Capítulo 11

A sinceridade de Nicolas era palpável, e suas palavras pesavam no ar entre eles.

**Nicolas:** Sarah, eu preciso ser honesto com você. Você é o amor da minha vida. Eu nunca senti por ninguém o que sinto por você.

Sarah olhou para ele, o coração apertado pela intensidade do momento.

**Sarah:** Nicolas, eu... eu me importo muito com você, mas nossas crenças... elas são parte de quem somos. Eu não posso e não quero mudar a minha fé, assim como não espero que você mude a sua.

**Nicolas:** Mas Sarah, o amor pode superar essas diferenças. Podemos encontrar um caminho juntos, eu sei que podemos.

**Sarah:** Não, Nicolas. Isso vai contra tudo o que acredito. Não seria justo com nenhum de nós.

A frustração de Nicolas cresceu, e com ela, uma tristeza profunda.

**Nicolas:** Então, o que estamos fazendo? Por que estamos nos torturando assim?

Sarah não tinha resposta, apenas o silêncio e a dor de um amor que não encontrava lugar para florescer.

Nicolas, tomado pela emoção, deixou escapar palavras ásperas, verdades que machucavam.

**Nicolas:** Eu pensei que você fosse corajosa, Sarah. Mas talvez eu estivesse errado. Talvez o medo de desafiar suas crenças seja maior do que o seu amor por mim.

Ele se levantou abruptamente, jogou o dinheiro suficiente para cobrir a conta na mesa e saiu do restaurante, deixando Sarah sozinha com seus pensamentos e o eco de suas palavras.

Sarah permaneceu sentada, a solidão a envolvendo como um manto frio. Ela olhou para o lugar vazio onde Nicolas estivera, sentindo uma mistura de tristeza e determinação. Ela sabia que suas crenças eram inabaláveis, mas isso não diminuía a dor de perder alguém que ela verdadeiramente amava.

Com o coração pesado, Sarah finalmente se levantou e saiu do restaurante. A noite estava silenciosa, e as estrelas pareciam observá-la com uma quietude que refletia sua própria alma. Ela caminhou de volta para o hotel, cada passo um lembrete do que poderia ter sido e do que nunca seria.

Sarah fechou a porta do quarto atrás de si, o som do clique final ecoando em um espaço que agora parecia muito grande e vazio. Ela deslizou lentamente até o chão, suas costas contra a madeira fria da porta, e ali, na solidão do seu quarto de hotel, ela se permitiu chorar.

As lágrimas vinham em ondas, cada uma carregando a dor e a confusão que ela sentia. Sarah abraçou os joelhos, buscando conforto na própria presença, enquanto sussurrava suas preces e desabafos para Deus.

**Sarah:** (orando) Senhor, eu não sei mais o que fazer. O peso no meu coração é insuportável. Eu te peço, Pai, faça a Tua vontade. Se for possível, traga Nicolas para mais perto de Ti, para o evangelho que tanto me sustenta. Mas se não for o Teu desejo, se for para o nosso caminho se separar, então, por favor, dê-me força para deixá-lo ir.

Ela permaneceu ali, o choro diminuindo gradualmente, até que restou apenas um silêncio pesado. Sarah sentia-se drenada, mas em meio à exaustão, uma sensação de entrega começou a tomar forma. Ela havia colocado seu coração nas mãos de Deus, confiando que, de uma forma ou de outra, Ele guiaria seus passos.

Com o tempo, Sarah se levantou, limpou as lágrimas e se preparou para dormir. Ela sabia que a manhã traria novos desafios, mas também novas esperanças. E com essa fé, ela se deitou, entregando-se ao descanso e à paz que só a presença divina poderia lhe oferecer.

Os dias se transformaram em semanas, e a ausência de Nicolas tornou-se uma sombra silenciosa na vida de Sarah. Ela não havia recebido nenhuma mensagem dele, nem o vira desde aquela noite no restaurante. A cidade, que antes parecia acolhedora, agora carregava um vazio que ecoava a distância entre eles.

Sarah tentava preencher seus dias com atividades, visitando lugares que amava e dedicando-se à música, mas a melancolia era uma companheira constante. Ela pensava em Nicolas, perguntando-se se ele também sentia a falta dela, se ele também lutava com o silêncio que havia se instalado entre eles.

Em meio à solidão, Sarah encontrou força na sua fé, buscando conforto nas palavras de esperança e nas melodias que cantava. Ela escrevia novas canções, cada letra uma ponte sobre o abismo da saudade, cada nota um passo em direção à cura.

Ela sabia que a vida precisava continuar, que não podia se perder naquilo que não tinha controle. Sarah começou a planejar seu retorno para casa, para a vida que havia deixado para trás, para os palcos que aguardavam sua voz.

No dia de sua partida, enquanto arrumava as malas, uma parte dela ainda esperava por um sinal de Nicolas, por uma palavra que pudesse mudar tudo. Mas o telefone permanecia silencioso, e com um suspiro resignado, Sarah fechou a mala e se preparou para deixar a cidade e suas memórias para trás.

Ela deixou o quarto do hotel, olhou uma última vez para a paisagem que havia sido o cenário de tantos momentos compartilhados, e partiu. No aeroporto, enquanto esperava pelo voo.

Sarah parou em seus passos, o corredor do aeroporto de repente parecendo infinitamente longo. A voz era clara, uma súbita intuição que ela não podia ignorar. "Não entre neste avião," ecoou novamente, fazendo com que ela hesitasse.

Ela olhou ao redor, buscando uma explicação lógica, mas não havia ninguém próximo o suficiente para ter falado. Sarah sentiu seu coração acelerar, a confusão dando lugar a uma compreensão profunda. Era uma mensagem que transcendia a razão, uma comunicação divina que ela sentia em sua alma.

**Sarah:** (sussurrando) Deus, é Você?

Não houve resposta audível, mas a certeza dentro dela cresceu. Algo dentro de Sarah a impedia de embarcar naquele avião, uma força maior que qualquer medo ou dúvida que ela pudesse ter.

Com a decisão tomada, Sarah se afastou do portão de embarque, sentindo uma mistura de alívio e apreensão. Ela não sabia o que essa mudança de planos significava, mas confiava que estava sendo guiada por uma mão maior.

Ela pegou seu celular e cancelou seu voo, sem um destino claro em mente, apenas a fé de que estava fazendo a escolha certa. Sarah caminhou pelo aeroporto, cada passo um ato de confiança, cada respiração uma prece silenciosa.

E enquanto ela deixava o aeroporto, Sarah sentiu uma paz que não sentia há muito tempo. Ela estava aberta ao que Deus tinha planejado para ela, mesmo que isso significasse enfrentar o desconhecido.

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Suel Helen Moraes

Suel Helen Moraes

não devemos deixar os ouvidos surdos pra a vontade de Deus

2024-08-31

2

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