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A medida que eu adentrava na casa, uma sensação gélida percorria

minha pele, como se o próprio ambiente estivesse impregnado com uma energia

sobrenatural. O interior era escuro e sombrio, com móveis antigos cobertos por

lençóis empoeirados. A única iluminação vinha de uma lareira crepitante,

lançando sombras dançantes pelas paredes.

Liam conduziu-me até uma sala de estar, onde ambos nos

acomodamos em poltronas desgastadas. O silêncio pairava no ar, até que Liam

quebrou o gelo.

"Elena, Ravenbrook é uma cidade que carrega segredos

sombrios e profundos. Há séculos, os lobisomens têm caminhado por essas terras,

ocultos nas sombras. Nós vivemos entre os humanos, mantendo nossa existência em

segredo, mas também enfrentamos nossas próprias batalhas internas",

explicou Liam, seu tom de voz carregado de melancolia.

Absorvi cada palavra com atenção, sentindo a gravidade da

situação. Era como se eu estivesse prestes a mergulhar em um mundo onde as leis

da realidade se distorciam.

"Eu tenho muitas perguntas", sussurrei, olhando

fixamente nos olhos de Liam. "Por que vocês escolheram viver em segredo? E

qual é o meu papel nessa história?"

Liam suspirou, revelando um olhar cansado. "Os lobisomens

de Ravenbrook são uma comunidade dividida. Há aqueles que acreditam que devemos

revelar nossa verdadeira natureza ao mundo, enquanto outros temem as

consequências que isso traria. E quanto ao seu papel, Elena, você é uma peça

crucial nesse conflito. Há algo em você, algo que os outros lobisomens podem

sentir, mas eu ainda não compreendi completamente."

Senti meu coração acelerar com as palavras de Liam. Eu me

perguntava qual era o meu papel nessa teia de segredos e como minha própria

história estava entrelaçada com a dos lobisomens de Ravenbrook.

Enquanto o silêncio pairava entre nós, a porta da sala de estar

se abriu lentamente. Victoria Blackwood, a irmã mais velha de Liam e líder da

matilha, adentrou a sala com um olhar penetrante e uma aura de poder. Seus

olhos fixaram-se em mim, avaliando-me com cautela.

"Elena Thompson, você não deveria estar aqui",

declarou Victoria com voz firme. "A presença de uma humana em nossas

questões é perigosa e pode colocar tudo em risco."

Levantei-me, sentindo uma mistura de determinação e indignação.

"Eu não vim aqui por acaso, Victoria. Há segredos que precisam ser

desvendados, e estou disposta a enfrentar qualquer perigo para descobrir a

verdade."

Minhas palavras ecoaram na sala, criando uma atmosfera tensa. A

líder da matilha estudou-me por um momento, antes de soltar um suspiro

resignado.

"Se você está determinada a prosseguir, Elena Thompson,

então terá que passar por um teste. Prove sua lealdade à nossa causa e talvez

possamos compartilhar os segredos que tanto anseia descobrir", desafiou

Victoria.

Engoli em seco, consciente de que aquele teste seria um marco

importante em minha jornada. Eu estava pronta para enfrentar qualquer desafio,

não importando as consequências.

Olhei diretamente nos olhos de Victoria, minha determinação

claramente refletida em meu olhar. Eu estava disposta a enfrentar qualquer

teste que a líder da matilha propusesse, sabendo que era a única maneira de

provar minha lealdade e obter respostas para minhas perguntas.

"Estou pronta para enfrentar o teste, Victoria. Farei o que

for necessário para provar minha determinação e descobrir a verdade sobre meu

papel nesse mundo sombrio", afirmei com confiança.

Victoria assentiu, seu olhar revelando uma mistura de admiração

e cautela. "Muito bem, Elena Thompson. O teste que proponho envolve uma

perigosa missão nas profundezas da floresta que cerca Ravenbrook. Você

precisará enfrentar os perigos e desvendar um antigo segredo que tem assombrado

nossa matilha há séculos."

Engoli em seco, compreendendo que estava prestes a adentrar um

território desconhecido e perigoso. No entanto, não vacilei. Estava determinada

a superar esse desafio e provar meu valor.

