Marcando território

-Olá Ana , não é, eu me chamo Eduardo e eu sou novo na cidade . Eu gostaria de saber se você poderia me ajudar ?

- Claro senhor !

- Então eu estou procurando um lugar pra alugar e realmente estou perdido , poderia me ajudar a encontrar alguma corretora , ou algo assim ?

- Claro senhor !

Ana olhou para o forasteiro e ela parecia ser rico , era estranho ele querer comprar ou morar naquele bairro , algo não estava certo . Então ela disse :

- Mas senhor , têm certeza que quer morar nesse bairro ? Aqui é uma zona de periferia, perigosa e de pessoas de baixa renda .

- E o que te faz pensar que eu não sou de baixa renda ?

- Sei lá pelas roupas que o senhor está vestindo , parecem caras e de marcas .

- Ah tá isso ? Eu ganhei do meu chefe, aquele que saiu agora sabe . Resto dele que ele joga fora . É incrível com as aparências enganam , mas eu sou tão pobre ou mais que você .

- Sério!? Desculpa senhor , não quiz te julgar pela aparência.

Eduardo se fazendo de vítima .

- Eu sei , esse mundo a aparência importa muito e no meu trabalho eu uso muito disso . Mas vivo de salário como todos aqui no bairro .

- Nesse caso , claro que posso te ajudar .

Eduardo sabendo da história de Ana , sabia que ela nunca se aproximaria de alguém cheio da grana então ele iria se fazer de coitado pra ela, com a história dela se compareceria dele.

- Ana , se eu te contar que eu nem pais tenho eu morava em um orfanato .

- Nossa senhor me desculpa .

- Então hoje eu não tenho nem onde passar a noite , preciso achar uma casa com custo benefício bem rápido .

Eduardo pegou bem no ponto fraco de Ana , compaixão pelos necessitados , já que ela já foi uma .

- Nossa eu posso falar com minha tia , podemos arrumar abrigo pro senhor enquanto procura sua casa aqui na cidade e eu posso te ajudar com isso .

- Nossa Ana , como você é generosa , você faria isso por mim? É tão difícil achar pessoas boas nesse mundo não é mesmo ?

- Eu sei , eu já fui uma dessas pessoas que precisou de ajuda , eu jamais negaria ajuda a ninguém , Deus foi muito bom comigo e eu tento retribuir isso todo os dias .

- Nossa Ana apesar das coisas não terem sido fáceis para mim , eu tbm sou muito grato por eu estar vivo .

Ana , apesar de odiar ricos que acham que são os donos do mundo , exatamente o que Eduardo era , ela amava quem era pobre e necessitado . E então ali ela se compadeceu de Eduardo.

- Pode pedir o que quiser fica por minha conta .

Eduardo sínico como era disse :

- Não eu não posso aceitar eu tenho pouco dinheiro , mas o pouco que eu tenho da pra pagar uma refeição . Eu gostaria muito que assim que eu achasse minha casa você pudesse me dar a oportunidade de te agradecer por tudo o que está fazendo por mim .

- Claro que sim .Mas desculpa qual o seu nome ?

- Me chamo Eduardo .

- Então Eduardo , pode contar comigo para o que precisar . Eu vou falar com a minha tia . Eu fico aqui com ela de manhã e a noite eu vou pra faculdade, vou ver como posso te ajudar .

- Você é um anjo Ana !

Ana saiu se sentindo muito mal pelo coitado do Eduardo . Era como ela sofrido e órfao e ela o julgou tão mal .

Pelo ou menos era isso que o Eduardo queria que ela pensasse .

Ana foi falar com sua tia :

- Tia você não vai acreditar.

Sua tia respondia enquanto mexia as panelas .

- Você sabe aquele forasteiro ali .

Sua tia deu uma parada de mexer as panelas e foi olhar .

- O que têm ele ?

- Me pediu ajuda pra procurar uma casa pra ele aqui nessa cidade .

Sua tia parou olhou e depois falou pra Ana :

- Mas Ana esse cara têm cara de que tem muita grana , o que ele faria vivendo em um bairro pobre como esse ?

- É o que eu imaginei também , até falei isso pra ele . Você não vai acreditar no que ele me respondeu.

Sua tia já estava curiosa :

- Tia ele falou que é tão ou mais pobre que a gente , essas roupas são doações do patrão dele de roupas que ele não usa mais e que ele sofre esse tipo de preconceito o tempo todo , todos o julgam pela aparência e que no fim ele só é um trabalhador com um salário mínimo como a gente e me falou que até viveu em um orfanato .

A tia Ivone que é mais ingênua que a Ana falou :

- Nossa Ana a história dele lembra um pouco a sua .

- Também achei tia , eu o convidei pra dormir no nosso sofá até ele achar a casa dele . O que a senhora acha?

- Eu acho que fez muito bem minha filha . Assim como eu te ensinei , temos que ajudar os mais necessitados.

- Eu vou ajudar ele a achar uma casa , precisa ser algo bom e barato e eu sou ótima nisso neh tia .

- Minha sobrinha que orgulho que eu tenho de você .

- Eu quiz pagar a refeição dele , mas ele não aceitou , disse que tinha seu orgulho e uma refeição poderia pagar .

- Olha isso minha Ana , um homem de caráter .

- Eu vou lá levar a refeição dele e falar com ele . Tia eu pensei em ajudar ele de manhã a procurar casas , que o movimento aqui é mais tranquilo o que a senhora acha ? Assim ele não fica no nosso sofá por muito tempo coitado .

- Claro minha querida . De manhã eu dou um jeito. Estou pensando em contratar alguém uma assistente para nos ajudar o que acha?

- Tia será que temos grana pra isso ?

- É que estava ficando pesado só a gente Ana .

- Tia eu vou pensar com carinho nisso e depois voltamos a falar .

- Tá bom .

- Eu vou lá levar a refeição dele então .

- Ana qual é o nome dele ?

- Ele me disse chamar Eduardo.

- Bonito nome e um nome velho .

- Pois é, eu vou lá.

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