Capítulo 4 - Mil E Duzentas Oportunidades De Resolver As Coisas

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Silvertown, Rain

Levou um dia inteirinho! A confeitaria nem abriu no sábado!

Os mil e duzentos cupcakes de cereja deram muito trabalho.

Muita massa fora feita. Uma das batedeiras chegou a falhar.

Parte da massa fora feita da maneira antiga. À mão.

O recheio das cerejas fora outra coisa que deu muito trabalho.

Todo o estoque que a confeitaria tinha fora usado!

Mas valeria a pena! O dinheiro com certeza chegou em boa hora.

Emma, a matriarca da família refletia sobre os acontecimentos daquele mês.

Os credores haviam ameaçado tirar a confeitaria da família caso a primeira parcela do financiamento não fosse paga.

Os bancos não estão para brincadeira!

Principalmente nessa época do ano! Natal, Ano Novo!

Hoje, por exemplo, dia vinte e três de dezembro. Um dia antes da véspera do Natal.

Normalmente a confeitaria enche nessa data. E por conta do fechamento fora algo incomum.

Nesse ano essa questão não faria muita diferença!

Dois mil dólares por mil e duzentos cupcakes! A confeitaria não arrecadava um valor como aquele num dia a muito, muito tempo.

Por mais que Anthony tentasse não conseguia se lembrar.

Talvez porquê esse dia nunca havia acontecido antes!

O homem sorriu. Aquele era um bom sinal. As coisas estavam melhorando.

Charlotte, Rebecca e Laíza empenhavam-se na decoração dos cupcakes.

Tudo precisava ficar perfeito! O recheio de cerejas com nata era o carro chefe da casa.

O cupcake de cereja era o mais pedido. E já que a encomenda era para alguém importante, tudo precisava estar mais que impecável!

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Eram onze e quarenta e cinco quando as três irmãs terminavam de colocar os últimos cupcakes na caixa.

Ainda bem, pois a campainha da Sweet Bakery tocou e só poderia ser o cliente.

O coração de Charlotte acelerou. Veria aquele homem outra vez após um mês.

Um mafioso. Um criminoso. Homem esse que Charlotte desconfiava completamente das intenções.

Ele poderia ter escolhido outra confeitaria. Por que preferiu essa?

Logo essa? A intuição da jovem estaria certa?

Teria algum outro motivo por trás para o homem cismar com ela?

De qualquer maneira como o pedido fora feito através dela, Charlotte deveria atendê-lo.

Enquanto Emma e Anthony arrumavam a enorme bagunça na cozinha.

Laíza e Rebecca resolveram arrumar as mesas.

 Agora que as encomendas haviam terminado poderiam abrir a confeitaria.

A jovem Charlotte após respirar profundamente girou a maçaneta, abrindo a porta.

E lá estava ele! O homem loiro e de cabelos dourados como um anjo.

E seria um anjo se esse homem não fosse um completo idiota!

Um assassino! Frio e calculista. E se fosse como pensava, o homem de cabelos dourados não prestava!

-Bom dia, Mr. Smith!

Charlotte cumprimentou cordialmente. O homem loiro de cabelos cacheados vestia um sobretudo de couro preto.

De fato fazia muito frio naquela manhã. Isso com toda certeza justificava a escolha de sua roupa.

-Bom dia, Charlotte!

O homem não fez a menor questão de disfarçar o olhar sobre a jovem.

Charlotte revirou os olhos e permitiu a entrada do Mr. Smith na confeitaria.

O homem não demonstrou reação alguma. Apenas pagou a outra parte do valor, e deu uma gorjeta a jovem.

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Outros dois homem que acompanhavam Dave, se encarregaram de levar as enormes caixas para o carro.

Três viagens foram necessárias para levar os doces.

Após a última, Dave chamou Charlotte. A jovem parecia pressentir o que aconteceria a seguir.

-Algum problema, Mr. Smith?

A jovem perguntou tentando manter um tom de voz calmo.

-Acredito que não, Charlotte!

-Ótimo!

A jovem preparava-se para virar e entrar na confeitaria.

-Exceto..

Aquele comentário fez Charlotte arrepiar-se dos pés a cabeça.

O que poderia ter acontecido? A jovem se questionava.

-Exceto pelo que, Mr. Smith?

A jovem perguntou impaciente. Queria acabar logo com aquela conversa, pois tinha muito trabalho a fazer.

E passar mais alguns minutos com aquele homem não mudariam nada em sua vida.

Para ela, o Mr. Dave Smith não passava de um rico excêntrico que pensa apenas em si.

Um egoísta. Outro adjetivo que lhe cai muito bem.

-Exceto pelo fato dos seus pais terem uma enorme dívida com o banco!

Do que aquele homem estava falando? Até onde a jovem sabia os pais não tinham dívida alguma!

Tudo bem que os negócios não estavam indo bem como no início do ano, mas contrair uma dívida?

Aquilo era impossível! Eles teriam comentado alguma coisa!

-Do que está falando, Mr. Smith? Não existe dívida alguma, deve estar enganado!

Charlotte respondeu confusa. A jovem só queria que aquilo acabasse.

E que o homem fosse embora. Era pedir demais?

-Vejo que os seus pais não confiam tanto em você! Aliás, em nenhuma de vocês, senão por qual razão esconderiam algo tão importante quanto isso?

Dave provocou. O mafioso adorava aquele tipo de situação.

Pegar as pessoas de surpresa! As reações são verdadeiras!

-Escute bem o que vou lhe dizer..

Charlotte colocou as mãos na cintura e olhou para cima.

Fixando o seu olhar no do homem imponente que mantia uma expressão neutra.

-Afaste-se da minha família, para o seu próprio bem!

-Uiuiui, estou morrendo de medo! Se toca garota, mal saiu das fraldas e pensa que pode encarar alguém como eu?

O mafioso desdenhou dela. Charlotte sentiu as orelhas pegarem fogo.

A vontade que tinha era de esganá-lo. Esganá-lo por inventar tantas mentiras a respeito de sua amada e confiável família!

-Você se acha demais, sabia? Mais ao contrário do que pensa saber sobre mim, não sou de abaixar a cabeça para desaforos! Por isso peço que se retire de forma civilizada daqui ou chamarei a polícia!

O mafioso prendeu o riso. Chamar a polícia? Aquela era a jogada dela?

A jovem mal sabe que a polícia presta serviços à ele.

Dave admirou internamente a coragem da jovem.

As únicas pessoas que até o presente dia ousaram confrontar-lhe foram os seus próprios pais e mais ninguém.

De alguma forma toda aquela grosseria e ameaça o cativava.

-Não estou mentindo, de qualquer forma tome muito cuidado com os que te cercam, menina!

O mafioso tocou a ponta do nariz da jovem e logo entrou em seu carro.

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