Os dias que se seguiram ao confronto no jardim foram como um mar revolto para Laura e Lucas. Cada um estava mergulhado em sua própria tormenta interior, assombrado pelas palavras ásperas e pela cruel realidade do casamento forçado que se aproximava.
Para Laura, as pressões familiares eram como correntes de aço que a prendiam a um futuro que não desejara. Cada detalhe sobre o casamento forçado a fazia sentir como se estivesse sufocando. Os vestidos de noiva exuberantes e os arranjos cerimoniais suntuosos eram como algemas brilhantes que adornavam sua prisão. Ela se perguntava se algum dia recuperaria a liberdade que lhe fora arrancada.
Lucas, por sua vez, estava afundado até o pescoço em um oceano de responsabilidades como CEO da "NexTech". As reuniões intermináveis e os contratos complexos eram como um labirinto que o afastava de seus próprios desejos e sonhos. A imagem da misteriosa mulher de máscara dourada assombrava seus pensamentos, um lembrete constante de que o destino havia lhe pregado uma peça cruel.
Uma tarde cinzenta marcou uma reunião das famílias de Laura e Lucas para discutir os detalhes do casamento. Laura sentia os olhares penetrantes de sua mãe e as expectativas opressoras de seus parentes. Cada palavra que pronunciavam era como uma sentença, cada decisão como um elo a mais em suas correntes. Ela ansiava por uma fuga, mas via apenas um caminho estreito à sua frente.
A reunião prosseguia em um ambiente de formalidade vazia, enquanto Laura e Lucas se sentiam como marionetes nas mãos de suas famílias. A tensão era palpável, e o silêncio entre eles era um oceano de emoções reprimidas.
Em um breve momento de pausa, Laura e Lucas se encontraram novamente no jardim dos fundos da mansão. O céu estava nublado, e as primeiras gotas de chuva começaram a cair, encharcando suas roupas elegantes.
Laura tentou articular seus pensamentos, lutando contra a tempestade de emoções que a inundava. "Lucas, você precisa entender... esta situação é insuportável. Não sei como vou suportar."
Lucas a encarou, seus olhos cinzentos faiscando de frustração. A chuva começava a se intensificar, como se o próprio clima compartilhasse de sua agonia. "Laura, não entendo por que você faz esse drama. Aceite o seu destino."
As palavras cruéis de Lucas atingiram Laura como um golpe. Ela sentiu um nó se formando em sua garganta, lutando contra as lágrimas que ameaçavam transbordar. "Você não entende, Lucas. Isso não é drama, é minha vida que estão arruinando."
Lucas revirou os olhos, sua paciência se esgotando rapidamente. A chuva caía implacável, como se chorasse por sua situação. "A vida nem sempre é justa, Laura. Você deveria saber disso."
Laura se aproximou dele, o olhar determinado, mas cheio de tristeza. "Lucas, esqueceu que somos seres humanos com desejos e sonhos? Eu mereço mais do que ser forçada a amar alguém que mal conheço."
Lucas, incapaz de suportar a agonia que via nos olhos de Laura, virou-se bruscamente e afastou-se. Ele não disse mais uma palavra, deixando-a sozinha na chuva.
A solidão que se seguiu era quase insuportável para Laura. Lágrimas se misturaram com as gotas da chuva em seu rosto, e o peso da incerteza e da rejeição a esmagava. Ela se sentiu abandonada, perdida em um labirinto emocional do qual não sabia como escapar.
Enquanto a chuva continuava a cair, Laura permaneceu no jardim, tremendo de frio e emoção, enquanto o futuro incerto a observava com olhos sombrios.
Laura estava imersa na solidão do jardim encharcado, as gotas de chuva misturando-se às lágrimas que escorriam silenciosamente pelo seu rosto. Ela sentiu o vento frio cortar sua pele e a presença fantasmagórica daquela árvore solitária que testemunhara sua desolação.
A discussão no jardim havia arrancado suas ilusões, deixando-a com a dolorosa certeza de que estava sozinha nessa luta. O casamento forçado pairava como uma nuvem escura sobre sua vida, um destino que ela não podia evitar. O vazio que Lucas deixara em sua esteira era avassalador.
Ela pensou em sua melhor amiga, Clara, que não tinha ideia do contrato de casamento que a mantinha cativa. Laura hesitou em contar a verdade a Clara, com medo de que a amizade delas também fosse prejudicada por esse fardo.
Enquanto a chuva continuava a cair, Laura pensou nas palavras de Lucas, na maneira como ele a havia abandonado sem piedade. Ela se perguntou se ele estava sofrendo tanto quanto ela, se a pressão de suas responsabilidades o havia transformado em alguém tão impiedoso.
Lucas, por sua vez, caminhava pela mansão, com a lembrança da discussão ainda fresca em sua mente. Ele estava cercado por suas riquezas, pela grandiosidade de sua família, mas tudo aquilo parecia vazio. O peso de suas responsabilidades o esmagava, e a imagem de Laura o atormentava.
Ele pensou nas palavras de Laura, na maneira como ela o desafiara a ver além de sua fachada de CEO poderoso. Ele sabia que estava preso em um mundo de negócios implacável, mas também reconhecia que, de alguma forma, havia se tornado cego para as necessidades e desejos humanos.
Enquanto a chuva caía lá fora, Lucas olhou pela janela, vendo o reflexo de seu próprio rosto desgastado. Ele estava começando a questionar o preço de sua ambição, o custo de manter as aparências e seguir o caminho que sua família traçara para ele.
No jardim, Laura finalmente se levantou, determinada a enfrentar o futuro que lhe fora imposto. A solidão que sentia era avassaladora, mas ela sabia que precisava encontrar uma maneira de resistir, mesmo que estivesse sozinha.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 67
Comments