Capítulo 13

Aquí estou na minha cama, olhando o teto do meu quarto, posso notar que tem desenhos de pequenas folhas douradas, sinto que minha alma me abandonou, sou apenas um corpo inerte sobre os lençóis brancos.

Estou completamente nua, só coberta por um tecido delicado, escuto os pássaros cantando, aparentemente estão felizes hoje.

Tento alcançar com minha mão um bilhete que Gabriel deixou no travesseiro.

*"Você é tudo que sempre desejei\, para sempre seu\, Gabriel"*

Leio uma e outra vez essas palavras, ele é meu? Tenho certeza de que renasci para estar ao lado dele.

Dói tudo, era verdade tudo o que ele disse, nos entregamos à paixão em cada um dos lugares que visitamos juntos.

Só de lembrar de como entramos no centro de convenções me dá risada, acho que estivemos tão perto que o segurança poderia nos descobrir.

Gabriel está louco, mas acho que eu mais ainda por seguir a ideia dele.

Alguém bate à porta...

**Rose:** Sim?

*"Minha senhora\, está tudo bem?"*

É a voz da Aurora...

**Rose:** Por favor\, entre...

Aurora entrou no quarto, ela pôde ver o vendaval que aconteceu há algumas horas.

**Aurora:** Minha senhora\, o que aconteceu aqui?

**Rose:** Um tornado chamado Gabriel.

**Aurora:** Sim\, ele é enérgico...

**Rose:** Você não tem ideia de quanta energia ele tem.

**Aurora:** O senhor nos pediu para preparar um banho com ervas relaxantes e também para fazer um bom café da manhã.

**Rose:** Isso seria ótimo.

**Aurora:** Vou preparar o banho\, minha sogra vai trazer a comida.

**Rose:** Antes disso\, você poderia fazer um favor para mim?

**Aurora:** Claro\, o que deseja?

**Rose:** Você poderia fazer esse chá nojento para que eu não engravide?

**Aurora:** Claro\, já vou fazer.

Aurora saiu correndo do quarto, eu continuava olhando para o teto, Gabriel me deixou exaurida, hoje não valia nem cinco centavos.

Logo depois, ouvi a chegada de Maria, que vergonha que me vissem nesse estado, imagino que meu cabelo devia estar como um ninho de pássaros.

Sentei-me na cama, ainda cobrindo meu corpo com o lençol. Maria me entregou o chá, tomei tudo, não era o momento certo para ter um filho.

Prepararam o banho enquanto eu tomava café da manhã, assim que terminei, levaram os pratos.

Pedi para ficar sozinha e, como pude, levantei-me, minhas pernas não respondiam, não sabia se amaldiçoava Gabriel ou elogiava sua entrega.

Uma vez dentro da banheira, adormeci, acho que meu corpo precisava descansar.

Os pesadelos vieram, vi minha morte, aquela que me atormentou por tanto tempo, estou sozinha naquela casa de 2 metros quadrados, meu corpo está inerte, acredito que já faz alguns dias desde que parei de respirar.

Ninguém percebeu minha ausência, tão miserável era minha vida...

Então o vi, Gabriel chegou em seu cavalo, arrombou a porta, mesmo sendo eu um cadáver em decomposição, ele me levantou em seus braços, pude vê-lo chorar, ele realmente estava sofrendo.

Ele me levou em seus braços até o riacho, ele segurava cada mecha do meu cabelo, com cuidado desembaraçava-os.

Não consigo ouvir o que ele está dizendo, é como se estivesse gritando para o céu, pegou meu corpo e o mergulhou na água cristalina, nunca parou de chorar, Gabriel sempre me amou?

Um barulho no quarto me acordou, era Aurora arrumando.

Minha cabeça estava girando, o que foi tudo isso? Foi um sonho? Ou uma lembrança de algo que realmente aconteceu?

Saí da banheira, hoje não queria abandonar meu quarto, além da dor corporal, sentia uma tristeza na alma.

Fiquei dois dias na cama, o corpo já tinha se recuperado, só estava preocupada com o sonho, sei que se contar a Gabriel ele vai achar que estou louca.

Era quarta-feira, finalmente voltei às minhas tarefas, as pendências se acumularam, a correspondência de Gabriel chegava aos montes, então tive que preparar uma caixa só para ele.

Fui para a vinícola, meu vinho estava sendo produzido, a vantagem de ter pessoal sob minha responsabilidade era que cada um sabia sua função, aqui tudo funcionava bem sem minha presença.

Uma carta chegou, Ramiro novamente me convidava para jantar, mas dessa vez não éramos só nós dois, haveria uma degustação de seu novo vinho, ele convidou todos os fornecedores.

Ele me convidou, segundo ele, para fazer relacionamentos.

La data era amanhã, talvez eu vá e leve algumas garrafas, aproveitarei a reunião para mostrar meu produto.

O dia se passou entre a vinha e a estufa, tudo estava indo perfeitamente.

Ao voltar para casa, me deparei com uma carta muito irritante, o cartório era quem a enviava.

Ao abrir, pude perceber do que se tratava, era um formulário de divórcio, estava todo preenchido, mas não estava com a minha assinatura, apenas com a do Gabriel.

Devo dizer que me senti um pouco desconfortável, mas antes de tomar uma decisão, falaria com ele, o envolvido, Gabriel.

