um homem quem atendeu a chamada e me notificou do trágico acontecimento se revelando ser um policial militar que estava isolando o local.

Na hora em que aquele homem atendeu a chamada e disse..

- alô ? falo com o senhor Sebastian Kane ?

- isso, quem é você e por que está com o celular de minha mulher ?

- senhor meu nome é Jordan sou policial militar e sinto informar mas a sua esposa sofreu um acidente . estamos no local aguardando a equipe de resgate...

ouvir aquelas palavras fez eu perceber duas coisas...

a primeira delas é que não tinha nenhum problema cardíaco já que meu coração disparou tão rápido que pensei que ia infartar, só que não, e a segunda é que um abismo se abriu por debaixo de meus pés e eu não conseguia raciocinar direito...

minhas mãos tremiam, minha voz foi se embargando por uma crise incontrolável de choro..

- oh meu deus, mas como assim ? o que foi que aconteceu?? como ela está ???

Brandon, meu motorista foi quem conseguiu me levar até o local indicado pelo policial e assim que o carro dobrou a esquina de minha casa, eu já fui me desesperando e pedi que o mesmo parasse o carro...

desci e corri em sua direção, passei por debaixo do cordão de isolamento mas logo fui segurado por um dia polícias ali..

me desvinciliei dele e finalmente cai de joelhos no chão, puxando a manta térmica que cobria seu corpo...

A dor que senti naquele momento foi indescritível...eu agarrei seu corpo ensanguentado, e chorei...chorei e chorei...até que não tinha mais forças para chorar, por fim desmaiei.

Quando recuperei a minha consciência, já estava deitado em em meu sofá dentro de minha casa .

A senhora Watson estava com os olhos marejados de tanto chorar , e segurava o Evan em seus braços, tão pequeno, tão frágil, e agora tão órfão de mãe..

minha mente estava confusa entre achar que tudo não passou de um pesadelo e que veria Cíntia ali de frente ao fogão terminando o jantar cantarolando sua canção favorita, mas quando vi a cara de desespero de Susan em vir em minha direção e me abraçar , percebi que a partir dali a minha triste realidade seria outra e que tudo iria mudar.

Cintia foi velada, enterrada e deixou para mim metade de sua vida e seu amor na forma única de nosso pequeno garoto de apenas quatro dias que dali em diante teria em mim a segurança de um pai que faria de tudo para deixa- lo bem, bem como também buscaria em mim a ausência de uma mãe que injustamente foi tirada dele para todo o sempre .

o condutor que atropelou em cheio a minha mulher não teve sua identidade revelada mas acredito eu que deva carregar para sempre em sua consciência a vida que ele ceifou.

Nos primeiros dias tive um grande suporte de meus pais que vieram se instalar em minha casa para ajudar com o bebê, já que na agência, havia muito trabalho e eu sendo o homem mais importante de lá não podia ficar de fora, mas uma semana depois eu pedi que todos fossem embora e me deixasse a sós com a minha nova realidade.

quanto antes eu começasse a aprender a me virar em minha nova jornada, melhor seria ...só que não foi...

os primeiros meses de vida de Evan fizeram eu verdadeiramente aprender um tutorial de como cuidar de um bebê...

trocar fraldas, as horas das mamadas, o que fazer em casos de cólicas , as crises de dor de ouvido...tudo....sem falar das noites intermináveis de sono perdido, o que para mim foi o mais difícil, mas graças a deus a senhora Watson assumiu a frente de tudo isso, e me deixou respirar...

Ela cuidava de Evan em tempo integral, bem como da casa inteira também o que ficou muito pesado para uma senhora de quase setenta anos , e foi por conta disso que em uma.bela noite durante o jantar ela me sugeriu que eu contratasse uma babá para cuidar de Evan , enquanto a própria cuidaria da casa..

eu concordei, mas não fazia ideia de como faria tudo isso acontecer até que o destino se incumbiu dessa missão.

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