Capítulo 5 - Eu vou te levar comigo

...》Isabella Dantas《...

Hoje a minha filha completa 3 meses e estou esperando a minha mãe para comemorarmos o mês-versário dela, estava tão contente pois também já tinha 1 mês que estava trabalhando num restaurante como ajudante de cozinha, e quando eu terminar minha faculdade de culinária vou me tornar uma Chefe e vou abrir o meu restaurante

 — Alô — atendo o meu telefone, estranhado o Dr Gerson me ligar 

 — Olá menina, eu… — ele começa e sinto uma pontada em meu peito — eu estou aqui em baixo será que você pode vir aqui ? — eu desligo o telefone e pego a minha bolinha que me olha com seus olhos azuis igual ao do pai 

 — Onde ela está? — é só o que consigo dizer depois de olhar em seus olhos e os vê embargados, minha mãe finalmente tinha descido dar uma chance a ele

 — Eu sinto muito menina — ele diz com a voz embargada - eu não consegui… 

 — Não… não… cadê a minha mãe? O que… o que…. — não consigo concluir sinto ele me abraçando e nós dois choramos então depois de me acalmar um pouco ele me leva ao hospital onde ela foi atendida, o médico disse que ela teve um infarto fulminante, eu não entendia, pois ela era muito saudável, sempre praticou caminhada, mas foi assim que perdi minha mãezinha 

Precisei desocupar o apartamento que morava e procurar um lugar mais em conta já que o meu salário mal daria para pagar o aluguel, achei uma casa pequena em uma vila a senhora dona das casas não era um doce, mas deixou eu alugar só com um depósito 

...[•••••••]...

Infelizmente nem tudo são flores, e parecia que o meu inferno estava só começando, faz 5 meses que perdi a minha mãe … no trabalho o gerente que sempre me olhava com maldade começou a fazer insinuações e brincadeiras de duplo sentido que eu fingia não entender, minha filha ficou doente algumas vezes o que me fez atrasar o aluguel,  ainda estava sentindo a partida da minha mãe, e hoje… logo hoje a menina que toma conta da Lídia passou mal e precisou ir ao médico.

 — O que essa menina faz aqui Isabella? — o gerente do restaurante onde trabalho pergunta

 — Senhor, por favor, eu queria pedir que me dê um dia de folga, a menina que toma conta da minha filha está no hospital não tenho com quem deixá-la — ele me olha e um sorriso perverso surge em seus rosto 

— Claro Isa, mas tenho uma condição  — ele diz se levantando da cadeira de seu escritório vindo em minha direção e passa a mão no meu braço, o que me faz sentir um arrepio, mas não era bom, longe disso, era como se todo o meu corpo gritasse " Corre" — eu quero você Isabella, e se você for minha eu te darei até uma semana para você cuidar dessa pirralha 

— TA MALUCO? - a minha voz saiu mais alta que eu esperava ele fechou a cara e segurou o meu braço com muita força 

 — Você escolhe Isabella, ou você fica comigo ou pode ir embora e não voltar mais — eu olhei dentro dos olhos dele que tinha um brilho perverso 

 — Enfia esse emprego no rabo — digo e solto o meu braço seguro minha filha com força e saio dali sem falar com ninguém, parei na calçada do lado de fora do restaurante e fiquei ali olhando para lá pra dentro pensando o que eu ia fazer da minha vida - Me ajuda meu Deus - eu disse quase sem voz e as lágrimas escorriam pelo meu rosto 

- Oi, é Isabella, não é? -  Matheus, o menino que está na mesma sala que eu pergunta, eu lembro o seu nome porque era o nome que eu queria por ser meu bebê fosse menino, nunca havia falado com ele mais que um cumprimento 

- Sim, você é o Matheus né? - ele assente com a cabeça 

 - O que houve? Essa é sua irmã? Porque você está chorando? - nossa fiquei até tonta com tantas perguntas 

 - Essa é minha filha Lídia  - ele arregalou os olhos - eu estou chorando… porque eu perdi meu trabalho, o gerente queria que… queria que eu… - não conseguia falar as lágrimas voltaram com força, ele colocou a mão no meu ombro 

 - Não precisa dizer, eu entendi, ele é um babaca - ele disse e suspirou - onde você mora? Eu te acompanho - ele diz e eu abaixei a cabeça, hoje a dona da casa disse se não voltasse hoje com o aluguel atrasado eu deveria ir embora 

 - Não precisa….

 - Olha não precisa ficar com vergonha se sua casa é humilde eu moro em um quarto então me deixa te ajudar ok? 

 - Não é bem isso… - suspiro - eu ... na verdade estou sem onde morar no momento - ele arregalou mais os olhos, conto para ele a minha situação e ele me fez uma proposta que fiquei surpresa 

 - Eu vou te levar comigo vem - ele diz pegando a bolsa da Lídia do meu braço 

 - O que? Como assim ir com você ? - disse desconfiada

- Comigo para a minha casa, bem pro meu quarto - ele disse e eu dei um passo pra trás - calma, eu só quero te ajudar, não se preocupa que não vou tentar nada não, minha avó me ensinou que quando encontramos uma pessoa que precisa de ajuda, e se podermos ajudar mesmo com pouco, devemos ajudar - ele diz e me dá um sorriso sincero. 

Eu fiquei muito desconfiada quando Matheus me chamou para ir ficar com ele no quarto que ele aluga, mas por algum motivo em meu coração sabia que ele era uma boa pessoa, chegamos ao prédio onde ele mora e subimos até o terceiro andar, era um quarto onde tinha uma cama de solteiro e uma cômoda e uma TV pequena, ele retira debaixo da cama uma cama auxiliar 

- Você dorme na cama de cima e eu na de baixo ok ? - ele diz - agora pode ficar a vontade, eu preciso fazer um trabalho e só volto lá pelas cinco, você já almoçou? - ele pergunta e eu nego com a cabeça, ele pega o seu celular e liga para alguém me pergunta o que gosto e ele faz o pedido 

- Qual o valor que eu tenho que dar a pessoa que vier entregar a comida ? - pergunto

- — Nenhum, lá eu e os meus amigos comemos e pagamos por mês, e já pagamos esse mês então não se preocupa, eu vou almoçar fora então vai ser como se eu fosse comer , me da o número do seu telefone e anota o meu - ele diz

- Eu estou sem telefone no momento, o meu quebrou, assim que eu começar a trabalhar e receber eu vou comprar outro - digo

Tentei fazer ele me dizer o valor da comida, mas foi inútil, ele saiu e não demorou alguém bateu na porta e quando abri era uma mulher que me olhou de cima a baixo e arregalou os olhos depois que viu Lídia, ela não disse nada, só me entregou a comida e foi embora, depois preciso falar com Matheus pois se ela for namorada dele eles vão brigar por minha causa e não quero isso, tenho que arrumar outro trabalho urgente para alugar uma casa ou até mesmo um quarto como esse vai servir.

Depois de um tempo Matheus chegou e conversamos um pouco, ele me contou um pouco sobre ele e eu contei sobre mim também, ele ficou revoltado quando contei sobre o pai da Lídia, mas disse que ele precisava saber que tinha uma filha, se ele não quisesse ser pai, ai o problema seria dele mas eu não poderia escolher por ele. 

Eu demorei a dormir depois do que Matheus me disse, Lídia dormiu rápido depois de tomar um banho, eu também tomei, ainda bem que sempre carrego uma muda de roupa extra em minha bolsa e na da Lídia sempre tem mais de duas mudas de roupa também.

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Melissa Carvalho

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