capítulo 4

Lazzaro narrando

Quem esse maledetto pensa ser, para falar dessa forma comigo ?, agora ele paga-me, solto o braço da Valentina e me aproximo dele com cara de poucos amigos.

Lazzaro - Você está se metendo porquê, em moleque? - Digo segurando seu terno com força.

Mattia : Porquê ela não é sua propriedade para fazer o que quiser, e ainda controlá-la com quem deve estar - Ele diz sem esboçar nenhuma reação.

Eu lhe empurro fazendo cair no chão e a Valentina aproxima-se parando em minha frente.

Valentina : Lazzaro por favor não faça nada com ele, foi culpa minha estar aqui - Ela diz com um olhar de preocupação

Ela só estava preocupada com o que eu iria fazer com o maledetto, deve ter tido um caso com ele escondido, só de imaginar eu sinto ódio, uma raiva que cresce de forma bem rápida em meu interior.

Lazzaro : Saía de minha frente agora ragazza - Digo firme.

Valentina : Não, por favor me escuta Lazzaro, ele é só meu amigo - Diz com os olhos marejados.

Lazzaro : Volte agora mesmo para a festa - Olho de forma fria para ela.

O maledetto levanta-se e diz.

Mattia : Valentina faz o que ele pediu, não vai acontecer nada

O desgraçado olha de forma carinhosa para minha ragazza, fazendo o ódio crescer cada vez mais forte em mim.

Valentina - Lazzaro, se você fizer algo contra ele, eu vou embora de sua casa - Diz me ameaçando.

Eu lhe seguro pelo pescoço, encarando os seus olhos e digo.

Lazzaro : Então já pode ir, porquê esse maledetto irá pagar por me desafiar

Solto rapidamente o pescoço dela e vou para cima do desgraçado, acerto um soco na boca dele que rapidamente começa a sangrar, Valentina grita em desespero, o maledetto parti para cima de mim, porém, não consegue me acertar pois eu me esquivo, estou cego de ódio, vou outra vez para cima dele e lhe dou uma rasteira fazendo o desgraçado cair no chão em um grande tombo, subo em cima dele e começo a desferir vários socos em seu maldito rosto, ele está desacordado e mesmo assim eu não paro de bater, em segundos sinto alguém me puxar fazendo-me sair de cima do maledetto, eram dois seguranças da mansão me segurando, O Demétrio me olhava e os convidados da festa estavam todos no jardim vendo tudo o que aconteceu .

Lazzaro : Me soltem agora - Digo com autoridade para os seguranças.

Eles rapidamente fazem o que eu mandei, encaro o Demétrio e o mesmo diz.

Demétrio : Don Lazzaro, o que ele fez para receber essa surra ?

Olho ao redor e de longe vejo Valentina e Paola me olhando perto dos convidados, minhas mãos estão cheias de sangue do maledetto.

Lazzaro : Esse maledetto me desafiou - Digo transmitindo o ódio em minha voz.

Demétrio : Peço perdão ao senhor, esse rapaz é meu neto, quando ele estiver acordado eu irei corrigi-lo

Nesse momento a Valentina aproxima-se de nós e diz com o rosto molhado de lágrimas.

Valentina : Senhor Demétrio, o Mattia não fez nada, eu que o chamei para conversar aqui, e o Lazzaro foi quem começou - Ela diz ainda chorando .

Eu a pego pelo braço e digo.

Lazzaro : Saí daqui ragazza, eu não quero lhe machucar

Demétrio : Não será necessário mas brigas, eu irei tomar as providências com meu neto, perdoe-me Don Lazzaro

Todos me olhavam, mas ninguém se atrevia a dizer nada, o maledetto ainda estava no chão desmaiado pela surra que tomou, eu dei as costas para o Demétrio e andei em direção à minha esposa, que estava parada perto da porta que dividia o jardim e a sala da mansão, segurei em sua cintura para sairmos dali, mas antes, olhei para trás e fiz um sinal chamando a Valentina, ela mesmo com raiva de mim começou a caminhar obedecendo o meu chamado, eu e minha esposa fomos andando na frente para sair da mansão e a Valentina vinha atrás com muita vergonha, isso estava nítido.

Chegando ao lado de fora eu liguei para o meu amigo Enrico, que trabalha de motorista para mim, no primeiro toque ele atendeu.

