Capítulo 8 - Escravidão

Enquanto a senhora contava sua longa história da cidade fantasma.

senhora_ eu gosto, do silêncio, da calmaria, não ver ninguém não ouvir ninguém.

Viamos , os gatos correndo pela casa atrás da zuleide e da jureminha.

que se perdiam em meio aos felinos .

Enquanto isso .Ouvimos barulhos de motos e virando a esquina.

Senhora _ Ah, é a gangue dos luvas pretas.

vimos pela janela e uma das motos veio em nossa direção.

a moto parou e desceu um cara muito alto e forte, de quase dois metros de altura , um braço dele dava três do meu .

Ele bateu na porta e disse.

Mamãezinha está em casa?

mah espiando pela fresta da cortina segurou o riso e cochichou pra mim.

Mah_mamãezinha?

A senhora abriu e o recebeu e então nos apresentou.

Esse é meu filho marquinhos.

Ele faz parte daquela gangue de motoqueiros os integrantes de maior prestígio usa só uma luva na mão direita.

Eu coçava a cabeça

fabrício_ Ah sim .

Enquanto disfarçava o medo que sentia.

marquinhos _ De quem é o carro lá fora?

Fabrício _ É meu

marquinhos _ Onde conseguiu?

Senhora _ Vamos filho deixe o moço em paz , ele está em uma viagem longa para o Espírito Santo.

Fabrício _ sim já estamos indo.

Senhora _ Mas espere pegue mais uma xícara. Vou contar a história da cidade.

Você deve tomar cuidado , a cidade está vazia mais , para onde está indo , a canibais por toda parte, e alguns soldados do governo , eles estão, procurando escravos para eles , todos trabalham em Fortaleza.

mah enquanto ouvia a história pede para ir ao banheiro.

Eu fiquei ouvindo .

E quando ela voltou.

estava palida.

parece que havia visto um fantasma.

na hora eu não prestei atenção mas vi que ela tinha demorado muito.

Ela me disse em voz de sussuro , precisamos ir embora, urgente.

Acreditei na sua palavra e me levantei para ir embora disse que ela estava passando mal.

a senhora insistiu muito para ficarmos até seu filho se levantou da mesa.

peguei as galinhas e ela me fez pegar um de seus gatos de estimação para ir conosco.

Senhora _ leve um dos meus gatos , já que você gosta da compania dos animais.

O que a moça tem.

mah_ Eu fui picada pelos gafanhotos.

Eu estranhei porque sabia que era mentira mas isso causou tamanho espanto na senhora e no seu filho.

Senhora _ Será que? moço, você sabe o que os gafanhotos fazem? Ela deve ter uns cem deles dentro dela agora.

Fabrício _ Olha eu acho que não é bem assim que funciona.

Enquanto falava mah foi me puxando pelo braço fingindo ânsia de vômito.

mah_ precisamos ir( ânsia de vômito) ela está certa, sinto eles correndo por dentro do meu corpo .

marquinhos _ ecaa

Então saimos do lugar e entramos em um carro.

ela disse.

mah_acelera.

acelera.

acelera.

eu nunca tinha andado Tão rapido antes.

Fabrício _ oque foi que aconteceu? o que você viu?

mah_ Quando pedi pra ir no banheiro, eu desci até o porão.

Enquanto falava ela começou a chorar.

e não tinha palavras para descrever a cena.

Atenção, descrição de cenas fortes.

não diga que não foi avisado(a)

Mah_ No porão, havia , corpos e pedaços de corpos por toda parte, tripas e órgãos espalhados pelo chão, eram todas pessoas esquartejadas, e os gatos, alguns em pedaços, outros em fatias, e gatos vivos, comiam os mortos,lambiam os restos de carne podre que estavam caídas, aquele sangue, aqueles órgãos, era tanta pele, meu Deus, e andavam por cima dos restos mortais dos corpos daqueles que uma hora eram pessoas e agora, são o jantar daquela velha louca, havia dentes pendurados amarrados a parte em fios, eu vi um olho caído no chão, mãos cortadas caidas debaixo da mesa, e o pior, alguém lá ainda estava vivo, e um caldeirão com uma água fervendo ao lado dele, ele estava com a boca amarrada gritando por ajuda e eu , eu não pude ajuda-lo.

E pensar que nós seríamos os próximos

E agora pra onde a gente vai?.

Eu fiquei atônito sem saber O que falar, só consegui pensar na desculpa que ela deu para sairmos dela lá o mais rápido possível. Eu não tinha palavras para conforta-la

Fabrício_ Então por isso aquilo que disse? pensou rápido.

Mah_ A culpa é sua seu maluco, você se enfia em qualquer canto que vê , nem todas as pessoas são boas, não mais , se não eram antes, porque serão agora.?

Fabrício_ tá bom me desculpe.

Mah_ tá tudo bem

Passamos dois dias na estrada sem parar .

E chegamos no Espírito santo , e toda a primeira cidade daquele estado estava deserta, não havia nada, nem ninguém, mas de repente em meio aos escombros.

vimos um soldado ferido.

(Fabrício puxa a arma apontando para a cabeça do homem)

Fabrício_ quem é você? o porquê está aqui?

soldado _ estou procurando pessoas sobreviventes como vocês, mas aqui, houve uma guerra, há um dia .

Fabrício engatilha o revólver.

Fabrício _ que guerra?

Um grupo de soldados se levanta ao arredor de Fabrício e mah.

General_ Vocês devem me seguir agora mesmo. por bem ou por mal.

Fomos enzapuzados , e mordaças foram colocada nas nossas bocas.

A gente caiu em uma armadilha.

quando chegamos em Fortaleza.

Uma cidade que não dormia.

centenas de pessoas sobreviventes trabalhando como escravas.

Quando tiraram nossas vendas.

Eu perguntei ao soldado.

Fabicio_O que está falando que lugar é esse, e porque?

No fim das contas, não houve resposta, ficamos presos, eramos chicoteados se nos vissem parados, deviamos trabalhar o dia todo por uma migalha de pão e um copo de água.

Eu só conseguia pensar em pedir desculpa para mah, felizmente as galinhas ficaram para trás. longe desse lugar horrível.

Um mês trabalhando naquele lugar. Conseguimos se comunicar um pouco com outros escravos.

Fabrício _ o que estão fazendo aqui.?

alguém _ a diversos grupos de pessoas por aqui, alguns trabalham como nós , juntando escombros da ferrovia para o trem, estão tentando reerguer a cidade, mas , como estão contruindo a ponte, e montando uma base, que sirva de forte para o exército, a unica maneira é chegar no porto mas é usado pelo exército então é vigiado 24 horas .

Fabrício_ temos que se unir para fugir juntos.

você conheceu alguém assim*( mostra a foto da filha dele)

alguém _ sim , eu já vi ela , essa moça, as mulheres são levadas para o povo rico do leste europeu.

como escravas.

mah_ Fabrício,vê se para de falar, aquele vigia não para de olhar pra você, e...

(Um soldado chega por trás e acerta um golpe em Fabrício o derrubando no chão)

soldado _ por acaso você quer um café pra terminar a conversa? mais trabalho e menos ladainha, vocês são proibidos de falar,e você também menina fedida vá para lá.

Fabrício _ #@%

soldado _ o que?

soldado 2_ não é esse o maluco das galinhas?

soldado _ sim é ele. mas dirigia um bonito carro .

Parecia o fim pra mim, no final da noite eramos levados para uma prisão onde cada um tinha sua cela e um pedaço de papelão para dormir, passava a noite em um lugar escuro.

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