Capítulo 06

...Chegando na empresa, estacionei meu carro na vaga de sempre no estacionamento. Observei Mia sair de dentro, e não pude deixar de notar que o zíper de seu vestido estava um pouco aberto. Limpei a garganta e saí do carro....

...— Mia, o zíper do seu vestido está um pouco aberto. — falei, olhando para ela....

...— Ah, tem vezes que ele desce mesmo. — disse ela, ajeitando....

...Menos mal, pensei que teria que ajeitar para ela, mas ela não me pediu....

...— Está sentindo um calor? — indaguei, fazendo-a olhar para mim....

...— Não, senhor Garcia. — respondeu....

...— Ok! Então devo estar doente, só eu que estou sentindo, proponho entrarmos logo....

...Entramos na empresa juntos, atraindo olhares curiosos. Era de se esperar. Contudo, havia algo positivo nisso tudo: Léia, amiga de Adrine, estava cochichando ao nos ver. Era provável que antes da festa de gala, Adrine ficasse sabendo que estou com outra pessoa. Isso tornaria as coisas mais convincentes....

...Enquanto as pessoas murmuravam pelos corredores, concentrei-me em manter a postura profissional. Mia também parecia lidar bem com a atenção extra. No fim, essa situação inesperada poderia até mesmo ser uma vantagem no jogo sutil de relacionamentos no ambiente de trabalho....

...Assim que chegamos ao meu escritório, Mia arrumou algumas coisas em cima da minha mesa....

...— Está precisando de alguma coisa, Sr Garcia?...

...— O mesmo de sempre, Mia. Analgésicos, por favor....

...A dor de cabeça persistente era uma lembrança constante da noite anterior. Enquanto Mia procurava pelos analgésicos, eu refletia sobre como nossa dinâmica, que antes era estritamente profissional, agora incorporava elementos mais pessoais. E isso não pode acontecer, é tudo mentira....

...A porta do meu escritório foi aberta abruptamente, revelando Adrine passar por ela. Pelo jeito, a notícia voou mais rápido do que nos jornais....

...A presença inesperada de Adrine desafiava as diretrizes que eu havia estabelecido. Enquanto tentava manter a compostura, a sensação de ter minhas instruções ignoradas adicionava uma camada extra de complexidade à já tumultuada situação. Estava claro que o controle que eu acreditava ter sobre a empresa estava sendo testado de maneiras inesperadas....

...Eu havia deixado uma ordem para todos na minha empresa, especificando que não a queria no meu escritório, que não a deixassem entrar sequer na empresa. Parecia que minhas ordens não valiam nada aqui....

...— O que faz aqui? — indaguei, olhando para Adrine, com minha expressão rude....

...Seu sorriso forçado parecia desmoronar diante do tom direto da minha pergunta. Ela tentou manter a compostura, respondendo:...

...— Calma, meu amor, não vai dizer que não estava sentindo a minha falta. — disse ela cinicamente....

...Ela acertou em meu ponto fraco. Isso era verdade, e eu não poderia negar que realmente sinto sua falta. Estamos separados por alguns meses, e todas as noites sinto falta dos nossos momentos, principalmente à noite....

...Fechei meus olhos por alguns segundos, sentindo a frustração me tomar por completo. No silêncio tenso do escritório, as emoções borbulhavam, e eu enfrentava a difícil tarefa de lidar com a mistura de sentimentos que essa situação inesperada revisita....

...— Não adianta mentir, Natan. Sei quando você ainda me deseja e quando ainda sente minha falta. — disse ela, parando diante de mim....

...Senti suas mãos espalmadas em meu peitoral. Adrine estava vestida em um vestido que sempre amei vê-la usar, está tão sexy, mas atraente que antes. Suas curvas perfeitas, aquelas belas curvas que eu amava me perder nelas, estavam tão evidentes no vestido que ficava colado em seu corpo....

...O confronto de desejos e sentimentos se intensificava. Adrine trazia à tona lembranças e desejos que eu lutava para deixar para trás. O dilema entre o passado e o presente se desdobrava diante de mim....

...— O que você quer? — minha voz falhou....

...Ela sorriu para mim, passando seu dedo em meus lábios....

...— O que acha de nos divertirmos um pouco, para matar a saudade dos velhos momentos. — sussurrou, descendo suas mãos pelo meu corpo....

...A tentação pairava no ar enquanto Adrine sugeria a recriação de momentos passados. Cada toque, cada palavra, reverbera com uma intensidade familiar que, apesar dos desafios, ainda despertava algo dentro de mim....

...Engulo em seco ao sentir que meu corpo estava começando a reagir. Meu p@u estava começando a dar sinal na calça, e a raiva que tenho de mim mesmo, é que dei o controle a Adrine sobre mim, e ela sabe que tem esse controle. Eu sabia que não deveria cair novamente na dela, mas desde que Adrine me trocou por outro, nos reencontrávamos para brigar e acabávamos na cama. Com toda certeza, ele não estava sabendo dar prazer a ela, porque se não fosse assim, ela não me procuraria para lhe dar o prazer que tanto precisa....

...O conflito interno atingia seu ápice, enquanto eu tentava resistir a impulsos que no passado, haviam deixado cicatrizes profundas....

...— Não posso, Adrine, não mais. — sussurrei, tentando me afastar....

...— Shh… sei que sou a única que pode te proporcionar prazer. — Ela sussurrou, apertando levemente meu p@u que já estava completamente duro....

...A resistência que eu tentava manter desmoronava diante das habilidades sedutoras de Adrine. O calor do momento obscurece a razão, enquanto a linha entre o passado e o presente tornava-se mais fina. Estava preso entre a tentação do conhecido e o desejo de resistir a uma história que já havia causado feridas profundas....

...— Vamos, me f0da, Natan, eu sou sua. — Rosnou ela, atacando meus lábios em um beijo quente. Deixei um gemido rouco escapar....

...Me deixei levar por um momento, mas assim que a ficha caiu, eu me afastei....

...— Saia do meu escritório, isso nunca vai acontecer, nunca mais. — falei sério....

...A decisão firme ecoou no escritório, cortando o calor do momento. Olhares intensos cruzaram-se enquanto Adrine processava a rejeição que finalmente tive a coragem de impor....

...— Não pode me expulsar assim da sua vida, você me quer, Natan. — choramingou....

...— Eu não sou seu brinquedo, já chega. E foi você quem saiu da minha vida quando decidiu me trair com outro, ainda levando para um dos meus apartamentos. Deveria estar feliz na nova escolha. — rosnei com fúria....

...— Não pode negar que mesmo assim, sente algo ainda por mim....

...— Eu não deveria. — vociferei....

...— Estávamos ficando sem problema nenhum, você sabe que após termos nos separados, o sexo entre nós dois tem ficado, mas intenso, para que estragar isso agora? — Disse tentando se aproximar, mas eu me afastei....

...— Vai embora, já tenho outra pessoa na minha vida. — A expulsei....

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