“Ele fala português?” Perguntou-se Mari mentalmente sentindo que sua roupa estava molhada.
_ Ah, não...ovos? Falou passando a mão na roupa e sentindo o cheiro de ovos que a fez fazer uma careta.
_ Sim, você quebrou todos os ovos orgânicos que eu tinha.
_ A culpa não foi minha... Os dois voltaram a discutir e Mari se levantou encarando os olhos azuis de Lucca que a deixaram intimidada.
_ Agora o que eu vou fazer?
_ É simples, compre mais ovos. Respondeu Mari.
_Agora? Lucca cruzou os braços e olhou para o chão, visivelmente frustrado. _ Isso não teria acontecido se você estivesse prestando atenção na rua. Falou observando Mari ficar nervosa, percebendo o quando ela era bonita, e para Lucca, parecia que ela ficava mais bonita cada segundo que se passava.
_ Você está me culpando? Deveria ir atrás da senhora que gritou pipoquete.
Lucca achou graça na expressão de Mari e ficou calmo, chegando a conclusão de que o que havia acontecido era realmente um acidente e que ele estava exagerando, pensava até em pedir desculpas a Mari por ter se exaltado.
_Agora só falta dizer que eu tenho que pagar pelos seus ingredientes. Disse Mari cheirando a mão e voltando a fazer careta, e seu rosto ficou vermelho por causa da sua irritação, fazendo Lucca começar a rir, mas se ele conteve ficando sério. _ Eu estou cheirando a ovo... Resmungou Mari, e naquele momento Lucca sentiu o cheiro dela, que nada tinha a ver com o cheiro de ovos, era um aroma agradável ao olfato dele.
_ Sim, e a senhorita deve comprar ovos para mim. Falou Lucca com a intenção de provocar Mari mais um pouco. Mari começou a rir de nervoso vendo algumas pessoas se aproximarem de onde estavam, pensando que ele estava falando sério.
_ Lucca, che succede? (Lucca, o que está acontecendo?). Perguntou um senhor olhando para Mari que não queria chamar atenção.
_ Com licença eu preciso ir. Falou saindo visivelmente irritada com Lucca, sem ver que ele começou a rir.
_ Senhorita… Senhorita… os ovos! Chamava Lucca vendo Mari virar a esquina sem olhar para trás indo em direção ao hotel onde estava hospedada.
_ O que aquela bela ragazza fez para você? Perguntou o senhor.
_ Nada Toni, absolutamente nada. Agora eu preciso ir, senão não consigo atender os clientes do meu restaurante hoje. Lucca terminou de recolher as sacolas para colocar no lixo e seguiu para o seu restaurante.
Enquanto Mari seguia para o hotel, a discussão com Lucca continuava na sua mente.
_ Comprar ovos para você? Nem pensar… Esbravejou lembrando do sotaque gostoso que ele tinha ao falar português e dos olhos azuis que a deixaram intimidada. _ Aff, eu estou cheirando a ovo. Reclamou mais uma vez.
O encontro conturbado com o cozinheiro italiano a deixou com a roupa suja e nervosa, e Mari não imaginava o que o futuro reservava para eles.
Já Lucca, chegou no restaurante trocou de roupa e foi direto para a cozinha, estava atrasado e queria atender bem aos turistas que sempre lotavam o seu restaurante naquela época, estavam na primeira, e as noites tinham o clima agradável.
_ Estou atrasado... Falou começando a cortar os ingredientes.
Lucca, um jovem cozinheiro italiano de vinte e sete anos. Seu charme e simpatia eram evidente desde o momento em que alguém o conhecia. O seu olhar profundo e penetrante revelavam a sua intensidade e dedicação em tudo que fazia.
Algo pelo qual ele era profundamente apaixonado: a vida ativa e agitada na cozinha. Suas mãos ágeis e habilidosas, eram capazes de criar obras-primas culinárias com facilidade. E a paixão de Lucca pela comida era evidente na sua postura e expressão quando ele falava sobre sua cozinha. Seus olhos se iluminam com entusiasmo quando descrevia pratos e ingredientes que usava. Frequentemente o seu avental fica manchado de ingredientes frescos, demonstrando seu amor pela gastronomia e seu comprometimento com a arte da culinária.
O seu restaurante valorizava a autenticidade dos sabores e a tradição da culinária italiana, buscando sempre criar pratos que inspirem os sentidos e transmitam sua conexão profunda com a comida.
Enquanto ele preparava os pratos para a noite, seus pensamentos não conseguiam se afastar de Mari. Sua imagem, sua expressão continuavam na sua mente. Ele não conseguia evitar pensar na jovem brasileira que havia esbarrado nele na rua. A maneira como ela o olhou com aqueles olhos intensos e o seu sorriso nervoso quando pensou que teria que comprar mais ovos o intrigava.
Enquanto mexia uma panela com molho, Lucca percebeu que sua mente estava vagando. Ele não conseguia se concentrar em suas tarefas culinárias, e isso era incomum para ele, que sempre se dedicava ao máximo quando estava na cozinha.
_ Bella donna, como será que ela se chama? Será que eu voltarei a vê-la? Murmurou Lucca para si mesmo, sem perceber que ele não tinha parado de pensar em Mari desde o encontro desastroso na rua.
Lucca sabia que tinha que se concentrar em seu trabalho, afinal, ele era um cozinheiro e o seu restaurante dependia de suas habilidades. No entanto, algo sobre Mari o havia tocado de maneira diferente e inexplicável. Era como se o encontro com ela o tivesse despertado para algo novo e desconhecido, algo que ele não conseguia ignorar.
_Mantenha o Foco, Lucca... A noite começou com Lucca se esforçando para manter o foco em suas tarefas, mas sua mente continuava voltando a Mari. Ele percebeu que algo especial estava acontecendo, algo que ia além da mera coincidência de um encontro inusitado, pois Mari tinha entrado em sua vida como um ingrediente misterioso que ele ainda não sabia qual era.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 37
Comments
Eufrasia Agizzio
Acho que a escritora queria escrever primavera 🤔🤔🤔🤔🤔
2025-07-09
2
Eufrasia Agizzio
Ingrediente chamado amooor
2025-07-09
1
Anonymous
Amore Ji, mio!
2025-02-03
1