Depois de tudo que passei no último ano, acordar na cama e abraçada com um desconhecido não estava nos meus planos.
O medo me consumiu novamente. Fiquei tão assustada em acordar com dois braços enormes me agarrando, pensei que ele tinha me achado de novo.
O Pavor me tomou por inteira. Mas quando consegui me soltar daqueles braços me vi olhando para um homem lindo, diferente de todos que eu conheci até hoje.
Os homens que trabalhavam no rancho de alpacas dos meus pais, eram totalmente diferentes desse.
E o desgraçado então, não tem nada a ver com esse homem.
Eu estava me sentindo tão bem antes de acordar, um cheiro tão bom embaixo do meu nariz, um aconchego tão gostoso, estava me sentindo aquecida depois de tanto tempo, no frio e na chuva.
Mas toda essa sensação gostosa, acabou quando acordei de vez.
Eu estava na cama com um homem sem o meu consentimento mais uma vez!
Ele se explicou e eu me acalmei um pouco. Se ele até trocou minha roupa e não fez nada comigo, então talvez seja um bom homem.
Eu queria tirar a roupa dele, mas além das minhas roupas estarem úmidas, eu não queria ficar nua na sua frente. Eu sabia muito bem aonde aquilo poderia me levar.
Se a pessoa que deveria cuidar de mim, a pessoa que eu fui dada em confiança, fez o que fez comigo, como eu posso confiar que outros não farão o mesmo ?
Toquei a cicatriz em meu rosto , ela estava ali pra me lembrar pra sempre que eu não tinha o direito de sonhar com uma vida diferente.
Tentei fugir daquilo diversas vezes naquele ano, mas toda vez que eu tentava era punida severamente. Cada punição sendo maior do que a anterior .
Mas decidi fugir novamente assim que tive a chance. Preferi correr o risco de morrer do que continuar ali com ele.
Chega de sofrer com aquele homem, agora que a minha mãe tinha morrido, nada mais me manteria alí, nem mesmo a corrente nos meus pés!
Quando ele ri eu me assustei, a tempos que não ouço alguém rir com alegria e aquilo me impressionou e assustou ao mesmo tempo.
O som daquele riso parece que reverberou no meu coração.
Resolvo ir com ele, não me importa o lugar que eu vou, só quero ficar o mais longe possível do meu carrasco.
Até porque ele não vai fazer nada comigo. Quem iria querer ficar comigo com essa cicatriz horrorosa na cara?
Cada vez que toco meu rosto e sinto minha pele antes tão macia e lisa e agora tão retorcida, me lembro das palavras dele, quando cortou meu rosto.
Você é minha! Somente minha! Agora quero ver se alguém vai cobiçar o que é meu!
Sempre que ele me estuprava e me agredia
Ouvia os gritos da minha mãe do outro lado da porta. Eu não podia fazer nada por ela e ela também não podia fazer nada por mim.
Ela sempre tentava manter ele afastado de mim, mas quando ele queria, não tinha jeito. Fui violada de tantas formas que perdi a conta, mas não importava pra mim, quantas vezes ele vinha que todas as vezes eu lutei, claro que perdi todas as batalhas, mas nunca me entreguei de bom grado àquele homem.
Eu tenho minhas cicatrizes, mas também deixei cicatrizes nele.
Ele sempre me dizia pra ser boazinha que não seria tão dolorido, mas pra mim só o fato dele me querer já era doloroso.
Depois que meu pai morreu minha vida virou um inferno só!
Vivíamos isoladas do mundo naquele rancho de alpacas, até esse homem aparecer por lá com um riso fácil e conversa mansa.
Meu pai tinha grande apreço por ele, eu nem sequer o notava, estava sempre no mundo da lua , como minha mãe dizia.
Pegava meus cadernos ou minhas telas e estava sempre em algum canto sozinha desenhando ou pintando.
Quando meu pai morreu em um acidente com o cavalo, ele estava com meu pai, e nos disse que papai confiou a ele nossa vida. E ele jurou proteger a gente e cuidar da fazenda.
Mas não foi isso que ele fez!
Ele abusou da confiança da minha mãe e depois de alguns meses que papai tinha morrido se casou com ela.
Nós aínda estavamos desnorteadas com a morte do meu pai, então pra ele foi fácil, se instalar em nossas vidas, dizendo estar cumprindo o último desejo do meu pai.
Assim que ele se casou com ela , se apoderou de tudo o que tínhamos, os empregados sequer acatavam nossas ordens. A palavra dele era lei. E nós sequer éramos ouvidas.
Logo depois do casamento começaram as brigas, e eu sempre que podia, fugia para o meu mundo particular que era a pintura.
Até que um dia estava sentada na beira do riacho que cortava a fazenda, distraída com minha pintura que não o vi chegar.
Ele sentou-se a meu lado e começou a elogiar a pintura, depois passou a me elogiar e eu não gostei do modo com o qual ele me tecia elogios.
