capítulo 11

Ele está a um bom tempo sentado no sofá,com as mãos no pescoço,deve estar sentindo muita dor.

Ela se sente penalizada,mas não se manifesta,pode parecer abuso da parte dela.

Ele suspira,de um jeito que ela tem que perguntar.

- Está doendo muito?

Ele a olha de uma forma fria.

- Não se preocupe.

- Tome um relaxante muscular,melhora um pouco.

- Porque está se importando comigo? Já disse, não se preocupe.

 Tem vontade de deixar pra lá, mas não resiste. Vai até ele e coloca as mãos em seu pescoço, e começa a massagear o deixando muito surpreso de fato.

- Já disse, não precisa...

- Quieto,largue de teimosia, meu pai sente esse tipo de dor e sei que é horrível, não me custa te fazer esse favor.

- Porque faz tanta questão disso? (agora sua voz parece provocativa)

 Não responde, apenas pega forte e isso faz com que ele dê um gemido, quase tirando a sua concentração.

- Ah ...isso é muito bom mesmo.

- Onde dói mais?

Ele a olha de um jeito, que ela chega a se arrepender da pergunta.

- Aqui,(ele aponta o ombro) mas no caso, tem que ficar de frente comigo.

Ela se posiciona, pega nos ombros dele e fica olhando direto nos olhos que agora estão com um brilho diferente.

Seus olhares se cruzam de um jeito, que elaa começa a tremer as mãos.

- Está nervosa? (sorriso).

- Você me intimida.

- Porque?

- Você sabe o porquê.

O olhar dele agora está na boca linda dela, que involuntariamente morde o lábio.

- Já disse, não morda o lábio perto de mim.

Falando isso, ele a puxa para perto e fica bem próximo de sua boca quase caindo em tentação, logo se afasta.

- Julio, por favor...não.

- Não? Porquê faz isso comigo?

Se levanta sem saber direito o que quer de verdade, a olhando com certo desespero

sai rápido. Vai até a recepção, está totalmente desnorteado, sem saber onde ir.

 Está na rua que agora parece um pouco deserta.Uma moça se aproxima dele.

- Oi meu lindo... querendo diversão?

Ele a mede de cima a baixo, e decide ir com ela. Vão até uma casa no final da rua.

É um lugar muito chulo, mas vai, tem que extravasar de alguma forma o que está a sentir, está a ponto de explodir.

luciana faz coisas com ele inexplicáveis, essas é uma delas.

A mulher se insinua pra ele, mas ele se sente muito mau com isso.

A moça a todo custo tenta tocar o rosto dele, mas ele se afasta.

Pega um cheque, e dá a ela.

- Mas, não fizemos nada.

- Não consigo, me desculpa.

Ele sai sem rumo, está de verdade muito perdido.

Pra acabar com sua noite não faltava mais nada, Jack vem em sua direção.

- Olá, está perdido?

- Não.

- Que coincidência, estou em um congresso, e parece que estamos no mesmo hotel.

- Ah, muita coincidência mesmo.( muito ríspido)

- Podíamos, marcar um almoço...

- Quem sabe.(quer logo sair dali, esse homem o faz mal)

- Está acompanhado?

Ele se lembra dois juntos, ele e luciana e aquilo dá uma raiva nele sem procedentes.

- Sim, estou com minha assistente.(olhando de forma ameaçadora).

- Ah, e...onde está ela?

- No quarto.

- Ah!

- Mas, qual seu interesse nela?

- Muitos, ela é muito interessante.

O homem está muito zangado, mas se controlando pra não avançar nele.

Dá um sorriso muito frio.

- Espero para podermos marcar o almoço.

— Esperando que a sua linda assistente vá também!

Segura toda fúria , está prestes a partir pra cima dele.

- Vou comunicar a ela, que faz muita questão disso.

Jack o olha com um certo desprezo, e é bem debochado.

- Bom, não vou te prender mais, boa noite.

- Boa noite...Jack.

 Está tão furioso, que mal o homem desaparece dá um soco na parede, chega a machucar tamanha a violência da batida.

Um rapaz do hotel se assusta com a atitude do hóspede.

- Está bem,Sr?

- Estou, não se preocupe com isso.Me mande um pouco de gelo, por favor.

- Sim senhor.

