Capítulo 03

Foi uma despedida difícil, pensei que o meu pai sofreria muito, mas Helena, ficou destruída e destruiu também o meu coração.

HELENA: Te amo muito, minha irmã, sempre vou estar aqui. Emily, nunca foi um estorvo para mim, sempre te quis aqui pertinho de mim, aí Emily como vou fazer sem você minha irmã 😭

"Helena, meu anjinho da guarda... Te amo muito, muito mesmo, nunca vou esquecer tudo que fez por mim, se sacrificou para me criar, foi minha mãe e meu pai, você é tudo para mim, minha irmã."

HELENA: Não foi sacrifício, foi um prazer imenso, me ajudou tanto, todas as vezes em que estive perdida, foi você quem me ajudou, desejo que seja muito feliz.

GABRIEL. Precisamos ir, Emily, o avião já vai decolar.

HUGO. Vamos Helena, precisamos deixar ela ir... Escuta Gabriel, se magoar, ou fizer qualquer coisa, eu vou até o inferno para lhe destruir.

Senti muito medo das palavras ditas pelo meu pai, seu olhar fixo no Gabriel deixou bem claro que ele falava muito sério. Entrei no avião e senti que deixava para trás parte de mim, as minhas mãos estavam trêmulas, Gabriel as seguravam tentando me passar tranquilidade, mas a verdade que sentir o seu toque me deixou ainda mais apreensiva, sou a sua esposa e logo precisarei cumprir com os meus deveres.

GABRIEL: É normal, está assim, sempre esteve com a Helena, mas te prometo que te farei feliz, e assim que puder iremos visitá-los, mesmo o seu pai não gostando de mim.

Ele gosta de você, ficou preocupado quando sumiu, te procurou e ofereceu ajuda... Só ficou muito chateado de você falar que ele não é meu pai.

GABRIEL: Errei muito nisso, mas vou recuperar a sua confiança.

"Vai sim, logo tudo estará bem."

Depois de algumas horas, finalmente pousamos no Reino britânico, Gabriel estava muito contente, ele me abraçava e me beijava carinhosamente.

GABRIEL: Amor, a casa não é luxuosa e nem é do tamanho da que você morava, mas é bonita, acho que vai gostar.

"Tudo bem, não me importo com isso..."

 A casa era realmente do jeito que eu nunca gostei, tenho horror de casas assim, me lembrava filmes de terror, mas eu jamais falarei isso a ele.

GABRIEL: Você não gostou?

"Claro que gostei... Na verdade, meu medo era justamente morar numa casa assim, assisti tantos filmes de terror com o Matteo, e todos os filmes tinham uma casa dessa e sempre alguém morria."

GABRIEL: Que bobagem KKK... É sério mesmo? É só uma casa, amor, está agindo como uma criança KK.

"Não ria Gabriel, são traumas... Deixa de deboche!?"

Ele abriu as portas e entrou, não era legal, não era aconchegante e muito menos alegre.

GABRIEL: Vamos mudar tudo, você vai redecorar do seu jeitinho.

"Mas não é alugada? Deveriam ter feito..."

GABRIEL: Não é alugada, eu comprei.

"Amor, então é nossa casa? Vamos derrubar e construir outra... Com outro designer."

GABRIEL: Gastaremos uma fortuna!

"Eu posso pagar por tudo isso e também comprar outros móveis, estes estão horríveis."

GABRIEL: Está tudo como o dono deixou antes de falecer, a família apenas levou os pertences dele.

"O quê? Amor eu não vou morar aqui... Gabriel!?"

GABRIEL: Seus irmãos deveriam fazer um exame de paternidade, você não pode ser uma Viturino...

"Que vontade de voltar para minha casa, que saudade da Helena e do meu pai."

Gabriel mudou rapidamente a sua expressão e se aproximou de mim, não conseguia ficar tranquila perto dele, não sei porque mais as suas mudanças repentinas de humor me assustavam, ele segurou-me pelo braço e beijou grosseiramente os meus lábios.

GABRIEL: Hugo Lacerda Bianchi não é o seu pai! Tenho muito ciúmes quando você fala dele com tanto carinho assim... Você é minha, Emily e não vai ficar se agarrando com outro homem.

