Sexta- feira. Parte II

A semana passou voando e tantos compromissos já agendados, sem conseguir encontrar tempo para pensar no problema a frente que é a presidência. Estou com uma baita ressacada da noite passada. Tenho aplacado minha fúria e frustração com álcool e mulheres. Todas sem sei o rosto. Passando como um caminhão desenfreado. Eu nem preciso me preocupar em olhar para elas. Elas querem dinheiro e eu, sexo. Simples, sem demora e prático. Cada um tem o que deseja.

Pedi a secretária que trouxesse um café extra forte e uma pílulas para dor de cabeça. Preciso me recompor porque hoje é o jantar de noivando do Arthur e da Ingrid. Não sei se ligo para alguém da minha agenda ou vou sozinho, como alguém convicto de que estar sozinho vale muito mais que acompanhado com alguém sem a devida importância.

Fora isso, terei que ver o pai da Ingrid, aquele velho inescrupuloso contando vantagem e um monte de gente querendo uma casquinha com o presidente. O que terá de mulheres solteiras! Preciso urgente de uma acompanhante.

Joana traz o café com as pílulas. As tomo em um gole só com água e fico bebericando meu café e vem a imagem daquela mulher com o Jorge no restaurante. Ela seria ideal para hoje a noite, mas estando com Jorge, não deve valer muita coisa. Porque pra sair com ele, mesmo sabendo como ele é mulherengo, só pode estar desesperada. Aqueles olhos… eu conheço. Mas quem será? Chamo a Joana e peço para ela ligar para Carol, uma amiga antiga que faz muito tempo que não a vejo e sei que ela está na cidade.

Joana passa a ligação.

— Oi, Ricardo. Quanto tempo?

— Oi, Carol. Sei que está na cidade. Quanto tempo vai ficar dessa vez?

- Ainda não sei\, Ricardo. Mas diga lá\, o que faz você me ligar? É sobre o jantar de noivado da Ingrid?

— Humm… Não me diga que a filha da mãe te convidou? Ela não poderia deixar de esfregar a vitória, não é?

- Não convidou. Mas meu pai está fazendo negócios com o pai dela. Por isso estou sabendo.

— Você pode ir comigo, Carol? Ou melhor, podemos ir juntos e nos apoiarmos. O que acha?

— Sério que você quer que eu passe por isso após todo o drama que ela fez comigo e com você?

- É por isso mesmo que seria vingativo irmos juntos. Ela irá se contorcer sabendo que estamos juntos. kkkkk

— Kkkkkk. Essa é boa! Está bem. Ela ficará chocada com a minha presença. Você me pega que horas? Estou no Flat.

— Passo às 18:50h no Flat, mas envio um whats avisando que cheguei.

— OK.

— OK. Até lá. Obrigado Carol.

— Eu também agradeço, precisava disso. Estar com você e deixar a cabeça daquela mulher queimar de tanta dúvida. Até.

Ricardo!!! Como você ousar deixar a Ingrid se casar com outro?

Levanto a cabeça e vejo a minha mãe parada na porta, indignada.

Nem faço questão de responder. Volto a cabeça para o documento que estava lendo, sabendo que ela não vai parar de falar.

Meia hora depois que ela não parou nem para respirar, ela senta no sofá, pede um café para Joana e me olha calada.

Levanto da minha mesa, contorno-a e vou até ela e sentou junto e coloco minhas mãos em suas mãos e explico a ela o que já foi dito e digo:

— Mãe, ela ama o Arthur e ele a ama. Fazem um lindo casal e serão felizes, não era isso que a senhora queria para ela? Adianta um gostar e outro não. Eu realmente desejo que se complementem e sigam adiante.

- E Você\, como está com tudo isso? Sei que gostava dela. Você vai ao jantar hoje a noite?

- Estou bem mãe\, aceitei algum tempo o relacionamento dos dois. E a Carol vai comigo.kkkk

— Que bom meu filho que você já não gosta mais dela. E a Carol? Que coisa boa! Ela é uma ótima companhia e conhece vocês todos.

- A senhora vai\, mãe?

- Preciso ir devido à última votação do Conselho e porque eu apoio o casamento deles. Não sei que horas vou chegar\, não se preocupe comigo. Manoel me leva. Você busca a Carol.

— Certo. Amo você, mãe.

- Eu também te amo meu filho.

Ela se levanta e vai embora com a fisionomia de quem não acredita muito sobre o que conversamos, mas que resolve dar uma chance. Ela foi feliz com meu pai. Se amaram como nunca vi alguém amar assim. O amor verdadeiro...

Quando ela sai, volto para minha mesa. Tenho pendências a resolver antes de sair para o jantar. Trouxe meu terno e vou me trocar aqui.

O tempo passa e às 18h, vou ao banheiro, tomar um banho e sem perceber choro de agonia e tristeza por esse jantar e pelo que meu amigo e ex- namorada se tornaram, troco de roupa, ajeito o cabelo e saio para buscar a Carol.

Chego no Flat, envio um Whats e ela desce. Linda como sempre, com um ótimo bom gosto para se vestir. Está com vestido preto nem muito colado e nem muito justo, ele vai até os tornozelos e combina com a sandália azul e bolsa azul. Os acessórios pretos fazem um look completo. Ela será meu par. Fico confiante, agora que a vejo e penso que nada pode dar errado esta noite.

Ela sorri, me beija na face e nos dirigimos ao lugar. Quando estaciono, ela aperta minha mão e me olha nos olhos.

— Eu sou sua amiga e sabe que sempre quis ser mais do que isso, mas sei que você me respeita muito e agora, hoje, depois do jantar, eu quero cuidar de você, ser o que você precisa que eu seja. Estou com você.

- Eu sei\, respondo. Mas eu não sei o que eu quero essa noite. Estou com um misto de sentimentos de raiva\, dor e revolta. Não serei uma boa companhia\, minha querida amiga.

- Eu sei. Mas\, estou aqui\, ok?

Respondo com um aceno de cabeça e faço carinho em suas mãos.

— Vamos?

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Comments

Soraya Feitosa

Soraya Feitosa

né eu

2024-11-03

0

Ana M. Mattos

Ana M. Mattos

Eu não estou entendendo nada dessa historia confusa

2024-10-05

0

Ana Isa

Ana Isa

meu Deus estes noivos , são umas peste,pelo jeito

2024-08-16

2

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Atualizado até capítulo 66

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