Você Era Apenas Um Sonho

Você Era Apenas Um Sonho

Ilusão ou realidade?

Tudo estava silencioso. A mesa estava cheia dos melhores pratos. O problema era a pouca presença daqueles que estavam junto a mim.
Um homem de quarenta e três anos e uma mulher de quarenta. Ambos sentados um à frente do outro, no entanto, as suas caras sérias demonstravam que nenhum deles queria conversa, pelo menos, não com algum deles.
Esvazie o meu prato o mais rápido possível. O silêncio não era o meu incómodo, era a maneira que os meus pais se tratavam. Nada mais que vinte e quatro anos juntos, mas eu perguntava-me:
Mel
Mel
"Eles se amam realmente ou apenas se suportam? Porquê ainda estão juntos?".
Um mistério. Eu jamais saberia. Deslizei pela cadeira, saindo da mesa em silêncio, não seria eu a desmanchar o feito deles. Depois de pôr o prato na pia, bebi a água do copo que havia trago comigo da mesa.
Mel
Mel
"Ual. Aqueles dois não dão trégua".
Pensei os observando por cima da borda do copo de vidro liso.
Corri para o quarto tentando silenciar até mesmo a minha sombra. Subi as escadas de fininho, por sorte elas não rangiam.
Assim que cheguei ao tão sonhado destino, encostei a porta e corri para a cama. Não era das melhores, mais era minha, de casal, só a minha. cobri-me com o lençol branco bem leve, o mesmo se assemelhava as cortinas quase transparentes que cobriam as vidraças da grande janela.
Observei o teto do meu quarto minuciosamente enquanto pensava no que havia feito naquele dia. Nada fora do comum. Havia ficado em casa o dia inteiro, lendo, ajudando na limpeza e distraindo-me. Os meus olhos pesaram.
Mel
Mel
"Venha mundo dos sonhos. Me leve para bem longe. Quero ser como uma folha seca, carregada pelo vento, mais segura do seu destino".
_______♡______
Meus pés estavam firme no chão da rua movimentada. Várias pessoas passavam por mim, indo em diferentes direções. Todos vestiam roupas diferentes, alguns de um jeito casual, outros profissionais, e ainda os aventureiros ou desportivos. Apenas eu estava deslocada, apesar de não está diferente.
Algo der repente acordou-me. Gotas frias caiam em cima de mim. Os meus olhos voltaram-se para céu. As nuvens carregadas acabavam de despejar a sua encomenda sobre as nossas cabeças.
Meu rosto lentamente ficou banhado por muitas daquelas gotas gélidas. Não fiquei preocupada se poderia pegar um resfriado, era bom, a chuva era gostosa. Ninguém pensou como eu, todos já haviam se dispensado as pressas.
Sem perceber, havia fechado os olhos para apreciar o clima frio e as gotas da chuva. No entanto, a chuva não existia mais, apenas ouvia o barulho do seu respingar sobre alguma coisa fina e plástica. Abri os olhos, imediatamente saindo do transe.
Havia um guarda-chuva sob a minha cabeça, ele era cinza. Senti que o pequeno espaço em baixo dele era compartilhado.
Olhei para frente desta vez. Não precisei baixar a cabeça ou mantê-la reta. Vi os seus cabelos negros, lisos como os pelos de gato, finos e bonitos, eles escondiam a testa do meu acompanhante assim como parte das sobrancelhas meio grossas.
Abaixo delas haviam olhos repuxados, negros e de cílios médios, que se destacavam na sua pele branca. Nariz reto e ponta curta, uma pequena covinha indicava os lábios rosados, macios e médios, queixo curto e rosto fino.
Ele vestia algo casual, como um casaco cor madeira claro, camisa branca por dentro, calças preta meio colada, mas não justa, e sapateta preto (uma espécie de sapato raso, plano).
Ele se movimentou me lembrando que não era um quadro para ser admirado, era alguém de carne e osso. A sua mão que segurava a sombrinha aproximou-se de mim, ele se curvou um pouco para se igualar a mim.
Jon
Jon
Vai ficar aí esperando um resfriado?
Perguntou sério, mesmo simpático.
Jinli
Jinli
Não?!
Respondi confusa.
Jon
Jon
Então vamos! Faz minutos que espero você sair do lugar.
Jinli
Jinli
Pra onde vamos?
Perguntei o vendo se virar para a mesma direção que a minha.
Jon
Jon
Para casa. Onde mais iríamos?
A sua voz era grossa, limpa e bonita.
Passou o braço esquerdo por cima do meu ombro, me fazendo olhar primeiro para o peso recém-adquirido e depois para ele, confusa.
Jon
Jon
Não reclame. Eu vim busca-la depois de tudo.
Quis relembrar algo que não fazia ideia do que se tratava.
Jinli
Jinli
Tudo o quê?
Perguntei em extrema curiosidade.
Ele guiou-me pela calçada. Caminhávamos no meio dos diversos sombreiros negros.
Jon
Jon
Você bebeu muito. Por que acha que estava tentando beijar a chuva agora pouco?