"O que devo fazer exatamente?" perguntei, curiosa e

ansiosa para saber os detalhes de minha missão.

Victoria explicou com voz firme: "Você deve encontrar a

Pedra da Lua, um artefato antigo e sagrado que tem o poder de revelar segredos

ocultos. Diz a lenda que ela está escondida em uma caverna profunda, além das

trilhas conhecidas. Mas tome cuidado, Elena. A floresta é traiçoeira e guarda

perigos desconhecidos. Você precisará confiar em seus instintos e enfrentar

seus medos mais profundos."

Assenti, absorvendo cada palavra com atenção. Sabia que essa

missão seria um teste de coragem, astúcia e determinação. Estava disposta a

enfrentar qualquer desafio para obter as respostas que buscava.

Naquela noite, sob o brilho místico da lua cheia, embarquei em

minha jornada solitária pela floresta densa. Cada passo me levava mais fundo em

um mundo desconhecido e perigoso. O vento sussurrava segredos ancestrais entre

as árvores, enquanto os olhos atentos dos lobisomens espreitavam nas sombras.

Caminhei por horas, confiando em meu instinto e em um sentimento

inexplicável que me guiava em direção à caverna. O medo se entrelaçava com a

excitação, mas eu me mantinha focada em meu objetivo.

Finalmente, depois de enfrentar diversos obstáculos e perigos,

encontrei a entrada da caverna. Era uma abertura escura e imponente, parecendo

convidar-me para um mundo de mistério e revelações.

Com o coração acelerado, adentrei a caverna, acendendo uma tocha

para iluminar meu caminho. O ar úmido e frio sussurrava antigas histórias

enquanto eu avançava pelas passagens estreitas e sinuosas.

Após uma caminhada incerta, finalmente avistei uma luminosidade

tênue no fim do túnel. Meus passos se apressaram, meu coração pulsando de

expectativa.

Ao chegar ao destino final, deparei-me com uma câmara ampla e

iluminada pela luz lunar que penetrava por uma fenda no teto. No centro da

sala, repousava uma pedra brilhante, emanando um poderoso resplendor.

Sabia que havia encontrado a Pedra da Lua. Meus olhos brilharam

de emoção, mas também senti uma energia intensa e inquietante emanando do

artefato. Era como se a pedra soubesse dos segredos que guardava e estivesse

pronta para revelá-los.

Enquanto estendia a mão para tocar a Pedra da Lua, uma onda de

energia percorreu meu corpo, fazendo-me tremer. Uma conexão mística se formou

entre mim e o artefato antigo, como se a própria pedra reconhecesse minha

presença e desejasse compartilhar seus segredos.

Imagens começaram a se desenrolar em minha mente, flashes do

passado e fragmentos de histórias perdidas. Vi os primeiros lobisomens de

Ravenbrook, unidos em uma antiga tradição. Testemunhei batalhas sangrentas,

sacrifícios e uma rede complexa de lealdades entrelaçadas.

No entanto, em meio a essas revelações, algo perturbador

emergiu. Vi um vislumbre de minha própria existência, uma conexão inexplicável

com os lobisomens e o motivo de minha chegada à cidade. Um amor proibido e uma

escolha que abalaria a fundação de tudo que conhecia.

Rapidamente, retirei a mão da Pedra da Lua, sentindo uma mistura

de fascínio e medo diante das informações que acabara de receber. Agora tinha

uma visão mais clara de meu destino e do conflito que se aproximava.

Enquanto saía da caverna e retornava à escuridão da floresta,

sabia que minha vida estava irrevogavelmente entrelaçada com a das criaturas da

noite. Seria testada em minha lealdade, confrontada com segredos obscuros e

teria que fazer escolhas difíceis que determinariam o curso de meu amor e minha

própria sobrevivência.

No entanto, apesar dos desafios que me aguardavam, senti uma

determinação ainda mais forte arder dentro de mim. Estava disposta a enfrentar

o desconhecido e desvendar as verdades ocultas, não importando as

consequências.

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