Dias difíceis

Dias difíceis.

Os últimos dias foram bem difíceis para Flávia, com sua mãe doente, ela acabou assumindo as responsabilidades da casa e mal tinha tempo para estudar isso o dia que dava para ela ir ao colégio, os professores e colegas sempre ajudavam nas atividades.

Novamente dona Nilda precisou ser enternada com fortes dores, depois de alguns dias descobriram que ela tinha um problema renal, mas não sabiam a gravidade nem o hospital tinha suporte para seu tratamento, solicitaram uma vaga num hospital em outra cidade, no mesmo dia ela foi transferida e Flávia sempre ao seu lado, pois não permitiam homens como acompanhante nem ela queria ficar longe da sua mãe.

Se já estava difícil, as coisas só se complicaram, fizeram mais exames e descobriram que a situação era grave, foram vários meses em tratamento, mas não houve melhoras.

Flávia sofria calada para não demonstrar o seu sofrimento e preocupação, por mais fé que ela tinha e implorava a Deus pela cura da sua mãe ela entendia que os planos de Deus eram os melhores, ela quase não ia ao colégio dedicava todo o seu tempo a sua mãe que a cada dia sofria mais.

Enquanto a Flávia dedicava seu tempo, a sua mãe, o Nathan e a Alice nem se importavam. Numa noite fria e chuvosa, Flávia cuidou da sua mãe, alimentou, medicou e foram dormir, mas ela não conseguia dormir, o seu pensamento estava na sua mãe, minutos depois ela viu aquela que era sua mãe e melhor amiga partindo, olhando-lhe como se estivesse se despedindo, naquele momento ela paralisou, ficou sem reação.

Só caiu a ficha quando a morte foi confirmada, aí o desespero tomou conta. Ela chorava inconsolávelmente, não havia palavras que a consolasse, o seu pai chegou e foi preparar o velório, junto vieram o Nathan e a Alice chorando e pedindo perdão, mas já era tarde.

O Caio não pode ajudar muito, pois estava longe, mas ajudou financeiramente, pois as coisas estavam difíceis para o seu José.

Depois do enterro eram só os dois, pai e filha naquela enorme casa cheia de lembranças, foram dias difíceis para Flávia que estava sempre ao lado da sua mãe e agora estava praticamente só, pois o seu pai passava o dia todo trabalhando e só voltava a tardezinha. Foram meses isolada, só saía para visitar o túmulo da sua mãe. O Caio sabendo disso quebrou o contrato e veio embora, o que trouxe um pouco de alegria para ela e a convenceu voltar estudar e concluir o ensino médio que com ajuda dos colegas e professores ela conseguiu.

Meses depois o seu pai arrumou outra mulher, o que deixou Flávia muito triste, a sua madrasta tinha dois filhos que tornaram a vida dela mais difícil ainda, chegando ao ponto dela ir trabalhar na cidade como babá.

Ela gostava do serviço, dos patrões que, a tratavam muito bem e principalmente do Bernardo, o bebê que ela cuidava. O Caio todo final de semana ia vê-la.

Ficou um ano nesse emprego, até que acabou engravidando, os seus patrões queriam que ela continuasse a trabalhar, mas o Caio não permitiu e levou ela para morar com ele na casa dos seus pais até a casa ficar pronta, mas não foi uma boa idéia, pois a sua sogra não era tão boa e a tratava mal.

Eles adiantaram a obra e mudaram-se sem estar totalmente acabada, mas o pior que a casa que eles construiram era perto da sogra que sempre estava dando opinião e queria que as coisas fossem do jeito dela, Caio vendo isso chamou atenção dela que a casa era deles e deveria ser do jeito deles e não dela, mas parece que ela não entendeu o lugar dela, pois até hoje continua dando palpites na vida deles.