CAPÍTULO 4
Passado pouco mais de um ano Gabi pediu a sua mãe que a tirasse daquele trabalho, pois já haviam passado três meses que ela estava trabalhando e nunca recebeu um só centavo do dinheiro trabalhado.
Tudo o que ela conseguiu foi duas mudas de roupas, um pá de sapatos, e um caderno escolar, e sempre que podia Verônica lhe jogava na cara que aquele caderno tinha sido ela quem o havia lhe dado, o que deixava Gabi furiosa e a respondia com grosserias que o caderno era fruto do seu trabalho.
Não suportando as humilhações de Verônica, sua mãe a resolveu tirar-lhe daquela casa.
Daquele dia em diante, Gabriely decidiu nunca mais trabalhar de doméstica para ninguém, pois mesmo que fosse necessário, não suportaria a vida de humilhação.
Voltou a morar com sua família, aguentando novamente as humilhações de seu padrasto, que mesmo sendo doloroso ainda era melhor do que ser humilhada por estranhos.
Apesar de todas as dificuldades que enfrentavam, era satisfatório estar ao lado de sua família novamente.
- - - - - - - Anos depois ....
Certa vez houve uma festa na igrejinha da vila, onde juntaram várias pessoas de outros vilarejos próximos, entre uma dessas pessoas estava Marcel , ele era o filho de um dos homens mais poderosos da região. Era jovem alto, branco de cabelos e olhos negros como a noite. Tinha um olhar firme e atraente.
Logo que o viu ficou fascinada com sua beleza, pois ainda não havia conhecido naquele lugar um jovem tão bonito e atraente como aquele.
Ele ficou olhando para ela a noite toda, Gabi usava um vestidinho preto, soltinho com detalhes em renda na frente, uma sandália baixa , de cor branca combinado com sua bolsa que também era branca mas com umas listras pretas. Gabriely por sua vez também não lhe tirava os olhos, se olharam a noite toda.
No entanto, nem um dos dois tiveram coragem de se aproximar um do outro, ou até mesmo de dirigir a palavra um ao outro. Pois embora estivesse se vendo pela primeira vez, ambos sabiam que por alguma razão não poderiam se aproximar. Gabi por sua vez sabia que sua mãe estava de olho nela, e não permitia que se aproximasse de nem um rapaz, e Marcel também sabia a fama de brava que a senhora Ernestina tinha.
No dia seguinte ( uma segunda -feira) começaria as aulas na escola nova, cursando já o terceiro ano do ensino médio.
Isso já era começo de ano, então Gabriely começaria uma nova etapa da vida em uma escola nova.
Por conta da mudança de escola, ela não conhecia ninguém, mas ao se informar sobre o belo jovem que havia conhecido naquela noite, ficou fascinada ao saber que o mesmo estudava na mesma escola a qual ela iria estudar." A escola era na cidade, uns 30 km de onde morava .
Às 11 horas, foi Tamar banho para ir para a escola, o ônibus passava as 12hs,mas ela estava tão ansiosa para vê aquele belo garoto novamente que decidiu tomar banho bem cedo, vestiu uma sainha jeans azul clara, com uns strass nos bolsos de trás, uma blusinha preta e tênis azul, a blusa do uniforme ela guardou na mochila, pois não gostava de ficar vestida de uniforme, para evitar suar e sujar o uniforme antes de chegar na escola.
As 11:45hs, ela desceu lá pro ponto do ônibus, foi a primeira a chegar no ponto de tão ansiosa que estava. As horas pareciam que não passavam, cada minuto pareciam horas, e a ansiedade de Gabi só aumentava. As 11:59 foram chegando alguns meninos, também para irem pra a escola, a vila era pequena então não se podia esperar muita gente.
Depois de dois anos sem beijar ninguém, Gaby estava ansiosa para desencalhar.
Bom dia! _Disse o primeiro que chegou. O nome dele era Ravel, porém chamavam ele de dente de rato, pois ele tinha os dentes muito pra fora da boca, e só falava se cuspindo.
- - - - - - - Bom dia! _Respondeu Gabi.
- - - - - - - bom dia! Bom dia.
- - - - - - - Falaram mais outros dois que chegaram.
- - - - - - - Bom dia! Respondeu Gabi novamente.
As 12:03 ouve-se um barulho.
- - - - - - - " lá vem o busão"!Gritou Ravel o primeiro garoto que chegou .
O ônibus para, e os alunos que estudam no turno da manhã, inclusive os irmãos de Gaby descem, todos suados e gritando.
Após descerem, eles sobem, os garotos sobem primeiro," já fazendo bagunça", afinal todos eles já se conheciam. Exceto Gabi que não conhecia ninguém, pois apesar de já estar morando há mais de ano e pouco ali, ela não tinha tempo pra conhecer ninguém, pois a mesma era do trabalho pra escola e da escola pra casa. A escola onde ela estudava era bem mais longe, ela ia para lá de ônibus de linha, tinha um ônibus que passava as 11:00 horas ali, e chegava na escola que ela estudava às 1:10. Quase atrasada, já que entraram na escola às 1:15hrs.
O ônibus era de linha, porém ela não pagava passagem, pois o motorista senhor Luiz um homem já de quarenta anos, era afim dela, então não cobrava a passagem de Gaby, ela não correspondia, tinha era nojo pela idade avançada, mas não ligava de não pagar a passagem, não tinha dinheiro mesmo.
Cada parada que o ônibus fazia para subir alunos Gabi olhava para vê se seu novo pretendente subia.
Mas para sua surpresa ele não foi, no próximo dia também não, e no terceiro também não,ela ficou triste.
Assim passou a semana toda, e nada de Marcel aparecer, o que a deixou desiludida, mas como sempre há uma luz no fim do túnel. Logo de cara, Gabi fez amizade com Fabrícia, irmã mais nova de Marcel. E única também, já que os dois eram filhos únicos.
Fabrícia era uma garotinha mimada, mas assim como o irmão, muito bonita, alta e magra, parecia uma modelo. O que era seu sonho no futuro.
Ambas se tornaram boas amigas, o que foi bem caiado para Gabi, já que FABRÍCIA fazia muito gosto no relacionamento que ainda não havia acontecido. Pois a mesma queria muito que o irmão arrumasse uma namorada, para destrai_lo um pouco do trabalho.
Na semana seguinte Marcel também não foi para a escola, mas assim como Gabi, também ficou interessado nela, e com a ajudinha de FABRÍCIA todos os dias ele mandava uma cartinha para Gabi, a que também lhe respondia com outra.
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Atualizado até capítulo 46
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