Ethan

Ethan acordou com uma dor de cabeça alucinante. Tomou um analgésico e um banho. Sentiu o cheiro de café fresco. Sua assistente já estava a todo vapor. Vestiu uma roupa casual e desceu.

_ Bom dia, Paola.

_ Bom dia, meu menino. Ela sorri para ele.

_ Você sabe que não sou mais menino, não é?

 _ Para mim, será sempre aquele menino brincalhão que corria pela casa.

_ Esse menino morreu faz tempo, Paola.

_ Não fale assim. Ele está aqui na minha frente. Deixe de ser rabugento.

_ Você é muito atrevida senhora Paola.

_ Kkkkkk. E você finge ser durão mas se derrete todo pela Anne.

_ Ela me domina.

_ Nossa menina cresceu. Fico feliz por você tê-la deixado ir com seus tios.

_ Eu não tive outra opção. Ele me algemou na cadeira e ameaçou me surrar.

_ Sei. Estou até imaginando a cena.

_ Não duvide da fúria de uma adolescente. Ainda mais quando ela está lutando pela liberdade.

_ Anne é a única que consegue amolecer esse seu coração.

_ Ela disse que eu nem tinha um.

_ Kkkkkkkk.

Ele foi para o escritório. Não ia para a empresa hoje. Mas tinha negócios para finalizar. Paola continuou seus afazeres. Ela iria ficar até a véspera de Natal, deixaria o jantar pronto. Depois iria para sua casa. Sua família estaria reunida. Ela ficava triste com seu menino. Desde a morte trágica dos pais e da sua noiva, que estava grávida, ele se fechou para o mundo. Só amolecia para Anne. Era rígido com ela, tinha um senso de proteção que muitas vezes causava brigas entre eles. Anne era pura vida e ele morria de medo de perdê-la para a maldade do mundo. Era uma pessoa muito justa, boa, generosa. Era benfeitor de hospitais, orfanatos, animais. Mas exigia anonimato. Ergueu ao seu redor uma muralha e só Anne tinha o poder de atravessar. Ela o tinha nas mãos.

Ethan, finalizou seus compromissos. Seus olhos fixaram no porta retrato que Anne dera de presente. Ela estava radiante, quase arrancando seu pescoço para a foto. Ele sorriu e a foto ficou perfeita. Ethan já estava arrependido de ter deixado Anne viajar. Estava com saudades. Mas ela ia se divertir. Ele estava acostumado com a solidão. Ele se sentia um velho, com seus 28 anos. Sua alegria e vitalidade foram enterradas junto com seus pais, Adele e seu bebê.

Ethan tentou refrear seus pensamentos, mas as lembranças povoaram sua mente. Anne estava resfriada não foi com os pais ao recital de natal na escola patrocinada por eles. Ethan se ofereceu para ficar com Anne e eles trariam Adele para celebrar o Natal. Naquela noite, Ethan iria pedir a mão dela em casamento. Eles estavam enfeitando a árvore de natal. Fizeram chocolate quente. Anne estava eufórica. Espalhou os presentes debaixo da árvore. Encheu de balas os pés de meia pendurados na lareira. Ethan ria ao ver sua irmã com a ponta do nariz vermelha devido ao resfriado rodopiando pela sala. Ela era uma pirralha que não desgrudava dele. Quando começou o namorar, Adele teve um pouco de dificuldade em conquistar o coração de Anne. Mas Adele era uma pessoa muito fácil de amar. Gentil, amorosa, simples e como professora sabia exatamente conquistar uma criança. Elas se tornaram aliadas e Ethan se curvava a vontade delas.

Eles ouvem um barulho de carro. Ficam aguardando a entrada deles. A campainha toca. Ethan já sente um arrepio de pressentimento. Vai atender e vê dois policiais. Anne que veio correndo abraçar Adele, ouve um não angustiado. Ela chega até ele e mesmo sem saber o que era, começou a chorar. Ethan a pegou no colo e foi com ela para o quarto. Deitou com ela é a acalentou até que dormiu.

Foi para a sala e foi tomado pelo desespero. Destruiu toda a decoração de natal. Chamou os empregados e mandou limpar tudo. Não queria ver nada de decoração natalina. Foi para o escritório. Pegou uma garrafa de bourbon e começou a beber. Escutou gritos e correu até Anne. Ela chorava e se debatia, chamando a mãe. Ele a abraçou e ela soluçava. Estava histérica e começou a bater nele. Ele suportou tudo e Paola trouxe um calmante natural para ela. Logo ela dormiu. O restante da noite, Ethan passou sentado na poltrona do quarto dela.

Nos dias que se seguiram, a dor de Ethan e Anne estava estampada nos rostos deles. Foi uma tortura o funeral. Ethan teve que esconder sua dor para cuidar de Anne. Ela se recusava a sair. Só chorava. Tinha pesadelos todas as noites. Não se alimentava direito e teve que ser internada com anemia forte. Ethan contratou uma psicóloga para ajudar Anne a enfrentar a dor.

Cinco anos se passaram. Com a ajuda da terapia e o amor incondicional de Ethan, Anne voltou a sorrir. Sofhie teve um papel importante na recuperação da irmã. Elas não se desgrudavam para nada. Ethan de fechou para o amor. Era o solteiro mais cobiçado de Uper East Side. CEO poderoso no ramo da tecnologia. Era conhecido como homem de aço. Mulheres eram apenas companhias que já eram avisadas a não ansiar por compromisso nenhum. Ele era generoso com elas. Mas nenhuma conseguiu ocupar o lugar de sua Adele. Ele congelou seu semem para que se tivesse vontade ter um filho, contrataria uma barriga de aluguel.

Sua vida estava traçada. Ele era o tutor de Anne. A herança dela estava resguardada com cláusulas rígidas para evitar que algum homem sem caráter a enganasse.

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