Levantei peguei minhas coisas e dei as costas pra ele, que não gostou de eu ter reagido assim a seus galanteios.
Você não pode me ignorar! Agora sou seu paizinho e você tem que fazer tudo para me agradar !
Me virei e o enfrentei .
Brenda_ Você não é meu pai ! E apenas o marido da minha mãe !
Ele me agarrou pelos braços e me jogou no chão e subiu em cima de mim. Me debati o tempo todo, mas ele era bem maior do que eu e mais forte , me deu um soco na cara que eu fiquei atordoada, eu estava sem ar com aquele peso todo em cima de mim, ele rasgou minha roupa e me estrupou pela primeira vez. Eu gritei, xinguei, arranhei, implorei, fiz tudo o que eu podia, mas ele não me deixou ir.
Quando ele acabou ainda colocou a culpa em mim! Dizendo que a culpa era minha por andar sempre por aí , mostrando minha beleza pra quem quisesse ver.
Me arrastou para casa ainda com sangue escorrendo pelas minhas pernas.
Me jogou na frente da minha mãe dizendo que eu implorei para ele fazer sexo comigo.
Graças a Deus, ela não acreditou nele, qualquer um que viu o estado em que eu estava, jamais acreditaria nele!
Duas empregadas da casa, que me viram nascer se revoltaram contra ele e nunca mais foram vistas.
Ele mandou todas as empregadas da casa embora pois eu e minha mãe que teríamos que cuidar dele.
Tínhamos que lavar, passar , arrumar e cuidar da comida dele, e ele ainda nos proibiu de sair de casa.
Dizia que os peões da fazenda estavam me cobiçando, e eu não podia mais andar por aí.
Sempre que eu podia eu tentava escapar, mas ele sempre me trazia de volta e me batia e me violava , mamãe tentava impedir mas era agredida e estrupada também.
Ele uma vez por não ter gostado da comida que preparamos, amarrou minha mãe em uma cadeira para que assistisse enquanto ele me violentava.
Naquele dia , não sei, quem mais chorou, se fui eu ou ela.
Ele sempre nos controlava com o amor que tínhamos uma pela outra.
Se ela não fosse boazinha com ele e fizesse tudo o que ela mandasse eu receberia o castigo. Então ela parou de lutar! Mas eu nunca consegui parar de lutar, e nem de tentar fugir.
Depois disso minha mãe foi definhando dia após dia, até morrer um dia embaixo dele, ele ainda me contou que ela morreu enquanto ele fazia sexo com ela e que mesmo assim ele só parou quando se satisfez .
Me lembro de ter vomitado muito esse dia. Ele riu e me disse.
Será que você está grávida ?
Quando pensei nessa possibilidade meu desespero cresceu !
Deus por favor, não me deixe engravidar desse monstro!
Meu pavor era tanto que fiz várias tentativas de fugas fracassadas.
O dia que ele cortou meu rosto eu tinha pedido para um dos peões que estava perto da casa para me ajudar a escapar.
Ele me achou, e eu nem tinha saído da propriedade ainda, matou o rapaz na minha frente e pediu para o seu capataz para me segurar enquanto ele cortava meu rosto. Lembro da agonia e da dor que eu senti enquanto ele cortava meu rosto e depois me estrupou na frente do capataz enquanto meu rosto ainda sangrava, quando terminou me levou para casa e ele mesmo costurou meu rosto. Cada vez que a agulha entrava na minha carne eu gritava e ele ria.
Depois desse dia ele me mantinha acorrentada pelo pé não conseguia sair de casa .
Até o dia que ele abriu a corrente para que eu dormisse no quarto dele, ele já tinha bebido durante a tarde e depois a noite, soltou a corrente e me mandou tomar banho que a partir daquele dia eu seria a esposa dele e iríamos dormir na mesma cama .
Fui para o banheiro e me demorei bastante no banho, quando sai ele já tinha pego no sono, tranquei a porta do quarto, coloquei minha bota peguei uma capa e sai trancando também a porta da frente e dos fundos, depois que ele acordar ainda vai demorar bastante pra sair de casa. Joguei as chaves na neve e sai correndo daquele lugar, sabia que se ele me pegasse era morte certa!
Já estava andando há dois dias na floresta no meio da neve, quando desmaiei de exaustão !
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Marcia Santos
Nossa quanto sofrimento dessa moça 😢 no capítulo anterior falei que a mãe dela sabia do abuso e não fazia nada, me enganei a mãe dela também sofreu, que covarde ordinário 🤬😡🤬😡🤬😡
2025-02-23
2
Luci Krader
coitada da moça e da mãe dela autora ela tem que contar tudo isso pro will sim e contar tudo q passou nas mãos dele e ele sofrerá as consequências
2025-03-10
1
Flavia Felix
Coitada. Espero que ela encontre paz e alguém que a ame e a faça feliz.
2025-02-22
2