Perguntou sem olhar para mim. Não conseguir desviar os olhos dele, e quando fazia, voltava no instante seguinte.
Jinli
Jinli
Eu beijei?
O que estava acontecendo mesmo?
Jon
Jon
Tentou, não garanto sucesso quanto a isto.
Se manteve neutro e atento a nosso destino.
Ele era asiático, mais precisamente, coreano. O que me fez questionar quem eu era de verdade. Quem éramos um para o outro.
Jinli
Jinli
Então. Vamos comer miojo?
O meu estômago roncou.
Ele nos parou, olhou bem o meu rosto por alguns minutos. Meu rosto frio esquentou, baixei os olhos, envergonhada. Havia usado as palavras erradas, eu não o estava convidando para dormir comigo, estava?
Jinli
Jinli
Não, não é o que você está pensando. Eu... Eu quis dizer, comer alguma coisa.
Quase surtei com o seu olhar sobre mim.
Jon
Jon
Tanto faz!
Ele colocou um sorriso sugestivo nos lábios.
Jinli
Jinli
Frango frito?
Perguntei tentando reforçar a ideia real de alimentos.
Ele concordou apenas com um acenar de cabeça. Sorrir imenso. Me sentia bem o suficiente nos seus braços, com aquela aproximação. Tanto que não me via em outro lugar.
Andamos mais um pouco, até pararmos em um restaurante, ao qual parecia aconchegante.
Jon
Jon
Entre, aqui está quentinho!
Ele abriu a porta de vidro para mim.
Jinli
Jinli
Você estava quentinho.
Respondi automaticamente, o fazendo sorrir silencioso. Fiquei rubra novamente.
Ele fechou o guarda-chuvas e avisou;
Jon
Jon
Vou pegar o nosso Frango frito!
Jinli
Jinli
Vou esperar aqui.
Sorri para ele o vendo se afastar.
Todos o olhavam quando ele passava. Quão sortuda eu era. Logo voltaram os seus olhos fugaz na minha direção. Ignorei com sucesso, o meu acompanhante estava voltando com um saquinho de papelão na mão que não segurava o sombreiro cinza.
Jon
Jon
Vamos. Estou ouvindo seu estômago roncar a distância.
Ele brincou, me entregando o pacote especial.
Jinli
Jinli
Isso é verdade!
Sorri saindo do estabelecimento junto dele.
Divaguei em voz alta por todo o caminho, até chegarmos num apartamento aberto. Ele seguiu até uma porta específica. Fechou o sombreiro quando já não o necessitava, e abriu a porta digitando uma senha no pequeno visor.
Jon
Jon
Vai congelar aí fora?
Perguntou a adentrar o espaço.
O seguir rapidamente. O lugar era maior que aparentava e muito aconchegante.
Jon
Jon
Vai logo tomar um banho quente. Eu cuido disto!
Retirou a minha preciosa comida das minhas mãos. Não reclamei, fiz o que ele aconselhou.
Vesti um moletom grande que achei sobre a cama. Penteei os meus cabelos lisos rapidamente e logo voltei para a sala. Tudo estava pronto em cima da mesa. Ele olhou-me de soslaio enquanto colocava a minha comida. Me sentei a sua frente.
Jon
Jon
Você adora as minhas roupas, não é?
Jinli
Jinli
São muito confortáveis!
Respondi automaticamente. No fundo, estava gostando de tudo que poderia fazer ali, mas o corpo não parecia meu, as ações não eram feitas por mim. Assim como as palavras que dizia.
Jon
Jon
Por isso são minhas.
Ele respondeu, colocando o prato fundo de louça na minha frente. Rir como criança.
O tempo passou muito agradável. Assistimos um drama coreano juntos. Discutimos sobre os personagens principais, enquanto eu insistia em ficar debaixo do seu braço o tempo todo. Ele não reclamou. Até que uma coisa inusitada aconteceu...
Ele pôs a mão no meu rosto o virando para ele, e sem aviso me beijou. Um beijo pacífico, algo como encontrar de lábios com grande demora.
Sentia que já éramos algo antes do beijo, mais aquilo confirmou. Tirando todas as minhas dúvidas.
—————🌹🥀—————
Acordei com o vento frio batendo no meu rosto. Abri os olhos preguiçosamente, virando o meu rosto naquela direção. As janelas do quarto estavam abertas, todas elas.
O vento soprava as cortinas com insistência. E eu tinha certeza que as havia fechado.
Me senti sendo observada da cabeceira da cama. Olhei para lá rapidamente. Um ser alto e pálido me olhava com paciência.
Quando dei por mim, meu coração parecia pular vinte vezes mais. E quando ele voltou ao normal, pude notar algo nele.
Seus cabelos e rosto, tudo era semelhante. Ele era o cara que estava em meus sonhos a pouco?
O que estava acontecendo?
Eu não era aquela do sonho, nem se quer a aparência era igual. Como ele poderia está aqui?
Sombra
Sombra
Quanto tempo.
Sua voz saiu como um sussurro.
...... Do susto me vi sentada na cama. As cortinas estavam paradas, as portas da varanda fechadas e não havia mais ninguém no meu quarto. Apenas eu e o silencio da madrugada. Meu coração doía.
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