** Ligação on **

Enrico 📲 Pode falar meu amigo

Lazzaro 📲 Venha nos buscar agora

Enrico 📲 Certo, já estou à caminho

** Ligação off **

Eu desliguei e olhei para Paola que estava séria, mas atrás estava Valentina com o semblante triste, eu guardei o celular em meu bolso e ficamos em silêncio, aguardando a chegada de Enrico, em menos de vinte minutos ele chegou, entrei e sentei-me no banco da frente, as duas logo fizeram o mesmo e sentaram-se no banco traseiro, Enrico me conhecendo bem, só olhou-me sem fazer perguntas, e ligou o carro nos levando para casa.

...****************...

Valentina narrando

No caminho voltando para casa, o silêncio e o clima intenso estabeleceu-se no carro, ninguém dizia nada, e eu estava extremamente chateada com todo o vexame que Lazzaro me fez passar, Mattia não merecia aquela surra, não estávamos fazendo nada de mais, estou sentindo-me culpada por Mattia ter apanhado, pois ele apenas tentou-me defender.

Minutos depois chegamos em casa, eu fui a primeira á descer do carro, saí correndo para dentro de casa, os seguranças que ficam na porta não entenderam nada, entrei e rapidamente tirei os saltos, levei nas mãos e subi apressadamente as escadas, me tranquei em meu quarto, deitei-me na cama e chorei de tanta vergonha e tristeza, Lazzaro não tinha o direito de me fazer passar por isso, eu compreendo que ele me ajudou muito, me acolheu em sua casa, sou grata por tudo isso, porém, isso não lhe dar o direito de controlar a minha vida, para mim acabou aqui, eu irei arrumar um emprego e juntar um dinheiro para alugar uma casa para mim, mesmo que eu precise trancar a faculdade por um tempo até me estabelecer, eu não aceito mas ser controlada por ele.

Enquanto penso as lágrimas molham meu rosto, o travesseiro já está encharcado do meu choro, escuto baterem na porta e continuo em silêncio, até que a Paola diz do lado de fora.

Paola : Abre a porta Valentina, eu só quero conversar com você - Diz com sua doce voz.

Eu levanto-me e limpo meu rosto, caminho até a porta e destranco, abro e a Paola entra em meu quarto, ela me abraça forte e diz.

Paola : Sinto muito pelo o que meu esposo lhe fez - Ela se afasta me olhando preocupada .

Eu viro-me e vou até minha cama, me sento de cabeça baixa e logo a Paola senta-se ao meu lado, ela passa a mão em meu cabelo, e fala calmamente.

Paola : Lazzaro tem esse jeito de ser, mas, ele quer somente lhe proteger

Eu levanto a cabeça para olhá-la e digo.

Valentina : Ele não tinha o direito de ter feito o que fez, ele poderia simplesmente conversar comigo - Digo chateada

Paola : Eu te entendo amiga, mas, não fique chateada com ele, Lazzaro te tem como filha - Diz e sorri fraco.

Valentina : Eu vou embora dessa casa, jamais irei me esquecer de tudo que ele fez por mim, serei grata, porém, terei o meu próprio lar

Mal termino de falar e a porta é bruscamente aberta por Lazzaro que entra em meu quarto, ele me olha com os olhos sombrios, a clareza de seus olhos somem dando lugar à um olhar escuro e frio, Paola e eu ficamos com medo.

Lazzaro : Paola deixe-me à sós com ela - Diz sem tirar os seus olhos de mim.

Paola : Com licença - Diz levantando-se, e logo saí do meu quarto.

Eu abaixo minha cabeça, e Lazzaro aproxima-se segurando meu rosto fazendo lhe encarar, nossos olhares se encontram, posso sentir um clima diferente entre nós, ele diz.

Lazzaro : Você jamais vai embora dessa casa - Ele me olha diferente, mas não o consigo decifrar esse olhar.

Continuo em silêncio, ele senta-se ao meu lado, e ainda segurando o meu rosto ele diz.

Lazzaro : Você não pode deixar-me Valentina, eu não aceito isso, você é minha - Ele diz aproximando seu rosto do meu .

Eu me afasto um pouco e digo.

Valentina : Lazzaro o que você quer dizer com isso ? - Pergunto confusa .

Ele me olha por segundos, e sem esperar sinto os meus lábios sendo atacados por ele em um beijo quente, no começo eu não faço nada por estar confusa, mas logo lhe beijo, pois algo dentro de mim também queria o mesmo naquele momento, as nossas línguas entrelaçadas dançavam na mesma sintonia, nem eu consegui me parar ....

Mattia Russo, 28 anos, membro da máfia. esconde um grande segredo..

Enrico Ferrari, 37 anos, amigo e motorista particular de Lazzaro por mais de 7 anos, não tem envolvimento na mafia italiana..

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