 Sobe para o quarto, se seu humor estava ruim, agora está péssimo.

Ele procura por ela que está dormindo na cama, tão serena que a visão disso já o acalma.

" Que poder tem sobre mim? Estou ficando completamente louco...porque consegue me deixar desse jeito?"

Fica um bom tempo ali, a olhando quando percebe aqueles lindos olhos o fitando.

— Aconteceu algo com a sua mão? Está machucado…

Ele até tinha se esquecido disso, talvez porque o sangue estava quente na hora, mas agora começa a sentir um dor latejante.

- Precisa de ajuda?

- Não, já resolvi isso.

- Mas,o que houve?

- Nada.

- Saiu daquele jeito...

- Você está brincando comigo, viu o que fez?

- Mas...

- Não tente, se aproximar de mim...nunca mais.

- Eu... não fiz isso, enlouqueceu? Você que... praticamente me atacou!

- Não sei qual o seu objetivo,mas não vai conseguir me desestabilizar, a única coisa que me liga a você... são os negócios que administro, não há mais nada que eu queira a seu respeito ( fala de um jeito que nem mesmo ele está conseguindo acreditar nas suas palavras).

Ela se senta na cama e fica o encarando.

- Está bem, já entendi isso... também não quero nada com... você, que não seja profissional, a não ser que me dispense, aí nem isso terei mais obrigação com o Sr.

Ele fica a olhando, com uma raiva contida.

" Não consegue enxergar? Nada..."

- Muito bem,vou dormir, amanhã tenho coisas pra resolver,e espero que esteja pronta no horário.

- Nunca perco um compromisso.

- Ótimo.

- Ótimo (ela rebate com muita raiva).

Quando ele se encaminha para o sofá, ela provoca.

- Porque não dorme aqui na cama?

" Ele está brincando comigo, só pode ser isso"

- Que está passando por sua cabeça? Enlouqueceu?

- Não quero que amanhã esteja todo travado, de dormir no sofá, se preferir, eu vou pra lá e você fica aqui.

- Não se incomode comigo.

- Só quis ser gentil, não tenho nenhum outro interesse.

- E mesmo que tivesse... não, muito obrigado.

- Você é muito grosso, sabia?

- Ah, agora eu sou grosso? Qual o outro adjetivo vai me dar?

- Vou deixar você na cama, não é justo, vai amanhecer muito dolorido se ficar no sofá, eu fico lá, não me custa nada fazer essa gentileza.

- Não quero gentileza de você.

- O quê quer então?

Ele fica olhando muito pra ela, abaixa a cabeça e sai andando.

- Vai insistir em dormir aí?

- Já falei, não se preocupe comigo.

- Cuide dessa mão também.

- Que foi agora? Virou minha babá?

- Parece uma criança birrenta, talvez precise de uma babá mesmo!

" Você não faz ideia do que preciso...nem de longe pode imaginar".

Ela se levanta enrolada no lençol, e pega o travesseiro indo em direção do sofá.

- O quê pensa que está fazendo!

- Falei pra ficar com a cama, então, vou para o sofá, a não ser que fique lá também, não vou mudar de idéia.

" Atrevida!"

- Gosta mesmo de medir forças comigo, não é?

- Se for preciso...sim.

Ele a olha de um jeito, sorri e se senta na cama.

- Tudo bem, não discuto com você, pode ficar no sofá se quiser.

- Ótimo.

- Sabe que de madrugada é muito frio, não é?( sombrancelha arquiada).

- Não se preocupe,vou estar bem protegida, com a coberta macia.

- Então, só me resta dizer, boa noite.

- Boa noite.

Ele tira as roupas, coloca na cadeira sob o olhar muito atento dela, que finge dormir, quando percebe que ele a olha de um jeito sínico.

" Ah...tem um efeito devastador em mim...como não resistir a você... é tão difícil..."

- luciana?

- Sim?

- Tem certeza que não quer ficar aqui comigo? A cama é enorme, cabe nos dois(sorrisinho malicioso).

- Muito obrigada, não.

- Tem certeza?

-Tenho.

- Tá bem, boa noite, e...se sentir frio, não me incomodo se quiser vir pra cá.

" Está me provocando?"

Ela dá um sorriso maroto, se cobre e vai tentar dormir, porque agora ele conseguiu tirar o seu sono,de verdade.

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