Passei a noite na cozinha com Maria e Aurora, acho que gostava dessa coisa de fazer bolos, era uma forma de me distrair.

As noites sem Gabriel eram terríveis, eu estava me acostumando com ele, espero que não me chamem de possessiva ou ciumenta, mas não posso permitir que ele se afaste de mim.

Quinta-feira chegou, comecei a procurar o que vestiria essa noite, tinha certeza de que optaria por algo escuro.

Um vestido preto seria o ideal, eu continuava sendo alguém fora deste mundo com meu jeito de vestir.

Subi na carruagem e segui para Santa Rita com minhas garrafas de vinho.

Assim que cheguei, o senhor Ramiro pessoalmente me ajudou a descer da carruagem, mencionei que trazia um presente, então ele o recebeu.

Entramos no local, havia realmente muitas pessoas, todos provando o novo produto do Ramiro, ele gentilmente me apresentava.

Alguns conheciam a minha reputação e faziam questão de mencionar, mas minha atitude empoderada deixava as fofoqueiras no chão.

A noite passou entre conversas, recebi convites para outros reinos para conhecer suas vinhas, vi os garçons distribuírem meu vinho, ouvi boas críticas.

Logo seria meia-noite, então era hora de ir embora.

Pedi minha carruagem para voltar para casa.

**Ramiro: **Rose\, por que está indo embora tão cedo?

**Rose: **Cedo? Logo será meia-noite.

**Ramiro: **Os convidados já estão indo embora\, pensei que poderíamos passar um tempo juntos.

**Rose: **Desculpe\, senhor Ramiro\, mas meu marido me espera em casa.

**Ramiro: **Suponho que esteja falando do seu ex-marido.

Minha carruagem chegou...

**Rose: **Até logo\, senhor.

Me preparei para subir na carruagem quando senti alguém me segurar pela cintura.

**Ramiro: **Espere!

**Rose: **Me solte.

Senti ele tentando me beijar à força.

Virei-me e dei um soco justo no olho esquerdo.

**Rose: **Não se engane\, senhor Ramiro\, não sou uma simples assim\, mesmo que minha reputação esteja no chão.

**Ramiro: **Eu sou um homem melhor do que o general Rose.

**Rose: **Talvez\, mas o que acabou de fazer não é digno de um bom homem.

Subi na carruagem e ordenei que partisse.

Durante todo o caminho, fiquei pensando no que havia acontecido, o ruim de ter uma péssima reputação é que todos acham que podem fazer o que quiserem com você.

Cheguei em casa e logo vi uma figura muito conhecida na sala.

Gabriel estava sentado com um copo de vinho na mão, vi ele girar, era como um déjà vu.

**Rose: **Antes que diga algo\, eu não beijei ninguém\, muito menos tive relações sexuais.

Gabriel se aproximou de mim e me olhou de cima a baixo.

**Gabriel: **Obrigado por dizer\, mas não acredito que você chegaria a fazer isso.

**Rose: **Só quero deixar claro que não cometo esse erro novamente.

Gabriel começou a abaixar as alças do meu vestido.

**Gabriel: **Você está linda\, sinto muitos ciúmes de não estar acompanhando você.

**Rose: **Você sabe como os homens são\, são só fofocas.

**Gabriel: **E o Ramiro? Se comportou?

**Rose: **Bem\, na maior parte do tempo.

**Gabriel: **O que aconteceu?

**Rose: **Eu realmente quero fazer as coisas direito\, não só por você\, mas por mim também.

**Gabriel: **O que ele fez\, Rose?

**Rose: **Ele tentou me beijar.

**Gabriel: **Eu o matarei\, ninguém mexe com minha mulher.

Vi ele ir pegar suas armas, tenho certeza de que iria para Santa Rita.

**Rose: **Gabriel\, por favor\, fique\, eu o coloquei em seu lugar\, não me deixe sozinha.

**Gabriel: **Ele deve saber que você é minha esposa\, que não está disponível.

**Rose: **Bem\, você sabe o que todos pensam aqui.

**Gabriel: **É por isso que vim te ver.

**Rose: **Não entendo.

Vi ele tirar duas alianças do bolso, colocou um anel em mim e colocou o outro nele.

**Gabriel: **É hora de que todos entendam que você é minha\, Rose.

Eu observava minha mão, isso era verdade ...

**Rose: **Você vai ficar esta noite?

**Gabriel: **Sim\, mas vou assassinar um homem antes.

**Rose: **Por favor\, fique\, de qualquer maneira o Ramiro deve estar em casa colocando compressas frias no olho.

**Gabriel: **Você o acertou?

**Rose: **Um soco direito no olho esquerdo\, basicamente.

**Gabriel: **Espero que o golpe seja digno da esposa do general.

**Rose: **Acredite\, você se sentirá orgulhoso de mim.

**Gabriel: **Essa é minha garota\, agora vamos dormir.

**Rose: **Sim.

Chegamos ao quarto e Gabriel me ajudou a tirar meu vestido.

**Gabriel: **Você já se recuperou?

**Rose: **Acho que sim ...

**Gabriel: **Fico feliz.

Senti ele me levantar do chão, agora eu estava contra a parede ...

**Rose: **Espera\, Gabriel\, não!

Acredito que ele não me ouviria esta noite, pois suas mãos já estavam em meu corpo ...

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