O jogo!

Eu só me lembro de estar flutuando em meio ao nada... Um espaço infinito de escuridão em meio a literalmente nada, não havia luz, não havia som, nem mesmo meus pensamentos podiam ser ouvidos por mim mesmo. Até que em um momento tudo mudou.

- Arthur Rodrigues Ferreira, abra seus olhos! - Disse uma voz feminina.

Assim que eu abri meus olhos, eu me vi sentado em uma cadeira no meio de um enorme salão de ouro coberto por outros metais e pedras preciosas.

- Porra... Que lugar é esse? - Digo após sentir meus olhos queimarem por causa da luz.

- Sinta-se lisonjeado, humano, esse é o salão judicial dos deuses! - Disse varias vozes masculinas ao mesmo tempo.

- O quê? Deuses? - Eu fiquei confuso.

- Eu sou Fith, a deusa da fertilidade e de todos os prazeres da carne! - disse a voz feminina.

- Eu sou Biorth, o deus da vida e da morte! - Disse uma voz que ao mesmo tempo que era suave e gentil, me trazia uma sensação de perigo constante.

- Eu sou Diorth, o deus das formas e da sabedoria! - Esse tinha varias vozes tanto masculinas quanto femininas misturadas, isso também me assustou um pouco.

- Eu sou Fiorth, o deus do tempo e espaço! - Sua voz era como a de um único homem sozinho dentro de um enorme salão vazio.

- Eu sou Zeorth, o deus da guerra e do caos! - A voz desse se destacou por ser monstruosa e demoníaca.

- Deuses.... porque não me mostram os seus rostos? - Mesmo trancando de medo, eu os desafiei.

Eu escutei várias risadas, eles estavam zombando da minha inferioridade.

- Esse verme está pensando que pode simplesmente conseguir o que quer e quando quiser? - Disse Zeorth.

- Mas que insolente! - Disse Fiorth.

- Acho que deveríamos excluir esse ser insignificante da nossa seleção! - Disse Biorth.

Me sentindo ofendido o suficiente, eu disse: - Mas que deuses arrogantes, vocês são sempre assim, não é, pensam que podem fazer o que quiserem com as nossas vidas... Eu só queria ter uma chance de provar para vocês que nós podemos ser muito mais do que vocês acham que somos!!!

Diorth deu uma longa gargalhada e disse: - Que interessante, é justamente essa oportunidade que vamos dar a vocês, mortais!

- Irmão, você não está pensando em deixar esse blasfemador participar, não é? - Perguntou Zeorth.

- Vamos deixá-lo participar, acho que ele será um jogador interessante!

- Eu gostei da ousadia desse mortal, deixem-no participar, acho que será divertido! - Disse Fith.

Com um sorriso diabólico eu respondi: - Se vocês são deuses, sabem muito bem o que eu fiz quando ainda estava vivo, não é?

- Arthur Rodrigues Ferreira, você começou a fazer justiça com suas próprias mãos orquestrando e executando vários massacres de bandidos e assassinos, além de vários outros criminosos que você pudesse identificar... Você não matou um inocente se quer, isso não te torna uma pessoa má, senhor Arthur! - Disse Biorth.

- O deus da vida e da morte, você pensa que sabe de tudo! - Respondi com repugnância.

Diorth gargalhou e disse: - Sim, nós sabemos de tudo, mortal ignorante, fomos nós que criamos todos vocês!

Aquelas palavras me fizeram presentear cada um deles com o meu silêncio absoluto.

- Chega de conversa, vamos falar sobre as regras... Você vai viver em um mundo onde a sua vida será literalmente um jogo, mas você tem apenas uma vida, você vai sangrar, vai sentir dor, fome, sede e terá todos os seus sentidos normais, mas terá habilidades especiais como em um jogo, níveis para subir, monstros para lutar e tudo que um jogo RPG tem de direito, haverão muitas outras jogares, colaboradores ou não, inimigos ou aliados, você vai decidir isso, e o principal objetivo do jogo é se tornar o mais poderoso do jogo, mais o seu poder deve se equiparar a de um deus para que no final você possa enfrentar o deus de sua escolha, um de nós é claro, e mais uma coisa, o vencedor da batalha final receberá o direito de ter um desejo realizado, qualquer que seja esse desejo! - Disse Fith.

Cheio de empolgação por poder viver novamente eu respondi: - É muito mais do que eu queria, mas está muito bom para mim!

- Muito bem, então vamos escolher um personagem de anime ou mangá para você! - Disse Diorth.

- Espera, como assim? - Perguntei confuso.

Uma tela apareceu na minha frente com várias faces de personagens conhecidos dos animes e mangás e então no centro de um círculo os rostos começaram a aparecer e desaparecer em uma velocidade surpreendente.

- Espera, já entendi, vou ter a habilidade de um dos personagens para jogar, mas isso vai ser aleatório? - Perguntei em desespero.

Depois de uma risada sinistra, Fith disse: - Entre as opções nós temos desde personagens protagonistas a figurantes!

- Porra, como assim??? - Certamente a notícia me deixou muito preocupado.

- Não se preocupe, mortal, a um equilíbrio nesse jogo baseado em níveis, e de acordo com esse equilíbrio, até mesmo um personagem figurante poderá chegar ao nível de um deus! - Disse Zeorth.

- Mas eu não quero ser a merda de um figurante!!! - Gritei com raiva.

Em um piscar de olhos, o círculo parou em uma imagem, uma imagem conhecida por mim, até porque eu já havia assistido o anime... Tokyo Ghoul.

Eu fiquei em choque, mas logo disse: - Sem chances...

- Caramba, é isso mesmo? - Perguntou Fiorth.

- Por essa eu não esperava! - Disse Diorth.

- Parabéns, mortal! - Disse Zeorth.

- Eu queria mesmo que você ficasse com um figurante, mas acho que essa escolha vai ser bem divertida! - Disse Biorth.

- Ken Kaneki, meus parabéns, esse é seu novo nome e corpo, mas lembrando que não é apenas um avatar, é o seu corpo, é quem você é agora, mas acima de qualquer morte dolorosa ou pior... Ainda é um jogo, então te desejamos boa sorte, senhor Ken Kaneki! - Disse Fith.

- Espera, mas existe algum tutorial ou... - Firh me interrompe dizendo: - A vida é chata quando se tem tutorial para tudo não acha?

- O quê? - Ela tinha razão, mas se eu viveria em um RPG, eu precisava saber do tutorial.

- Tchau, tchau, senhor Ken Kaneki! - Disse Fith.

Então tudo se apagou e eu caí em um sono profundo.

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