"De novo com essa conversa maluca?"

Subimos até o quarto, procurei guardar as minhas coisas, percebi que a cama é nova mas o armário é muito antigo.

"Gabriel, podemos ficar num hotel até reformar a casa, na verdade, não está ruim, mas quero mudar as coisas, vamos começar a nova vida com um monte de coisa de um falecido... Não quero ser chata, só não gosto, parece ter uma energia ruim, me entende?"

"Isso na cortina é sangue?"

Estava apavorada, me senti realmente num filme de terror.

GABRIEL: Ok, pega as suas coisas, vamos ficar num hotel, amanhã damos um jeito nisso tudo... Não é sangue, a cortina está muito velha e está com algumas marcas de ferrugem.

"Não percebeu isso quando olhou a casa? Você não olhou nada antes de comprar KKK."

GABRIEL: Não KKK, estava muito empolgado, um amigo do trabalho fez isso para mim, ele me disse que iriam tirar as coisas e dar uma boa faxina, mas não fizeram.

"Tudo bem, vamos sair logo daqui... Amanhã vou dar um jeito de contratar pintores, decoradores e comprar todos os móveis…"

GABRIEL: Não tenho dinheiro para isso, eu mesmo posso pintar tudo, depois é só comprar os móveis.

"Posso pagar... Qual o problema de usar o dinheiro que tenho?"

GABRIEL: KK esse dinheiro não é seu, esse dinheiro é da família Viturino, você não trabalhou para ter ele Emily.

"Pois você precisa me dizer, porquê de tanto ódio da família Viturino, não se esqueça que eu sou sim uma Viturino."

GABRIEL: O quê? Não tem ódio nenhum... Olha eu só quero fazer tudo do meu jeito e com o meu dinheiro... É só isso!

Ele simplesmente ignorou-me o caminho todo até o hotel, também não procurei conversa, e só de pensar que é o primeiro dia do resto da minha vida, tenho a impressão que será muito cansativo.

Chegamos ao hotel, pedi o quarto master, Gabriel pediu o econômico, isso gerou mais um conflito, deixei ele fazer do jeito dele e não dei mais palpites, subimos para o quarto.

GABRIEL: Não entendendo a sua mania de luxo, viveu numa comunidade horrível, não tinha nem o que comer... Desculpa, Emily, eu não quis te magoar..

"Não me magoou, escute aqui Gabriel, todo o dinheiro que eu tenho hoje, me pertence porque o meu pai nos deixou, e quanto a comunidade... Realmente muitas das vezes eu não tinha o que comer, mas não era horrível! Não pode me privar de usar o meu dinheiro, vou gastar com o que eu quiser e do jeito que eu quiser."

GABRIEL: Me perdoa, estou nervoso, com medo de tudo dar errado e já está dando... A casa tinha que estar pronta e não está... E eu não sou nenhum milionário para te cobrir de luxo, não quero falhar com você, primeiro porque não merece, e segundo porque o seu irmão vai ter o prazer de jogar na minha cara que não tenho condições de cuidar de você.

"Vamos esquecer tudo... Amor é nossa lua de mel, e até agora só brigamos, e por coisas estúpidas."

GABRIEL: Tem razão amor...

Ele pega o telefone e liga para recepção, não entendi muito bem porque até ouvir os pedidos dele.

GABRIEL: Quero transferência para a suíte Master, e por favor, tragam uma garrafa do melhor champanhe, frutas e...

"Chocolate... Torta de chocolate com chantilly..."

GABRIEL: Uma torta de chocolate com chantilly, por favor, traga alguns morangos também, obrigado!

Rapidamente trocamos de quarto, fui direto tomar um banho, queria muito usar as lingeries que a Helena disse para eu comprar, mas estava morrendo de vergonha, me enrolei na toalha e sai, Gabriel tentou me arrastar, mas preferi esperar ele terminar o seu banho.

GABRIEL. Não quer tomar banho comigo?

Ah! não... Vou te esperar aqui no quarto, vou arrumar as coisas.

Fui até a mala e peguei uma camisola e uma lingerie, coloquei rápido, não sabia se ficava em pé, ou sentada, então resolvi tomar uma taça de champanhe para me acalmar.

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